I - Sobre Avaliações Externas.
Esse tipo de
prova não avalia nada, apenas mede o retrato da vida real, não conta se ela é
boa ou ruim, pois só o Ideb ou a Prova Brasil não dão subsídios para a
discussão sobre políticas públicas educacionais. Avaliações
padronizadas PRECISAM serem complementadas com avaliações específicas da
escola.
Aspectos como : a formação do corpo docente, a localização da escola, perfil dos discentes e envolvimento da comunidade , são fatores que não estão voltados apenas na aprendizagem dos alunos, mas influenciam na qualidade do ensino.
O fato é que a universilização do ensino básico que garante a matrícula de toda criança na escola, e o sistema de avaliação do ensino ( provas padronizadas externas ) se mostram ineficientes e responsáveis pelo tímido avanço da educação no Brasil. São necessárias ferramentas mais simples do que apenas vagas nas escolas e provas padronizadas.
II - A educação básica precisa ser
repensada e valorizada pelo MEC.
Faz tempo
que a educação infantil e o ensino
fundamental 1º segmento, na grande maioria das escolas é tratado por tias, e
não por professoras(es) realmente qualificados e preparados para o início da
aprendizagem das nossas crianças. Devemos lembrar que toda construção se inicia
por uma base sólida.
Observando a
anos a educação estadual do Rio de Janeiro, onde leciono Matemática e Física,
constato anualmente que a grande maioria dos alunos que chegam ao 1º Ano do Ensino Médio são de
analfabetos funcionais, não sabem nem mesmo realizar as quatro operações da
Aritmética, ou seja, não aprenderam de fato os conteúdos que são pré requisitos
para aprendizagem da Matemática do
ensino médio, ferramentas para Física e
Química.
Podemos
afirmar que o acesso geral, irrestrito de todos ao ensino médio regular da rede
estadual do RJ ( acredito que ocorra o mesmo nas demais redes estaduais ) sem
que haja avaliações pelo menos de Matemática e Português com ênfase em
interpretação textual, tenha propiciado o caos constatado no ensino médio, no
Enem e nas faculdades.
No estado do
RJ ao contrário do ensino médio regular, há seleção para a rede FAETEC, para
escolas como o NAVE e outras similares.
Com a
implantação de seleção para acesso ao ensino médio regular, as prefeituras se
sentirão obrigadas a tratarem o ensino fundamental com seriedade na relação
ensino / aprendizagem.
Hoje infelizmente
com a ânsia de verem a subida no indicador Ideb, os prefeitos e governadores
através das secretarias de educação praticamente exigem a aprovação maciça dos
discentes, ou seja, aprovação automática. VERGONHOSO, tratar a educação como mero arrecadador do FUNDEB.
Conclusão : Providências devem ser tomadas e gerenciadas
pelo MEC, que simplesmente ignora o que ocorre nas redes públicas estaduais e
municipais.
Em 24 de maio às 11:05 postei em vários grupos do facebook :REALIDADE, e Sobre Nossas Escolas. ( Por : Douglas Luddens ) :
ResponderExcluir1. Só para constar, registro que o garoto que matou o médico da Lagoa é ex-aluno da escola que trabalho em Manguinhos. Nunca dei aula pra ele. Pelo que parece, saiu em 2011/2012, por abandono ou por desligamento; motivado por indisciplina.
2. Registre-se também, que nós professores, no início deste ano, fizemos uma paralisação na escola e nos dirigimos à 4a Coordenadoria Regional de Educação para reivindicar melhores condições de trabalho, dado o estado alarmante que encontrávamos, com invasões de pessoas de fora no pátio da escola, recorrentes casos de violência entre alunos e um número reduzido de funcionários para dar conta de uma escola com cerca de 1400 alunos. Temos uma carência enorme de funcionários de pátio, corredor, sala de leitura, secretaria e professorxs.
Fomos recebidos, mas pouco se mudou até hoje.
3. Atualmente, no turno da manhã, temos 60 tempos sem professorxs; no turno da tarde, 40 tempos e, no noturno (PEJA), com 6 turmas, quatro destas turmas há um ano e meio nunca tiveram o direito de ter umx professorx de Língua Portuguesa. Faltam educadores numa escola que cada vez mais aumenta o número de grades e muros. Somos gaiola e não asas.
4. O que oferecemos enquanto escola é muito pouco diante de uma realidade social muito complexa que é a de Manguinhos e do Mandela.