terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Novo Secretario & Nenhuma Boa Perspectiva.

Veja a recente entrevista (abaixo) do novo secretário de educação do estado do RJ, Prof. Antônio Neto, ao JB On Lin, no link :
 http://www.jb.com.br/rio/noticias/2015/01/11/educacao-ideb-e-ensino-medio-em-horario-integral-sao-as-novas-prioridades/

Rio, 11/01 às 09h11

Educação: Ideb e Ensino Médio em horário integral são as novas prioridades

Secretário Antônio José Vieira de Paiva Neto revela as metas e desafios ao assumir a pasta


Jornal do Brasil

Em menos de uma semana da sua posse, o novo secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Antônio José Vieira de Paiva Neto, de 50 anos, já destacou os desafios da sua pasta e um deles é a implementação do ensino em horário integral nas escolas estaduais. Paiva Neto tem um olhar no presente e outro no futuro. Ele tem em vista a primeira colocação no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb).

Para conseguir atingir esta meta, o secretário pretende firmar parcerias com os municípios, visando melhorar os ensinos Básico e Fundamental, para melhor desempenho do ensino Médio, que fica na responsabilidade da rede estadual. Paiva Neto é professor da rede e pretende atender uma das maiores reivindicações dos profissionais, abrindo um canal de diálogo com a classe.

>> Educação no Rio inicia gestão com pautas pendentes da greve

Jornal do Brasil - No início da semana, o Ministério da Educação divulgou o novo piso nacional dos professores. O estado está preparado para atender o novo piso nacional dos professores?
Paiva Neto - A hora/aula do piso nacional era de R$ 10,60. Com os 13% deste ano, foi para R$ 11,98. Já a do professor da rede estadual fluminense é de R$ 18,42. O vencimento inicial para um docente de 30 horas semanais no Estado do Rio de Janeiro é de R$ 2.211.25. O piso nacional, para uma carga horária de 40 horas, está em R$ 1.697. No Rio, o menor salário de um professor de 40 horas semanais é de R$ 2.948,33. Destacamos a implementação, além do salário citado, dos auxílios para transporte, qualificação, alimentação e formação para professores regentes de turma. Além disso, os servidores contam também com a remuneração variável. Caso o colégio atinja metas pré estabelecidas, todos os funcionários daquela unidade recebem o benefício, que varia de um a três vencimentos base. O Estado do Rio de Janeiro cumpre o 1/3 da carga horária para atividades extraclasse. O restante do tempo o professor utiliza com os alunos de acordo com o seu planejamento.



Jornal do Brasil - O governador Luiz Fernando Pezão, assim que assumiu o novo mandato, disse que vai determinar os cortes em todas as secretarias. Como a Educação vai se adequar a estes cortes? Quais os cortes devem ser promovidos nesta pasta e como deve ser esse processo?
Paiva Neto - O governador já anunciou que a Educação receberá uma olhar diferente. De qualquer forma, a própria Seeduc fará um trabalho de racionalização de recursos, focado no que for indispensável. O trabalho da Secretaria vai continuar, mas iremos aprofundar ainda mais o controle da gestão de todos os recursos.
Jornal do Brasil - O ministro da Educação disse que vai dialogar com os estados para estimular a abertura de vagas no Ensino Médio em tempo integral. No Rio, devem abrir novas vagas?
Paiva Neto - Este ano, foram oferecidas 15.205 vagas para o Ensino Médio em tempo integral. Dessas, 1398 foram destinadas às unidades do Programa Dupla Escola, cujo acesso ocorre por meio de processo seletivo. As demais, 13.807, estão sendo ofertadas por meio do ‘Matrícula Fácil’ e contemplam os segmentos Curso Normal [formação de professores - 1ª, 2ª e 3ª séries], Ensino Médio Inovador [1ª e 2ª séries], Ensino Médio Inovador [1ª Geração - 1ª e 2ª séries] e Ensino Médio Integrado [Técnico em Administração e Técnico de Agropecuária - 1ª série]. O objetivo é ampliar o programa Dupla Escola, principalmente por meio de parceria com a Faetec. Queremos implementar uma política de educação profissional técnica para todo o estado. A meta é que, até 2023, toda a rede tenha uma educação integral, e não em horário integral. Isso porque nem todo aluno do Ensino Médio vai poder ou querer estar em uma escola de horário integral, mas ele tem o direto a uma educação integral [formação completa].
Jornal do Brasil - O currículo do Ensino Médio pode sofrer alguma alteração em função das reivindicações dos professores ou para atender a algum pedido do governo federal?  
Pavia Neto - O Rio de janeiro foi o primeiro a criar o Currículo Mínimo e, depois de quatro anos, é necessário que haja uma revisão, já em uma nova perspectiva de educação integral. O currículo tem papel central na política de ensino do estado, com o diferencial da participação ativa dos professores da rede em sua construção, em parceria com especialistas das Universidades, considerando as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação. Esse vai ser o nosso grande desafio: melhorar ainda mais o currículo do estado, proporcionando uma melhor conexão com o processo de avaliação que os professores realizam dentro da sala de aula. As políticas não serão interrompidas, serão aperfeiçoadas. Hoje, o Governo Federal fala em Base Nacional Comum e o Rio é o pioneiro na criação de um Currículo Mínimo para uma rede inteira. Os conteúdos garantem o direito à aprendizagem e, ao mesmo tempo, reduzem a desigualdade entre as escolas, porque todos os alunos têm acesso ao mesmo padrão curricular.

Jornal do Brasil - O que será feito para tentar resolver um dos maiores problemas do ensino médio, o abandono dos estudantes?
Paiva Neto - Como dito anteriormente, queremos que nossos alunos tenham não só o conhecimento cognitivo, mas também os saberes para a vida: trabalhar, conviver em sociedade, ter um pensamento autônomo. É esse indivíduo que queremos formar. Para isso, vamos continuar investindo na expansão da educação integral e em horário integral, por meio do programa Dupla Escola e do Ensino Médio Inovador, que possuem matrizes curriculares diferenciadas. Mantendo o foco no protagonismo juvenil como princípio educativo, vamos continuar desenvolvendo as competências para o século XXI e a autonomia dos estudantes. Temos, ainda, os programas Renda Melhor Jovem e Estágio que Rende, além do reforço escolar. A partir dessas ações, que visam ao aumento do interesse do aluno em permanecer na escola, o Estado do Rio alcançou melhores índices de desempenho de seus estudantes. Houve a elevação das taxas de aprovação e, consequentemente, significativa redução do abandono escolar, subindo da 26ª colocação, em 2011, para a 4ª, em 2013, no ranking nacional do Ideb. Esse avanço refletiu também na participação e desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio, em que o Rio se mantém entre as cinco redes de ensino com melhor desempenho do Brasil.
Jornal do Brasil - E para melhorar a qualidade das escolas, quanto deve ser investido, de que forma, quais os equipamentos devem ser novidade na nova gestão e os seus custos?
Paiva Neto - O orçamento de 2015 ainda não foi liberado. Portanto, não temos como antecipar esses valores.
Jornal do Brasil - E para melhor capacitar o profissional, o que tem previsto? Quais as metas de valorização do professor?
Paiva Neto - Nos últimos anos, os professores da rede estadual têm recebido mais valorização e oportunidades. Entre os projetos em destaque está a formação continuada: de 2011 até hoje, 30 mil professores fizeram formação, paga pelo Estado, em parceria com a Fundação Cecierj. A Escola de Aperfeiçoamento para Servidores da Educação, criada em 2011, recebe, por mês, cerca de três mil docentes que passam por algum tipo de treinamento. Também foram implementados, para os docentes, o auxílio transporte (varia entre R$ 63 a R$ 120/mês); auxílio qualificação (bônus anual de R$ 500); auxílio-alimentação (R$ 160 mensais); e auxílio formação para professores regentes de turma, com bolsa no valor de R$ 300 mensais). Paralelamente, foi implantada a remuneração variável por atingimento de metas pré estabelecidas para cada unidade escolar. Caso o colégio atinja o objetivo, todos os servidores daquela escola recebem. Em 2014, foram beneficiados aproximadamente 22 mil profissionais, representando um investimento de cerca de R$ 68 milhões.

Meu Comentário Realmente está comprovado é igual ao seu ex chefe ( Risolia ). E mentiroso pois os docentes de 16h e 40h não são contemplados com os 1/3 para atividades extra classes, somente os de 30h (que representam um percentual pequeno da categoria) cumprem o que determina a Lei.
  
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Com relação a  reportagem abaixo




Quase metade das escolas estaduais do Rio foram ‘reprovadas’ no Enem


Alessandra Araújo tem 19 anos e o sonho de ser nutricionista. Moradora do Engenho da Rainha, completou o ensino médio no fim de 2014 no Colégio Estadual Visconde de Cairú. A formação, no entanto, não ajudou muito na hora do vestibular. Entre outros problemas, o mais grave foi a falta de um professor substituto para as aulas de português. A titular, segundo a estudante, faltava por causa da diabetes. Essa é a dura realidade da rede estadual do Rio, que, mesmo com avanços, teve 217 colégios “reprovados” em pelo menos um dos critérios do Inep segundo o resultado do Enem de 2013.
O número representa 43% das 508 instituições da rede estadual que tiveram mais da metade da turma e pelo menos 10 alunos fazendo o exame no ano — critérios para entrarem no ranking.
A nota de Alessandra chega na próxima terça-feira para a inscrição no Sisu, que abre dia 19. Para obter o seu resultado, o estudante precisará acessar o site do Inep (inep.gov.br) com o número de inscrição ou CPF e da senha criada na hora de se inscrever no exame.
— Na escola, a gente ficou sem algumas matérias — conta ela, que fez o último Enem.
A nota mínima exigida pelo Inep para um aluno conseguir o certificado do ensino médio (ou seja, para ele comprovar que aprendeu os conteúdos necessários nessa etapa escolar) é de 500 na redação e de 450 em cada prova objetiva. As médias de 217 escolas do Rio não atingiram esse índice em 2013 e, por isso, seriam “reprovadas” caso fossem estudantes tentando a certificação. Foi por pouco que o colégio de Alessandra não aumentou a lista. Naquele ano, o CE Visconde de Cairú tirou 531,47 na redação — a média de 2014 só sai no fim de 2015.

Ainda assim, o Enem 2013 é festejado pela Secretaria estadual de Educação. A rede cresceu sua participação como um todo. Em 2012, foram 340 colégios dentro dos critérios para a comparação (10 alunos e 50% da turma) contra 507 em 2013. Além disso, o número de escolas “reprovadas” caiu de 54% para 43% da rede avaliada no ranking.
— Nós melhoramos porque fizemos um currículo mínimo, implementamos avaliações regulares e criamos dois programas fundamentais, um de reforço escolar e outro de formação continuada dos professores — explica o secretário de Educação, Antônio Vieira Neto, que assumiu a pasta neste ano e culpou administrações anteriores à do governo de Sérgio Cabral pela situação da rede: — Não existe fórmula mágica para a educação. A gente tinha uma rede com muita desigualdade. A distância entre a escola com melhor desempenho para a pior era enorme, de quase 50%. Isso caiu para cerca de 25%.
O secretário diz : ‘O nosso objetivo é ter a melhor rede de ensino do país’

A secretaria ficou satisfeita com o resultado no Enem?
Começamos a observar que a rede tem consolidado um contingente grande de alunos com desempenho bom. O número de estudantes que participaram do exame aumentou, o que nos anima. Isso poderia surtir um efeito negativo. Se é uma rede que não está organizada, pode correr o risco de quanto mais alunos fizerem o Enem, pior a rede. E foi o contrário. Em 2011, eram 20 mil alunos. Em 2013, foram 39 mil.

É meta da secretaria fazer com que o aluno da escola estadual tenha a possibilidade de competir pelas vagas nas universidades?
A ideia não é competir com a particular. A rede pública tem uma cota garantida por lei (para o acesso à universidade). A gente trabalha para que o aluno da rede pública tenha um nível de aprendizagem compatível com a avaliação do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudante). Essa é nossa meta. Nós entendemos que o padrão de aprendizagem tem que ser aquele que o mundo tem. Para alcançar, muita coisa tem que ser feita. Não trabalhamos com a entrada na universidade como padrão. O ensino médio é uma etapa que permite uma continuidade ou uma vida para o trabalho. A rede pública não pode pensar em apenas chegar à universidade pública. Uma rede não pode se organizar para esse fim.

Há incentivo na rede para o acesso às universidades?
A secretaria tem programas de parcerias com universidades privadas, que oferecem bolsas gratuitas para esses alunos. Esses dias, eu soube do caso de um aluno que estuda em uma escola pública na Praça da Bandeira e conseguiu uma bolsa no Ibmec por causa da nota do Enem. Quando um aluno pobre teria acesso a uma universidade dessa? Esse é benefício meritocrático que a gente tem.

Como a rede está trabalhando para melhorar o resultado dos alunos nos próximos exames?
Nós criamos uma política focada na aprendizagem. A gente estabeleceu um currículo mínimo para a rede. O professor de toda a rede sabe o que é essencial para cada aluno aprender. Também fizemos um processo de avaliação bimestral para ir medindo e mostrando as necessidades das escolas. Captando as dificuldades da rede, a gente as combate de duas forças: com um grande esforço de reforço escolar para todas as escolas e com investimento em formação continuada dos professores para a aplicação do currículo. O horário integral também é um mecanismo da secretaria. Percebemos que os alunos dessas escolas têm resultados bem acima da média.

Qual a sua meta para os próximos quatro anos?
O objetivo do governo Pezão é levar o Rio a ter a melhor aprendizagem do Brasil, apresentando isso no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Mas é muito difícil. Depende de um contexto de ações para chegar ao resultado.


Meu comentário : Enquanto a Educação Básica pública não for levada a sério pelos governos estaduais e municipais, e as aprovações correrem a vontade para maquiar índices governamentais não haverá mudança para melhorar. E enquanto na rede estadual do RJ não houver uma seleção ( pelo menos de Português e Matemática) para o acesso ao ensino médio regular, continuaremos a receber no 1º ano do ensino médio uma grande maioria dos alunos de analfabetos funcionais, e que não dominam de fato os quesitos básicos da Matemática do ensino fundamental, que são ferramentas para a Matemática do ensino médio, para Física e Química. É de suma importância que no ensino médio da rede estadual se tenha pelo menos quatro (4) tempos de Física, de Química, de Biologia e...., ao contrário dos escassos dois tempos semanais de hoje, isso quando se tem professor. 
Em resumo tudo leva a crer que vai continuar a forçação de barra por aprovação a qualquer custo. LAMENTÁVEL!

Mais em : http://observacoeseducacionais.blogspot.com.br/2014/12/tudo-pelas-aprovacoes-na-seeduc.html




















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