sábado, 6 de setembro de 2014

Sobre o IDEB da rede estadual do RJ.

         Como professor de Matemática do ensino médio da rede estadual do RJ e analisando essa idolatria dada a esse governo por ter saído do índice de 3,2 em 2011, para 3,6 em 2013 e sabendo que interfere também nesse índice a aprovação, sinto que o empenho da secretaria nas coordenadorias e essas nas direções para aprovação a qualquer custo deu resultado, evidentemente com a cooperação de muitos colegas sedentos em obter bônus e ficarem bem com os senhores feudais. Pela prática em sala de aula, pela péssima gestão dessa Seeduc , que super lota turmas com as famigeradas otimizações,com o fechamento de mais de duzentas escolas, NÃO ACREDITO na seriedade desse parco índice e consequentemente da melhora do desempenho do ensino médio da rede estadual do RJ.



O comp@nheiro Luiz Carlos, postou no facebook , grupo Educadores Estado RJ : A realidade é uma, a fantasia é outra.
O IDEB parece demonstrar que não avalia o aprendizado, penso que vivo numa outra dimensão, a maioria dos alunos são analfabetos funcionais, faltam professores em diversas matérias, faltam materiais didáticos nas escolas públicas municipais e estaduais. E os resultados do IDEB estão bons para o Estado do Rio de Janeiro e municípios? E os secretários de educação comemoraram? Eles comemoraram a artificialidade que eles criaram, um dos fatores que leva em conta os bons resultados do IDEB é a aprovação. As secretárias de educação impõem de forma direta ou indireta a aprovação automática dos alunos, mesmo que estes não saibam ler e escrever são aprovados, no meu caso alunos que não sabiam ler no sexto ano e que tinham média 6,0 em todo ano letivo invés da média 20,0 para serem aprovados na minha matéria, foram aprovados, isso enquanto eu estava nas férias de janeiro. A meu ver, o que foi feito é fraude.
A questão da aprovação automática é imposta ao professor, as secretárias de educação exigem um percentual de reprovados por turma que na maioria das vezes é entre 10% e 30%. O que transforma os conselhos de classe em verdadeiras barganhas, onde se decide quem vai ser reprovado ou não, nesse caso se leva a questão da afinidade do aluno com o professor, se o aluno tem maior afinidade com um professor, ele o tem como defensor, mas se ocorre ao contrário ele tem um acusador. Isso é um verdadeiro show de horrores. O secretário de educação do Rio de Janeiro tem razão em comemorar o resultado do IDEB, ele foi o principal artífice dessa fantasia. O que temos é um picadeiro onde os professores são os palhaços para entreter o público (alunos) e tira-los da realidade e levá-los a fantasia.

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Rio  10/09 às 19h32

Deu no JB 

http://www.jb.com.br/rio/noticias/2014/09/10/professores-dizem-que-resultado-do-ideb-mascara-situacao-da-educacao-no-rj/



Professores dizem que resultado do Ideb mascara situação da educação no RJ

A rede estadual de educação do Rio obteve a quarta colocação no Índice


Jornal do Brasil - Por Gisele Motta *





>>Ideb: Brasil supera metas no ensino até 5º ano>>A paz nas Escolas
>>Para professores, agressões nas escolas são reflexos da violência social
A nota de 3,66 do Rio de Janeiro no ranking Ideb 2013/2014 foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Apenas Goiás, com 3,8, e São Paulo e Rio Grande do Sul, tiveram  notas maiores que a educação fluminense, que saiu do 15º lugar para o Top 5 de um ano para o outro. A meta da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) era ficar entre os cinco primeiros e, de acordo com o secretário Wilson Risolia o resultado foi alcançado. Para os professores porém, o resultado do Ideb não corresponde à realidade.
Suzana Gutierrez,  coordenadora do Sepe-RJ, diz que o sindicato é contra o Ideb e contra a política de bonificação. “O processo de ensino e aprendizado não pode ser verificado com uma prova única, como é feito com o Ideb. Se o governo quiser fazer um índice real sobre o ensino do pais, não é através de uma prova, mas sim através de uma serie de itens a serem verificados como:  se os governos aplicam os 25% na educação, como manda a constituição, se esses governos cumprem a lei do piso, se cumprem a lei das atividades extraclasse, se existe informática, se há funcionários suficiente”, diz ela, ressaltando que no estado do Rio, nenhuma dessas situações é cumprida à risca.





Professores questionam avaliação do Ideb
Professores questionam avaliação do Ideb
Para ela, a prova em si, mascara problemas. “Os alunos fazem uma prova onde marcam algumas perguntas questionáveis, tanto do ponto de vista do método quanto de conteúdo. Temos  por exemplo  provas do sexto ano que verificam se o aluno é alfabetizado, quando no sexto ano ele já deveria ser alfabetizado há muito tempo”, diz Suzana. Ela ainda relembra a grande carência de profissionais na rede estadual e que isso leva a diversas turmas se formarem, ou seja, alunos serem aprovados sem nunca terem tido uma aula de determinada disciplina.“O Ideb só serve para culpar o professor pelo fracasso da educação e por ultimo mascarar os índices da verdadeira dificuldade que existe nas escolas: a infraestrutura, salas superlotadas, falta de professores e profissionais de apoio”, comenta ela.
A questão do bônus de quase R$ 70 milhões destinado a cerca de 400 escolas no Rio de Janeiro também é importante para o sindicato e eles condenam essa prática de meritocracia do governo, que surge logo próximo às eleições.  “Nós não queremos uma bonificação que só alguns professores vão ganhar. Queremos uma política salarial que garanta um salário justo o ano todo, todos os anos, que garanta a aposentadoria desse profissional. Essa é uma política de enxugamento de gastos, somos completamente contra. E é claro que sendo divulgado como foi, tem um tom eleitoral”, diz a professora e coordenadora do Sepe Marta de Moraes.
Nicholas Davies, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que fez um estudo sobre redução da oferta de matrículas na rede estadual do Rio, corrobora a opinião das professoras. Para o especialista, a avaliação é sempre bem vista, mas os critérios usados pelo Ideb não avaliam de forma real a educação.
"Avaliar é importante, sempre. O problema é com que critérios. Os do Ideb são os critérios que deixam muito a desejar. Primeiro que o Ideb reduz a avaliação a números e existe uma dimensão da educação e não pode ser reduzida a números, não se quantifica. E depois, tem outro problema, que é o seguinte, pressupõe que os fatores extra-escolares não pesam no desempenho do aluno", completa ele.
O que pode ter influenciado no "milagre" do Rio
Tirando a questão específica do conteúdo da prova, mencionada por Suzana, Nicholas Davies ressalta as possíveis manipulações que existem nos processos de avaliação qualitativos, que são preocupantes e podem ter ajudado nessa guinada do Rio de Janeiro, que saiu do 15º lugar para 3º melhor colocado no país.
"Pode existir muita manipulação no Ideb, você pode preparar os alunos para a prova especificamente, por exemplo. No caso do Enade isso é uma prática comum: existe uma preparação especifica por parte das instituições privadas em escolher os melhores alunos para a prova do Enade. Eu acho muito estranho essa melhoria do Ideb do Rio porque as escolas não melhoraram. Os professores não melhoraram. Qual foi o milagre? Se os professores não melhoraram significativamente, o que levou a esse grande desempenho Não sei, mas pode existir manipulação e mecanismos para maquiar resultados", completa ele.
A diminuição sistemática de matrículas na rede estadual do Rio é uma grande questão que pode ter influenciado nesse resultado. Um estudo feito por Nicholas,  o números de matriculas nas unidades estaduais de ensino no Rio de Janeiro teve uma enorme queda, que chegou a 34,7% . Foi o maior índice em todas as unidades da federação, passando de 1.490.137 em 2006, para 973.666 em 2012. Para o professor, essa redução drástica é fruto de uma política intencional de redução de oferecimento de vagas.
A Seeduc responde que "no país inteiro, devido a uma série de fatores, inclusive demográficos, houve diminuição de alunos. No Rio, não foi diferente" e completa dizendo que "há vagas na rede estadual. Portanto, quem quer e pode, não deixa de estudar".
Para Nicholas, colocar a culpa no fator demográfico para a diminuição das matrículas é uma falácia. Nesse mesmo estudo, ele constatou que, ao mesmo tempo que o Rio diminuiu muito as matrículas na rede pública, as matrículas da rede privada aumentaram substancialmente. A rede privada do Rio de Janeiro cresceu 22,5%, passando de 856.835 matrículas, em 2006, para 1.049.908, em 2012.





Ideb:não avalia como deveria e cria uma ilusão de melhorias, diz professores eespecialistas
Ideb:não avalia como deveria e cria uma ilusão de melhorias, diz professores eespecialistas
"O número de matriculas estaduais no Rio foi o que mais diminui em todo Brasil. E aí uma explicação que dão, que não é correta, é que está havendo um declínio da taxa de natalidade. Isso é verdade,  e esse declínio é mundial. Mas se só isso bastasse, teria que acontecer proporcionalmente em todos os estados. Aqui, a redução foi enorme, e se há uma redução nas matriculas por causa da queda da taxa de natalidade, isso teria que refletir na evolução das matriculas na rede particular, o que não acontece. Na privada, no Rio de Janeiro, o crescimento foi o maior do Brasil, o que não é coincidência. O que está havendo é política deliberada de redução das matriculas estaduais e obviamente isso leva a um estimulo à escolas particulares a crescerem."Outra influência na diminuição das matrículas é, segundo a Seeduc, a municipalização do ensino. O Estado alega a responsabilidade da prefeitura na educação dizendo que "o processo de municipalização, ou seja, quando os municípios têm condições de assumir sua parcela de responsabilidade, uma vez que o Ensino Fundamental, prioritariamente e constitucionalmente, deve ser das prefeituras". A Secretaria ainda informa que "O Estado somente fica com esse segmento quando um município não tem condições. Por isso, tal transferência para os municípios. Só do município do Rio, foram cerca de 45 mil alunos do Fundamental que estavam na rede estadual e a prefeitura os absorveu. Ou seja, nenhum aluno deixou de estudar".  O Jornal do Brasil já tocou nesse assunto em 2013, quando cerca de 50 escolas estaduais pararam de funcionar, passando a educação para o município.
Para Nicholas, porém, essa questão é secundária. "A municipalização aqui não foi tão importante, como no Pará, no Ceará, em SP, MG. No Rio de Janeiro como o governo estadual, já antes de Cabral, era muito omisso na oferta de educação básica, e a rede municipal extensa", comenta.
  
Problema antigo: professores ainda não receberam de volta salário cortado durante a greve
Nesta quarta-feira (10/09/14), segundo o Sepe, mais de 200 professores compareceram à Secretaria Municipal de Educação pedindo para que seu salário, cortado durante a greve, seja devolvido.
O Sepe diz que "o sindicato ganhou na justiça liminares que determinam que a prefeitura devolva o dinheiro descontado”. A prefeitura rebate dizendo que já entrou com recursos e que não vai pagar nada até o fim da tramitação do processo.
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Comentário no facebook no grupo Professores Unidos em 10/09/14 : 
Sandra Borges : Nicholas Davies, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que fez um estudo sobre redução da oferta de matrículas na rede estadual do Rio, corrobora a opinião das professoras. Para o especialista, a avaliação é sempre bem vista, mas os critérios usados pelo Ideb não avaliam de forma real a educação.

"Avaliar é importante, sempre. O problema é com que critérios. Os do Ideb são os critérios que deixam muito a desejar. Primeiro que o Ideb reduz a avaliação a números e existe uma dimensão da educação e não pode ser reduzida a números, não se quantifica. E depois, tem outro problema, que é o seguinte, pressupõe que os fatores extra-escolares não pesam no desempenho do aluno", completa ele.
A Seeduc responde que "no país inteiro, devido a uma série de fatores, inclusive demográficos, houve diminuição de alunos. No Rio, não foi diferente" e completa dizendo que "há vagas na rede estadual. Portanto, quem quer e pode, não deixa de estudar".

Para Nicholas, colocar a culpa no fator demográfico para a diminuição das matrículas é uma falácia. Nesse mesmo estudo, ele constatou que, ao mesmo tempo que o Rio diminuiu muito as matrículas na rede pública, as matrículas da rede privada aumentaram substancialmente. A rede privada do Rio de Janeiro cresceu 22,5%, passando de 856.835 matrículas, em 2006, para 1.049.908, em 2012.

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Ideb alerta para a crise no ensino médio

Clerio Vilhena Dos Reis :Usar o Rio de Janeiro como exemplo bem sucedido é sacanagem... Foi mais para um trambique bem sucedido. O periódico "esqueceu" que entre as medidas administrativas incluem-se arrocho salarial, perseguição implacável aos que discordam, conivência da Justiça e uso exagerado e indiscriminado de violenta repressão policial. (...) Nesse aspecto, é emblemática a experiência do Estado do Rio no setor: na recente amostragem, o ensino médio fluminense saltou da 15ª para a quarta colocação no Ideb, entre as 27 redes públicas estaduais. No Sudeste, ficou atrás apenas de São Paulo, e teve o segundo maior crescimento nas médias do país. A taxa de evasão decresceu, de 16,5% para 7,3%. Para isso, contribuíram ações no âmbito da meritocracia, do investimento na qualidade do magistério e outros incrementos em nível administrativo.(...)

http://oglobo.globo.com/opiniao/ideb-alerta-para-crise-no-ensino-medio-13871682#ixzz3Cp8HdlQI



oglobo.globo.com
O apagão educacional, mostrado pelos resultados de sexta-feira, não é um problema recente. Apesar de algumas melhorias, o Brasil ainda patina na política de ensino.


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ESTADÃO _ Educação:

 #‎educação‬ (via Estadão.edu)

Leia em : http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,1555713
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,1555713
Comentário do colega Washington Aldy no grupo do facebook Professores do Estado RJ : Devemos denunciar a sociedade que a elevação desse indicador deve-se a questão do fluxo (aprovação forçada). Outro elemento que elevou esse índice foi a proibição por parte da seeduc de não permitir a matrícula de alunos com mais de 20 anos de idade no regular noturno jogando-os para nova eja ou deixando- os sem a opção de estudar. Essa política autoritária e ilegal contribuiu significativamente para elevar o Ideb, pois ajudou a corrigir a distorção idade-série na marra.
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,1555713

http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,155---

IDEB: pode ser pior do que parece.
Se a situação da educação brasileira estiver de fato retratada nos índices do IDEB de 2014, ela pode ser pior do que parece.
O IDEB é uma medida problemática, pois mistura fluxo com desempenho, é uma prova pontual onde uma sala de aula pode ser incluída no teste com apenas 50% da presença dos estudantes no dia da prova, não divulga índices de confiabilidade e nem relatório decente tem etc.
Embalados pelas teorias de responsabilização que apostaram que “só de haver medição nas escolas” já haveria melhoria, deixamos de colocar a atenção nos fatores intra-escolares (cerca de 20%) que têm impacto na aprendizagem, apesar do peso que os fatores extra-escolares jogam (até 60%). E quando o fizemos apelamos para processos de padronização metodológica (pressão por índices nas escolas, apostilas, simulados etc.) que podem produzir “voo de galinha” nos índices, mas sem sustentação a longo prazo.
Estamos forçando as escolas a colocar todo seu esforço na produção da nota do exame, como se nota alta no IDEB fosse sinônimo de boa educação. No entanto, o sistema pode estar entrando em exaustão, colocando as escolas e seus profissionais sob suspeita permanente, incentivando fraudes, treinando para responder a testes, inclusive porque o dado da nota em um exame está longe de conseguir explicar a realidade das escolas. A própria pressão sobre as escolas feita pelos estados com suas políticas de responsabilização tem seu limite na realidade concreta das escolas.
O link que segue mostra os dados do INEP (o que está em verde é o que está dentro da meta): ideb2014 .
Se observarmos a tendência de crescimento a cada edição do IDEB, veremos que ele está entrando em exaustão, ou seja, os acréscimos de nota entre anos estão sendo cada vez menores – e não apenas no ensino médio. No próximo IDEB esta tendência deverá estar mais clara. Na última edição, como apontamos na época, estava claro que o ensino médio não cumpriria as metas. Dissemos:
“No caso do fundamental I a situação é confortável pois já estamos com a meta para 2013 atingida que é de 4.7 pontos. Aqui, o que intriga é como um crescimento que já dura quase 10 anos não chega ao ensino fundamental II. Se os alunos há tempos estão aprendendo mais no fundamental I, porque quando mudam para o Fundamental II esta aprendizagem não aparece?
No caso do ensino médio a situação é pior que a do Fundamental II. Lá a velocidade de crescimento tem sido 0.1, mas em 2013 terá que agregar 0.2 pontos à nota de 2011 para atingir a meta. Mas desde 2005 ele não cresce mais que 0.1 em cada edição do Ideb.
Com mais escolas não atingindo a meta, com um déficit de nota acumulado a ser superado, se eu fosse o Ministro, comemorava menos… inclusive porque, se isso for verdade, esta situação vai explodir exatamente durante a campanha de 2014 para Presidente, quando se divulgar o IDEB de 2013.”
Estamos nos escorando no progresso do ensino fundamental dos anos iniciais – alteração que nem chegamos a entender bem, pois há mudanças na composição salarial da população brasileira que podem estar afetando tais ganhos. Como o INEP não possui série histórica de dados confiáveis sobre o nível socioeconômico dos alunos e nem os divulga, não se pode isolar efeitos de melhoria de renda sobre o desempenho dos alunos.
O fato é que nos anos iniciais vínhamos crescendo a 0,4 ao ano e em 2013 este crescimento caiu pela metade, ou seja, 0.2 – falo do IDEB total, incluídas todas as redes, mas não é diferente se isolarmos as públicas.
Portanto, embalados pelas necessidades políticas, está sendo desconsiderada uma queda de 50% no incremento ocorrido neste ano. Como atingimos a meta, isso não está sendo observado. A nosso ver, mesmo nas séries iniciais, é necessário cautela na comemoração. Se persistir esta tendência, logo poderemos estar abaixo da meta também nos anos iniciais.
O quadro abaixo mostra os incrementos em nota ocorridos entre 2005 e 2013, a cada edição do IDEB. Consideramos o ano 2005, crescimento zero pois foi a primeira medição do IDEB.

2005
2007
2009
2011
2013
Ideb Total 1 a 5 0 0,4 0,4 0,4 0,2
Pública 1 a 5 0 0,4 0,4 0,3 0,2
Privada 1 a 5 0 0,1 0,4 0,1 0,2
Ideb Total 6 a 9 0 0,3 0,2 0,1 0,1
Pública 6 a 9 0 0,3 0,2 0,2 0,1
Privada 6 a 9 0 0 0,1 0,1 -0,1
Ideb totalmédio 0 0,1 0,1 0,1 0
Pública médio 0 0,1 0,2 0 0
Privada médio 0 0 0 0,1 -0,3
Fica claro que está havendo uma desaceleração. Embora o que mais chame a atenção seja o ensino médio, o sistema inteiro está crescendo a um ritmo menor. Como os ganhos vão ficando menor e as metas continuam evoluindo, o buraco aumenta e as pernas encurtam.
Todo o sistema privado já está abaixo da meta em todos os anos escolares e em mais de uma edição do IDEB. Nas escolas públicas apenas as séries iniciais se sustentam nas metas.
Se for comprovada a tese da migração de alunos da escola pública para a privada para justificar a queda de desempenho das escolas privadas, teremos uma situação muito interessante na qual se constatará que a escola pública não é pior que a escola privada, quando esta última tem que acolher alunos equivalentes ao que a escola pública tem atualmente. Não deveremos estranhar, pois nem mesmo as escolas charters americanas têm resistido a esta comparação, ficando evidente lá que com alunos comparáveis, os dois sistemas tendem a trabalhar de maneira equivalente.

Fonte: http://avaliacaoeducacional.com/2014/09/06/ideb-pode-ser-pior-do-que-parece/

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 Em 11/09/14 : Nota do SEPE-RJ sobre o IDEB da Rede Estadual:

SEEDUC não mostra toda a verdade sobre o crescimento da rede estadual no IDEB 2013
A divulgação do ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2013, que apresenta um crescimento da nota das escolas da rede estadual do Rio de Janeiro – passando da 15ª colocação em 2011 para a 4ª colocação em 2013 – por incrível que possa parecer, não surpreendeu o Sepe. Isso porque, desde 2012, o sindicato tem denunciado que a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC) vem utilizando uma política pedagógica que restringe o universo avaliado pelo IDEB, com uma clara estratégia para melhorar artificialmente as notas dos alunos das escolas da rede estadual.
Esta política, inclusive, foi anunciada pelo próprio secretário estadual de Educação, Wilson Risolia nas audiências públicas realizadas pela Comissão de Educação e Cultura da Alerj e também em reuniões com o Sepe ao longo do ano de 2012. Risolia, nesses encontros, esclarecia de que maneira o Estado atuaria para melhorar as notas do IDEB: retirando do ensino regular os alunos que tinham idade acima da média escolar e transferindo-os para o Novo Ensino de Jovens e Adultos (NEJA) e implementação do Projeto Autonomia (que utiliza a metodologia de Telecursos da Fundação Roberto Marinho) – tanto o NEJA quanto o Autonomia não são avaliados pelo IDEB.
Número de matrículas no ensino médio caiu e governo fechou mais de 150 escolas estaduais nos últimos anos
A rede estadual matriculou no ensino médio, em 2013, ano em que foram coletados os dados do IDEB, 410 mil alunos (dados do INEP). Naquele mesmo ano, foram matriculados 57 mil estudantes no NEJA. Além disso, Risolia informou ao Sepe que matricularia 34 mil alunos no Autonomia. Ou seja, quase 20% dos alunos da rede estadual deixaram de ser avaliados pelo IDEB no ano passado por estarem no NEJA e Autonomia, o que certamente influenciou o resultado da nota do IDEB. Uma comprovação desta política que a SEEDUC vem implementando nos últimos anos foi o fechamento de mais de 150 escolas estaduais.
Além disso, em 2013, a SEEDUC soltou uma resolução que determinava que os professores de Inglês, Espanhol, Produção Textual e Educação Física não reprovassem os alunos. No final daquele ano, a Secretaria, devido à pressão dos professores, derrubou a resolução, mas o ano letivo já estava no final e a orientação da SEEDUC, com a aprovação automática, influenciou no resultado do IDEB.
O IDEB é formado por duas avaliações básicas: o resultado da aprovação escolar e o resultado da prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Esta prova é feita com uma amostragem muito pequena do universo das escolas, o que por si só já pode trazer uma desiquilíbrio na análise. Voltando ao artifício usado pela SEEDUC no Rio, junte-se uma amostra já minúscula das escolas com uma retirada dos alunos da rede regular que poderiam alterar para pior a nota e teremos, como em um passe de mágica, uma melhoria substancial da nota do IDEB no estado do Rio. Além do mais, a rede estadual de ensino vem diminuindo o número de matrículas em relação ao ensino privado, como o estudo do professor Nicholas Davies da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) comprovou: de 2006 a 2012, a rede pública estadual diminuiu o número de vagas em quase 35%, passando de 1,5 milhão para 973 mil. Hoje, segundo o professor da UFF, a rede privada no Rio é a segunda maior do Brasil em termos percentuais - o Rio de Janeiro é o único estado em que a rede privada na educação básica é maior do que a rede estadual. Nos demais estados, a rede estadual é sempre bem maior do que a rede privada.
Aumento de despesas com educação estadual é mais uma maquiagem
Ainda em seu estudo, o professor Davies denuncia que, mesmo com a diminuição substancial do número de matrículas, o governo estadual declara ter aumentado as despesas na educação – eis o trecho da sua análise sobre isso: “O que é estranho é o governo estadual do RJ auferir a terceira maior receita de impostos de todos os governos estaduais, só perdendo para São Paulo e Minas, e de ela ter praticamente dobrado de 2006 para 2012. Em 2006 foi de cerca de R$ 18 bilhões, subindo para cerca de R$ 36 bilhões em 2012. Estranhamente (pois as matrículas diminuíram drasticamente), as despesas declaradas (o que não significa a verdade) pelo governo em educação (sem computar as perdas bilionárias do governo com o Fundeb) aumentaram de R$ 3,580 bilhões, em 2006, para 5,455 bilhões, em 2012. Como explicar tantas inconsistências: a terceira maior receita de impostos dos governos estaduais, o aumento significativo de despesas declaradas em educação, e a redução enorme das matrículas na educação básica?”
Para o Sepe, cuja luta intransigente pela defesa da educação pública de qualidade é a nossa principal bandeira, a criação de sistemas de avaliação como o IDEB – um índice que não mede as reais necessidades e condições das escolas públicas – se configura em mais um mecanismo criado pelos governos para mascarar a real situação nas nossas escolas. Muito mais efetivo do que tal avaliação seria a implementação de mecanismos que envolvessem a comunidade escolar numa discussão sobre o real papel da escola como um bem público e que abrisse canais de diálogo sobre as demandas dos nossos alunos e da comunidade em geral.
Ao invés disto, o secretário Risolia trata as escolas com uma lógica mecanicista, transformando-as em verdadeiras fábricas e a comunidade escolar como cliente em potencial. Pela política meritocrática da SEEDUC, os índices são medidos a partir de uma lógica de resultados e produtividade, sem que sejam levadas em conta as condições de trabalho, as diferentes realidades nas quais as escolas estão inseridas e sem criar condições igualitárias de valorização profissional com a criação de bônus e gratificações a partir de metas estabelecidas. Deve-se observar que tais políticas não atingem nem 20% da categoria.
Governo estadual ainda não implementou o 1/3 de planejamento e descumpre decisão judicial sobre o assunto
Um exemplo claro da falta de vontade do governo estadual de melhorar as condições de trabalho da categoria são os baixos salários pagos aos profissionais (professores e funcionários) das escolas. A falta de remuneração adequada faz com que os índices de abandono na rede sejam elevados, já que muitos professores concursados pedem exoneração para trabalhar em outras redes municipais ou federais, que oferecem melhores perspectivas de remuneração – segundo o Diário Oficial do estado, somente em agosto de 2014, 183 professores pediram exoneração da rede. Isto cria uma rotina de rodízio de turmas, já que não existem professores suficientes para atender todos os alunos.
Outro exemplo da falta de prioridade dada pelo Estado à educação é o fato de, apesar da Lei Federal do Piso Salarial (Lei 11.378) determinar que 1/3 da carga horária dos professores sejam destinados para o planejamento pedagógico.
Dica do Sepe: não deixem de ver o episódio nº 11 da 20ª temporada de Os Simpsons: "Como o teste foi vencido", que é exatamente sobre um teste de avaliação aplicado na escola. Clique aqui para ver.

 http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=5729






 

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