Como acreditar nessa fala quando vários governos ( na verdade DESgovernos) estaduais e municipais ao invés de negociarem com os Servidores, particularmente com os da educação, pois esses são normalmente a primeira categoria a exigir negociação séria, mas ao contrário os governos no alto de suas arrogância e intolerância querem impor goela abaixo das categorias seus desmandos de forma ditatorial.
Basta vermos as situações atuais nos estados Paraná,São Paulo,Distrito Federal, Amapá,Goiás ... que colocam as suas polícia militar para impedir com uso de gás de pimenta, bombas de efeito moral, balas de borracha e cacetadas os ATOS dos TRABALHADORES em suas manifestações pacíficas e democráticas.VERGONHOSO, como educadores em geral são tratados por esses governantes, quando exigem reposição de suas perdas salariais, a manutenção de seus benefícios conquistados em lutas anteriores, embora ainda continuem com baixos salários.
Dessa forma torna-se visível a necessidade de se retirar a educação básica pública das mãos desses governantes, ou seja, " faz-se URGENTE a Federalização da Educação Básica pública ". Por isso solicito que divulguem em grupos, contatos, e nas mídias o grupo do facebook " FEDERALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO JÁ" , i.e :
https://www.facebook.com/groups/1480133468873751/
Pois não é justo que os servidores/trabalhadores paguem mais uma vez pela crise que eles(as) governantes criaram com suas más gestões.
Com o título “Quatro em dez professores fazem jornada extra para compor renda”, o jornal Folha de São Paulo, em reportagem do dia 30/06, nos mostrou que, “no país, 41% dos docentes da rede básica têm atividades complementares dentro e fora da educação”. [1]
A reportagem coligiu dados de um questionário nacional respondido por 225 mil professoras e professores dos anos finais do ensino fundamental (5o ao 9o ano) de diversas redes públicas, estaduais e municipais.
A reportagem nos mostra diferentes formas que os professores encontram para complementar a renda. Desde um professor de história/vendedor de roupas e sapatos em Teresina, PI, até uma professora de matemática/manicure do interior do Maranhão, passando pela professora que trabalha três turnos na educação de Belo Horizonte. A realidade é nacional, embora comporte importantes variações.
Segundo a reportagem, “em 16 estados o índice supera a média nacional. Rio Grande do Norte (55%) e Roraima (54%) lideram. Na outra ponta, estão Tocantins e Distrito Federal, com 22% e 12%, respectivamente”. O Estado de São Paulo se encontra na média nacional, com 41% de seus professores fazendo jornada extra.
Uma reportagem publicada no portal G1 do dia 25/06 pode nos dar pistas para entender essa situação. Sob a chamada de “Professor estadual com licenciatura ganha em média R$16,95 por hora”, a reportagem compara os salários-base de professores do Ensino Médio das redes estaduais do país. [2]
Não é apenas coincidência que os dois estados com menores índices de jornada extra figurem entre os três com melhores salário-base.
Mas não é só isso que chama atenção: dos 26 estados mais o Distrito Federal, 40% não estabelecem a jornada de 40 horas como base, podendo variar de 16, 20, 24, 25 ou 30 horas semanais, estabelecendo, então, jornadas de trabalho em tempo parcial.
Devemos lembrar que a Lei 11.738/2008, que estabelece o piso salarial profissional para os professores da educação básica pública, tem como parâmetro, para a remuneração mínima, a jornada semanal de 40 horas semanais, hoje fixada em R$ 1.917,78. Assim, uma jornada parcial pode significar um salário parcial.
Nos diz a reportagem que “considerando a carga horária de 40 horas semanais de trabalho, o salário-base é de R$ 2.711,48 para professores com diploma de licenciatura no início da carreira”. E segue a reportagem: “Em média, o professor da rede pública estadual formado em licenciatura (ou seja, com diploma de ensino superior), recebe 57% do salário dos trabalhadores brasileiros com formação equivalente. Segundo uma comparação feita pelo Cadastro Central de Empresas (Cempre) com base de dados de 2013, e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário médio de trabalhadores com diploma de nível superior foi de R$ 4.726,21”.
Um levantamento feito por economistas ligados ao Banco Mundial, à agência das Nações Unidas e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que as professoras e professores de ensino fundamental no Brasil têm renda média abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. [3]
Segundo a OCDE, os professores das escolas públicas brasileiras recebem bem menos que a média dos países desenvolvidos. De 34 países pesquisados, o Brasil se encontra na penúltima posição, ficando à frente apenas da Indonésia. Com dados de 2012, esse estudo mostra que um professor que inicia no magistério público no Brasil recebe, em média, US$ 10.375,00 anuais. Entre os países membros da OCDE, a média salarial era de US$ 29.411,00 anuais
O problema é que a baixa remuneração é uma pressão para o aumento indiscriminado da jornada de trabalho, seja em atividades na própria educação ou em outras atividades, como mostrou a reportagem da Folha de São Paulo.
Não à toa, o professores brasileiros são os que têm a maior jornada de trabalho em sala de aula, segundo pesquisa internacional realizada pela OCDE. Segundo essa pesquisa, que comparou 30 países, a carga de trabalho média em sala de aula dos professores brasileiros é 6 horas superior à jornada laboral média dos demais países pesquisados. Se levarmos em conta apenas os professores que responderam estar em tempo integral na escola, esse número sobe para 10 horas. [4]
Sabemos que a educação básica pública concentra 82,8% das matrículas no país, segundo o Censo Escolar de 2013. Assim, a grande maioria dos professores trabalham para o Estado, em seus diversos níveis, e também cumprem suas jornadas extras em instituições públicas.
É interessante como a própria Constituição Federal de 1.988 normatiza esse mais trabalho. No seu artigo 37, inciso XVI, lemos que é vedada a acumulação remunerada de dois cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, para professores e profissionais da saúde.
Assim, quando a Constuição Federal permite a “acumulação remunerada de dois cargos públicos”, sem limitação legal da jornada de trabalho total, ela acaba por incentivar o aumento indiscriminado da jornada de trabalho dos profissionais da educação e da saúde, sempre vendidos como as prioridades nacionais.
Para se ter um exemplo, no estado de São Paulo, a jornada legal máxima de um professor da rede estadual é de 65 horas de trabalho semanal, podendo se dar tanto por acúmulo de cargos (concursados) ou por contrato de trabalho como temporário.
Sabemos também que grande parte das redes municipais estabelecem a jornada de trabalho docente em 30 horas semanais. Além do fato de muitas delas não cumprirem ainda o disposto na Lei do Piso no que se refere à remuneração mínima (para não falar na composição da jornada), mesmo uma rede que cumpra a Lei poderá pagar apenas 75% do piso salarial, já que o piso é instituído para uma jornada de 40 horas.
Dessa forma, a única saída é “dobrar a jornada” assumindo outro cargo. Mas como a jornada é de 30 horas, dobrar a jornada significa passar a trabalhar 60 horas semanais.
Assim, a despeito de a Constituição Federal de 1988 ter determinado, em seu artigo 7o, inciso XIII, a “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais”, vemos que os professores das redes públicas figuram como uma famigerada exceção, pelo “benefício” da “acumulação remunerada de cargos” sem nenhuma limitação legal para a duração da jornada de trabalho.
Mas é claro que aqui um problema alimenta o outro: a baixa remuneração faz da “jornada extra para compor renda” uma necessidade. Seja nas lojas, nos salões ou nas próprias escolas, essa já é a realidade de 41% dos professores de educação básica no país.
Agora dá para entender porquê uma onda de greves de professores da educação pública varreu o país?
Link : http://esquerdadiario.com/Jornada-extra-de-trabalho-e-realidade-para-mais-de-40-dos-professores-no-pais
[1] http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/224443-quatro-em-dez-professores-fazem-jornada-extra-para-compor-renda.shtml
[2] http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/06/professor-estadual-com-licenciatura-ganha-em-media-r-1695-por-hora.html
[3] http://www.informativo.com.br/site/noticia/visualizar/id/57874/?Pesquisa-comprova-baixo-salario-do-professor-brasileiro.html
[4] http://www.oecd.org/edu/school/talis.htm
O Blog http://bugrilo.criarumblog.com/ conta como o sistema americano de ensino faliu depois que o governo a adotou a meritocracia e testes padronizados (como SAERJ, SAEB, etc). Uma resenha do livro está no blog citado. Todo educador sério que se preocupa com os rumos da educação em nosso estado deve conferir e comentar. O crime que o atual governador junto com seu secretário economista travestido de educador estão fazendo contra as futuras gerações irá custar um preço muito caro para nossa sociedade.
Fonte: Postagem de Sérgio Murilo Leal no facebook.
“Diane Ravitch examina a sua carreira na reforma educacional e repudia posições que ela anteriormente defendeu firmemente. Baseando-se em 40 anos de pesquisa e experiência, Ravitch critica as ideias mais populares de hoje para reestruturar as escolas, incluindo privatização, testes padronizados, responsabilização punitiva e multiplicação irresponsável de escolas autônomas. Ela demonstra conclusivamente por que o modelo empresarial não é uma forma apropriada de melhorar as escolas. Usando exemplos de grandes cidades como Nova York, Philadelphia, Chicago, Denver e San Diego, Ravitch evidencia que a educação de hoje está em perigo.
“Ravitch inclui propostas claras para melhorar as escolas americanas:
– deixe as decisões sobre as escolas para os educadores, não para os políticos ou empresários;
– construa um currículo verdadeiramente nacional que estabeleça o que as crianças em cada série deveriam estar aprendendo;
– espere que as escolas autônomas eduquem as crianças que precisam de mais ajuda, não que concorram com as escolas públicas;
– pague um salário justo aos professores pelo seu trabalho, não um “salário por mérito” baseado em pontuações de testes profundamente falhos e não confiáveis;
– encoraje o envolvimento familiar na educação logo a partir dos primeiros anos.
“Vida e Morte do Grande Sistema Escolar Americano oferece mais do que apenas uma análise da situação atual do sistema educacional americano. É uma leitura fundamental para qualquer um interessado no futuro da educação americana.
Diane Ravitch é professora e pesquisadora de educação na Universidade de Nova York e membro associado do Instituto Brookings. De 1991 a 1993, ela foi secretária-assistente de educação e conselheira do secretário de educação Lamar Alexander na administração do presidente George H. W. Bush. O presidente Clinton apontou-a para a Junta Nacional de Assessoramento Governamental, que supervisiona as testagens federais. Ela é autora e editora de mais de 20 livros, incluindo The Language Police e Left Back, e seus artigos apareceram em numerosas revistas e jornais. Nativa de Houston, Ravitch graduou-se nas escolas públicas de Houston, Wellesley College e Universidade de Colúmbia. Ela vive no Brooklyn, Nova York.”
Fonte: http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=2648
O livro "Lost in the meritocracy" ( Perdido na meritocracia) do americano Walter Kirn, ainda sem tradução, mostra o equívoco de basear a educação exclusivamente na classificação dos estudantes por meio de notas, grifes, insígnias ou degraus que conduzem a lugar nenhum. No livro o personagem se descreve como um filho natural da meritocracia ( sistema que avalia alunos, professores e escolas em provas, depois premia quem se sai melhor). Nesse sistema meritocrático aprender é secundário, ser promovido é o principal.
Meritocracia tem sido adotado como mantra por todos aqueles que defendem a reforma no sistema brasileiro, sobretudo por fundações e institutos mantidos pelo capital privado. A meritocracia não dará conta de transpor o fosso social ou de romper nossa singularidade cultural, que resiste a aceitar o valor do conhecimento. Alguém já viu algum vídeo de algum ex-presidente falando sobre os últimos livros que lera ou os últimos desafios da matemática? Para um aluno aprender, o mais importante são os exemplos, atitudes, valores. Os sistemas meritocráticos não se preocupam com isso, pois são inspirados em técnicas de avaliação empresarial, só atuam sobre o que é mensurável; transformam o talento numa espécie de moeda, acumulada aos milhões.
Só que, em educação, é verdade que dá para medir muita coisa, menos o que importa.
Fonte : Revista Época nº 882 de 4/5/15 - Síntese da coluna do autor citado- pág.68.
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