sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Sobre o Dia do professor(a)

Postei & Divulguei : Parabéns a TODOS os colegas pelo nosso dia (15 de outubro),
embora nós professores da Seeduc que estamos em sala de aula não tenhamos nada a comemorar, pois:
- 0% em 2015 de reposição de perdas,
- não atendimento à Lei de 1/3 para atividades extra classe para os docentes de 16h e 40h , 
- não atendimento uma matricula-uma escola ( dedicação exclusiva),
- e disciplinas (Filosofia, Sociologia e língua estrangeira) importantes para formação do discente c/ um tempo por semana.
Não vejo nada a comemorar.
O meu sonho é que a categoria deixe de ser passiva, acovardada, pois essa falta de ATITUDE faz com que continuemos a ser pisados por esse DESgoverno.
O fato é que com a grande maioria da categoria ausente das assembleias, parte da direção aprova o que querem, pois levam os seus que votam com eles. Vejam que nas duas últimas assembleias foi colocado para votação o "estado de Greve", que nada mais é que sinalizarmos ao DESgovernador que podemos até mesmo entrar em greve, e em ambas ocasiões foi derrotada, pois temem melindrar o nosso opressor. Que categoria é essa que se omite em participar e decidir no voto os rumos do sindicato? Essa ausência permitiu que só tenhamos nova assembleia em 11/11/15. Pra quê? Se tivéssemos votado na penúltima assembleia por estado de greve, e na última entrarmos em greve ( com a categoria unida ) o Saerj que está por vir e a prova Brasil, ambas avaliações externas estariam comprometidas, e mostraríamos ao DESgoverno nossa força, mas é só ficção. LAMENTÁVEL !!!
Obs. : Postado nos face do Pezão,Conexão Jornalismo ,Brasil de Fato RJ , rádios CBN Rio ,Rádio Globo , rádio BandNews Fluminense , SBT Rio, etc..., vão lá e curtam, pois temos que divulgar a nossa realidade.

Na noite de 15/10/15 o governador Pezão no facebook parabenizou a categoria. Vejam:

Luiz Fernando Pezão
18 h
Meus parabéns a todos os professores e professoras do Rio!
É graças a eles que chegamos até aqui e seremos um estado ainda melhor no futuro!‪#‎DiaDoProfessor‬



O que no final da manhã de 16/10 ao tomar conhecimento, comentei na sua postagem e divulguei :
Muita cara de pau nos desejar parabéns. Dispenso essa parabenização. Pois temos uma perda acumulada muito superior aos 20% emergenciais que reivindicamos em nossa pauta. Lembremos que em set/2006 o então candidato do pmdbista Garotinho, o CabralNÓQUIO estava em campanha em 2006 e nos enviou Carta assinada em set/2006 com promessas, entre elas a reposição das perdas acumuladas nos últimos dez (10) anos ( e até agora não cumpridas ), a nossa perda estava em torno de 62%. Aí o CabralNÓCHIO foi eleito, e em 2007 levamos 8%, em 2008 somente 4% , em 2009 começou a incorporação a conta-gotas do nova escola ( que já ganhávamos) que esse DESgoverno propagandeou como aumento, na verdade em 2009 e 2010 nosso reajuste foi de 0%, pois o que era incorporado ao salário era abatido do nova escola, simples mudança de rubrica ( Ganho= R$0,00), e em 2011 somente 5% depois de mais de 60 dias de greve, 0% em 2012, 7% em 2013, 8% em 2014, 9% em 2014 e agora 0% em 2015. Não podemos esquecer que nesses anos também houve inflação.
Logo : O pouco que conseguimos não foi aumento salarial, e sim recuperação de parte das nossas perdas. Hoje com piso de R$1.179,35 e dois auxílios vergonhosos, o carroça ( transporte)em torno de R$100,00 e o vale coxinha (alimentação) de R$160,00 é elevado o nº de escolas sem professores de Matemática, Física, Química,...., e diariamente vários colegas se exoneram, pois a docência na rede estadual NÃO TEM Atratividade alguma. Pezão és o inimigo nº 1 da educação pública de qualidade e valorizada no estado do RJ. LAMENTÁVEL !!!

Obs. : Vão lá e curtam.





quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Efeitos da Categoria Desunida.

A colega Carolina Mendes Albuquerque postou : Pois é, não existe crise para o TJ em nosso estado. Aumento de 27% sobre auxílios e abono de 2 mil reais. E nós professores lutando nem que seja por um reajuste segundo o INPC. Sinceramente eu não sei de quem sinto mais vergonha: do nosso Governador ou de uma boa parte de nossa classe que vê tudo isso e simplesmente não se move. Eu tenho orgulho de ser professora! Mas muitos de meus colegas tem deixado meu coração descrente sobre o futuro de nossa profissão! Leiam os jornais e analisem vocês mesmos. A crise só existe para nós.
Comentei : Com a grande maioria da categoria ausente das assembleias, parte da direção aprova o que querem, pois levam os seus que votam com eles. Vejam que nas duas últimas assembleias (16/09/15 e 08/10/15 ) foi colocado para votação o "estado de Greve", que nada mais é que sinalizarmos ao DESgovernador que podemos até mesmo entrar em greve, e em ambas ocasiões foi derrotada, pois temem melindrar o nosso opressor. Que categoria é essa que se omite em participar e decidir no voto os rumos do sindicato? Essa ausência permitiu que só tenhamos nova assembleia em 11/11/15. Pra quê? Se tivéssemos votado na penúltima assembleia por estado de greve, e na última entrarmos em greve ( com a categoria unida ) o Saerj que está por vir e a prova Brasil, ambas avaliações externas, teríamos mostrado ao DESgoverno nossa força, mas é só ficção. 
LAMENTÁVEL !!!

A colega Viviane Coelho comentou no grupo OCUPA SEPE : A categoria presente votou e tem votado pelo estado de greve! A diretoria partidária e seus currais é que estão aprovando a tranquilidade para o governo! Blindaram até mesmo a paralisação nos dias do saerj! Depois de passado o rodo, se retiraram solenemente! Com tantas humilhações dentro e fora do sindicato, quando essa categoria se levantará?

Comentei: Cara Viviane Coelho enquanto a base da categoria que quer mudança não comparecer às assembleias, eles aprovarão o que quiserem. 

LAMENTÁVEL!!!






Assédio por Aprovação

Assédio por Aprovação.

Colega professor(a) a partir do 3º bimestre  tem sido prática na rede estadual do RJ e em redes municipais o assédio da grande maioria dos diretores e seus superiores ( a.g.e. e coordenadores das metros ) sobre os professores com vista a aumentar o índice de aprovação das turmas. Chegam em alguns casos a determinarem percentual máximo de aprovação e por conseguinte, mínimo de reprovação. Intimidando muitas vezes o docente com a ameaça de ter que justificar na metropolitana o não cumprimento do índice de aprovação.

Caro colega, se sentires ameaçado e tiveres consciência do trabalho realizado, não ceda , peça ( e se possível grave ) que lhe seja mostrado o documento que define o percentual de aprovação / reprovação a que estás sendo coagido a cumprir. Evidentemente que não lhes mostrarão nada, pois ele não existe, afinal esse governo não se importa de fato com o binômio ensino / aprendizagem , mas burro não é. Finalizando deixe claro que em  persistindo o assédio irás denunciar ao Ministério Público ( os diretores o temem ) e ao Sepe.

A  saber:

Ø  Ministério Público do RJ:  http://www.mprj.mp.br/web/internet/cidadao/ouvidoria/faca-sua-comunicacao-aqui   Ou pelo Tel. 127
Ø  SEPE JURIDICO :  E-mail : juridico@seperj.org.br ( ou no fale conosco do site do Sepe  ).
Juridico do Sepe: (21) 2195 0457 / Coordenadoria Geral : Tel. 2195 9450




                                           Também sou contra a aprovação automática.


 
 

Obs.: Em dez/2014 já havíamos postado matéria sobre a forçação de barra para aprovação a qualquer custo na rede estadual do RJ , onde mostramos depoimentos de vários colegas. Vejam em :

observacoeseducacionais.blogspot.com.br/2014/12/tudo-pelas-aprovacoes-na-seeduc.html



                                                     




domingo, 11 de outubro de 2015

Direção do SEPE NÃO CUMPRE Deliberação Aprovada em Assembleia.

Esclarecendo :
Na Assembleia de 21/03/2013 foi Aprovado que em nossos ATOS as Bandeiras do Sepe e da Educação serão em GRANDE MAIORIA e sempre na frente, para caracterizar ser um ATO da Educação e de seus Servidores e atrás em MINORIA poderão estar as bandeiras dos partidos que apoiam as nossas reivindicações. E os/as diretores/as do sindicato não empunharão as bandeiras de seus partidos ou centrais sindicais, e sim as do Sepe ou da educação!


Agora no Ato pós Assembleia de 08/10/15 conforme informação da Gestão Sindical da Chapa 3 em Belford Roxo, pode-se constatar que a Direção atual do Sepe Não Fez Cumprir o que fora aprovado em 21/03/13 e está em vigência. Vejamos o informativo denúncia: 


          Autora: Luciana Pereira de Andrade Mesquita


Já dura muitos anos. Ontem, dia 8 de outubro de 2015, foi mais uma dessas situações de falta de ética nos movimentos de rua do SEPE/RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do estado do Rio de Janeiro). Lá estava a bandeira do PSTU. Na verdade, várias bandeiras. Mais bandeiras que as bandeiras do SEPE. Na falta de bandeiras com temas político-pedagógicos, os manifestantes estavam cantarolando em grupo alguma coisa, para que quem passasse na rua soubesse o que se reivindicava ao governo, na caminhada escoltada por policiais entre o Largo do Machado e o Palácio Guanabara. Tínhamos vindo do Instituto Metodista Bennett, onde houve uma assembleia da rede estadual do SEPE. Entramos numa nova gestão colegiada proporcional em agosto. Estou fazendo parte agora da direção, dando os primeiros passos de gestão sindical.

Já tinha visto outras bandeiras político-ideológicas ou político-partidárias ou com linhas ideológicas, nos movimentos de rua do SEPE, não assumidas por suas assembleias, e eram muitas. Notou-se, contudo, que a categoria dos profissionais de educação estava se afastando do sindicato por causa desse uso dos recursos do sindicato para dar visibilidade a um grupo político, a pretexto da luta político-pedagógica. Quais seriam os uso desses recursos? Uso de recursos financeiros, como carro de som pago na rua com chamadas para que a população fique atenta à passeata, aluguel de auditórios para reunir pessoas para melhor se organizarem em consenso; recursos humanos, como várias pessoas envolvidas para promover um ato, entre voluntários, sindicalistas voluntários e com licença sindical, e funcionários remunerados pelo sindicato; e recursos do apelo temático, como é a causa da educação sofrendo descaso do governo, que faz as pessoas comuns se comoverem e darem atenção a quem passa na rua; dentre outros recursos. Daí o uso da expressão aparelhamento político do sindicato para dado grupo político-partidário ou político-ideológico ser promovido diante da população.

O aparelhamento político ou o tal corporativismo inevitavelmente ocorre em níveis variados, e é usual quando uma direção sindical possui governo majoritário: a chapa com mais votos leva o direito de gerir o aparelho ou a instituição sindical. Mas, quando se trata de uma direção colegiada, onde todas as chapas que recebem votos passam a fazer parte da direção de forma proporcional ao voto recebido, então o aparelhamento político do sindicato torna-se indecente e desrespeitoso em extremo. Um exemplo não sindical é o aparelhamento político do governo pelos grupos políticos que entram majoritariamente. O uso do aparelho administrativo tem sido tão abusivo que a verba pública é desviada ao ponto de superfaturamento das contas públicas com ampla divulgação na grande mídia. E parece que nada acontece. 

Mas, pela ética administrativa, há leis que impedem que a mídia da administração pública e a grande mídia sejam usadas, após as eleições, pelo grupo político vencedor, para divulgar sua bandeira política em sua gestão. Alguns sabem qual é a bandeira política em função da propaganda política anterior, mas de fato não se vê, em função da proibição e da penalidade aplicada se houver denúncia nesse sentido. Ao menos isso é acatado. E é ético quem luta contra os abusos dos governos na educação agir de forma semelhante ou proporcionalmente semelhante?
Proporcionalmente semelhante? Como assim? Proporcional? Simples. Grupos políticos financeiros desviam muitas verbas públicas porque possuem muitos recursos em seu poder. Possuem a gestão da verba pública, possuem o direito de terceirizar (e fazer acordos com as empresas que terceirizam, e fazer o tal caixa dois, e quem não sabe? mas tem que provar), possuem o poder de constranger o poder jurídico nas suas instâncias governamentais a fazer a tal ‘vista grossa’, e et cetera, só até aí. Então... proporcionalmente um grupo político possui menos poder... não tanto... mas um poder de gerir algo com recursos de um sindicato e resolve se aparelhar por meio do sindicato, para promover a sua ideologia que (para seus componentes) é a melhor de todas e é a solução do abuso de poder dos governos de “direita” (e aí vai todo um discurso de ‘esquerda’, do abuso da burguesia... do capital...), e... aí... o argumento vai descambar para? “Então o partido de direita tal faz, e nós que somos a classe trabalhadora...” Obviamente oprimida (como eu e você, pessoas comuns), pelo opressor capitalista (burguês). E continua o raciocínio do discurso para justificar o aparelhamento sindical... “Nós trabalhadores não temos outra saída contra a opressão, que não seja fazer o mesmo.” Que é!!... aparelhar também, usando os recursos disponíveis também da classe trabalhadora que optou por um sindicato ‘não pelego’ (compreendido como aquele que não faz acordos com os governos contra o direito trabalhista, e realiza os enfrentamentos necessários e viáveis para denunciar os abusos de poder dos governos contra a classe trabalhadora), e... plural politico-ideologicamente, como o SEPE. Essa última parte do raciocínio é que nos interessa. O grupo político que resolver usar um sindicato como o SEPE para se aparelhar ao extremo, obviamente desrespeitando os outros grupos políticos que ali compõem a direção (já que existem outros níveis de aparelhamento político do sindicato, menos explícitos e menos ‘perniciosos’), sabe que está realizando um aparelhamento político não contra os que estão no governo abusando do poder (já que há os que não abusam), mas contra seus colegas sindicalistas: os outros grupos políticos que compõem a direção colegiada. E existe essa coisa de sindicalista abusar do poder contra o outro sindicalista, e ainda ter cara de reclamar do governo com seus abusos? Tem, lógico que tem. As formas de corrupção estão em toda parte. Não só no PT. Cruz credo. Fazendo uma salvaguarda: tem gente muito militante no PT lutando contra os abusos de poder dos governos. Desculpa, mas nem todo filho tem que puxar sempre ao pai, em seus atos. Claro que tem alguns que saem de casa e vão morar em outro lugar. (Tentar defender alguma face de petistas é um risco à própria face, por causa dos pré-conceitos e preconceitos políticos formados em função dos escândalos do partido. Mas só estou querendo ser justa com quem não faz parte disso.)

Você pode pensar sobre quem aparelha politicamente contra o outro sindicalista: “Mas vai que estão lutando contra aqueles que podem ser uma ameaça à luta sindical, e estão querendo fazer algo para anular essas forças ameaçadoras, dando a entender com sua bandeira político-partidária na passeata, que eles estão ali com o apoio dos demais sindicalistas e que os outros grupos políticos são usurpadores (os outros sindicalistas que receberam voto também para ali estar gerindo o sindicato). Esse é um raciocínio. Podemos partir para um raciocínio menos radical da leitura da bandeira política em passeata. Talvez eles apenas queiram dar ‘visibilidade’ para a bandeira político-partidária que luta pela educação (a deles), dando a entender isso por quem passa na rua. Se esse for o raciocínio, então os demais grupos político-partidários e político-ideológico deveriam hastear suas bandeiras também em passeatas do SEPE. Claro que teríamos um verdadeiro Carnaval de bandeiras que apagariam a luta político-pedagógica. Quem passasse pela rua vendo a passeata iria entender que a ênfase da passeata seria qualquer coisa, menos uma pauta político-pedagógica clara, ainda que se gritasse ao microfone a pauta. Quem sabe o que é poluição visual sabe do que estou falando. Mas os demais grupos políticos do sindicato não têm feito isso, porque estão cumprindo o acordo de cavalheiros, de camaradas, de sindicalistas, de colegas da educação, para trazer a categoria de volta para as ruas. Categoria bem decepcionada com os níveis de aparelhamento político no SEPE, que deveria estar acima dos demais sindicatos por sua proposta de pluralidade política.

Mas há quem não se importe com a categoria de volta às ruas, de volta aos fóruns de diálogo do sindicato. O fato é que quem faz o aparelhamento político em questão não se importa com a grande maioria da categoria nos diálogos e nas ruas com o sindicato. Trazer a maioria é ter que lidar com o consenso ou senso comum. E o senso comum é voto que vence o senso não comum. Óbvio? Não. Talvez você não tenha entendido. Os grupos que fazem nível de aparelhamento extremo, usando a mídia sindical realizada por meio das passeatas para levar a informação de denúncia para a população (informação que a grande mídia não costuma levar), não se importam em fazer uso negativo dessa mídia (a passeata). Não se assuste. É isso mesmo. Eles fazem de propósito. Não há ingenuidade, alienação ou ignorância. Pelo contrário, há doutrinação dos militantes nesse sentido. O não atender ao acordo de camaradas ou de sindicalistas é com essa finalidade de afastar a categoria. Eu explico.

O sindicato faz a chamada para a categoria ir para as ruas quando não está sendo feliz nas negociações com o governo. Por exemplo, a de ontem, dentre tantas reivindicações urgentes, possui como urgência o reajuste salarial que não ocorreu desde o início do ano. É um exemplo. Logo, nós sindicalistas (estou iniciando a experiência de) precisamos que a categoria vá para as ruas nos ajudar a fazer pressão política contra o abuso do governo. O que faz um grupo político inserido no meio sindical que entende que precisa estar onde os governos estão por meio do lema ‘os fins justificam os meios’? Usam um trampolim: o aparelhamento político. Mas podem querer um trampolim mais rápido (e bem menos ético): aparelhamento ao extremo, e levantam sua bandeira em passeatas do sindicato (várias e várias vezes). E... a categoria (a população como um todo) que já não gosta do aparelhamento que o governo faz, quando vê esse nível de aparelhamento explícito (usando a mídia sindical das passeatas), se afasta das ruas, do sindicato, e ainda pode deixar de contribuir financeiramente para o mesmo, se dessindicalizando. (Segue o raciocínio.) Quem faz o aparelhamento (em especial com bandeira partidária levantada nas ruas) sabe disso? Sabe!... E por que faz? Interessa afastar a categoria? Sim! A lógica é a seguinte: essa maioria de senso comum costuma ir contra a ideologia político-partidária do grupo político que faz esse nível de aparelhamento, e por isso essa maioria da categoria tem que ser afastada dos movimentos sociais (nessa lógica), ainda que se atraia apenas uma minoria capaz de tolerar a ausência de senso comum, para ajudar (direta ou indiretamente por meio da omissão) impor a ideologia de dado grupo político. Por traz desse comportamento, existe a ideia que a grande maioria, seja lá de que categoria de trabalhadores pertença, é uma maioria alienada, incapaz de seguir o raciocínio maravilhoso e salvador da pátria do tal grupo politico que faz o aparelhamento político de afastar as massas. Então... esqueçamos a passeata de grande adesão, enquanto houver esse ou aquele grupo político levantando sua bandeira para dizer que não está a fim de respeitar a pluralidade política sindical proposta pelo estatuto do SEPE (ou de outro sindicato semelhante). Vai que todo mundo se acostume ao abuso e falta de ética e entenda a questão como coisa cultural do SEPE. (Tipo um caso perdido.) Para quem aparelha, a massa (essa maioria de trabalhadores) não pode ser salva da influência do capital ou da burguesia. E, se essa grande maioria estiver presente nos fóruns de discussão do sindicato, como as assembleias, os conselhos de representantes, os conselhos fiscais ou entrando para a direção do sindicato, esses grupos do aparelhamento extremo (vamos dizer assim) serão “extremamente ameaçados” em sua ‘hegemonia’.

Qual é a diferença da prática política de grupos que usam as instituições públicas, quando conseguem entrar no governo e realizam o uso leviano das verbas públicas e de outros recursos para se aparelhar e para continuar no governo? 
Resposta: Não há nenhuma diferença, exceto do discurso dito de esquerda. Diga-me o quanto tu usas o aparelho sindical para dar hegemonia ao seu grupo político nas instâncias sindicais que eu te direi o quanto usarás o aparelho governamental para dar hegemonia para seu grupo político, se ali instalado. O maior nível de hegemonia política tem sido conseguido ao se usar a democracia e a grande mídia de forma a seduzir a população para que os votos sejam dados e esses grupos, e os mesmos permaneçam sugando os recursos públicos. Não é isso que criticamos? O maior nível de hegemonia sempre foi expresso nas ditaduras. Não é contra isso que nos colocamos? Nem todos. Alguns acham que a solução é usar métodos semelhantes. Respeito à pluralidade sociocultural e político-ideológico não combina com ditadura. E as duas coisas não podem ocupar o mesmo espaço político-social. Esses grupos do aparelhamento máximo sabem disso; tanto os que estão em sindicatos quanto os que estão exercendo o governo público.

A discussão contra o corporativismo (o aparelhamento político) ― uso do sindicato para promover uma dada bandeira política ― apagando a luta pela pauta político-trabalhista de dada categoria tem sido o alvo das discussões quando se fala de gestão sindical para atrair a categoria dos profissionais de educação para o sindicato, e essa discussão tem ocorrido no SEPE. E os movimentos de rua do sindicato são, nesse sentido, a menina dos olhos. Mas, apesar dos apelos, das solicitações, dos acordos entre diretores de várias tendências políticas, lá estavam militantes do PSTU impondo sua bandeira, e várias, na passeata de ontem, mas já algum tempo. Em algumas bandeiras vinham inclusive o número do partido: 16. Até eu gravei. O que significa a sigla? O rótulo? Não importa. Importa o que está por trás e o que dificulta ou facilita a luta sindical. E a luta sindical sem a presença da grande maioria dos trabalhadores não é luta sindical eficaz. Declarar que se quer essa maioria e na prática demonstrar que não se quer é o que se chama de discurso demagógico.

Como diretora sindical que está iniciando uma jornada sei é da prática política, da falta de ética com os apelos, os rogos, as solicitações, os acordos de camaradas, de sindicalistas dentro do SEPE, para não se levantar bandeiras político-partidárias em passeatas. Mas não adiantam os clamores. Estamos vencidos na luta para trazer a categoria? Eu decidi ir às passeatas, mas vou me retirar se a falta de ética se instalar. E vou denunciar. Retirada completa? Não. O silêncio seria um ato de conivência. Poderia pegar o tal do microfone do carro de som e denunciar, mas cabe à direção geral do sindicato fazer essa denúncia ao público que passa e vê a passeata, para tentar constranger o grupo político que constrange a presença da categoria. 

Quando eu reclamei com alguns líderes do SEPE, um me disse que não seria bom denunciar para não afastar a categoria. Eu disse que daria no mesmo e seria pior não denunciar, pois vindo alguns dessa categoria (não sindicalistas e ignorantes da complexidade da questão) para o ato e vendo a situação que os afasta ali insistentemente colocada e desrespeitosamente presente se sentiriam traídos, voltariam para as escolas e ainda diriam que o SEPE é um caso perdido para se ter a categoria nas ruas. Ninguém pode ser constrangido a estar num ato, porque precisa ajudar o SEPE a negociar os direitos trabalhistas da educação, e, por isso, ter que aceitar isso. Eis o dilema. Quem segurava as bandeiras partidárias citadas não estão nem aí para o dilema. Abordei um que sorriu, tirei várias fotos das bandeiras, e um grupo desse partido ainda pousou sorridente para as fotos. Obviamente, se eu postar essas fotos, colocarei tarjas nos rostos. Essas pessoas ficariam marcadas diante da grande maioria da categoria que é contra esse aparelhamento, e que vissem as fotos. Mas os sorrisos dos militantes do tal partido, ao pousarem para as fotos de denúncia, demonstravam de fato o quanto não se importavam.
Chamar polícia? Vai contra a prática política sindical chamar polícia para outro grupo sindicalista, em especial interno. Tirar a bandeira na marra? É chato ficar nessa picuinha na frente das pessoas e com o “colega” camarada de luta. Então se continua solicitando, pedindo, fazendo reuniões com rogos. Até quando? Até percebermos que não teremos a tal grande adesão, e, no desespero de luta, alguns terão que deflagrar greve sem essa maioria para não admitir o fracasso? Ano após anos, nada os move de seu posicionamento antiético em relação à pluralidade político-ideológica do sindicato SEPE. Haveria conivência da direção do SEPE Central? Qual seria uma outra saída? Em protestos todos sairmos da passeata, irmos para a calçada, sentarmos no chão e cantarmos algo como “Tira a sua bandeira, nossa bandeira é a político-pedagógica!” Isso diante da população para que se envergonhassem e a população e a categoria saiba que nós outros sindicalistas não estamos sendo conviventes? A quem interessa mesmo um movimento sindical esvaziado? Você pensaria que seria um governo de direita qualquer que abusa do poder, mas (se não sabia) agora sabe que não necessariamente.

E quanto aos outros grupos políticos sindicais? Seria solução todo mundo levar a sua bandeira político-sócio-ideológica? Eu levaria a minha ‘Cristãos na educação’. Mas talvez os ateus antirreligiosos não fossem gostar muito. Como existe uma maioria de sindicalistas do PSOL, simpatizantes e filiados, seria legal ver a bandeira do PSOL também. Pra não dizer que eu nunca vi a bandeira do PSOL, de 2011 pra cá, quando eu passei a participar de atos nas ruas do SEPE, vi uma vez. Era uma bandeira modesta, pequena, mas logo foi retirada da passeata pelos militantes do PSOL. É... PSOL, PSOL, PSOL. Vale a pena criticá-lo e elogiá-lo, já que eles conseguem preservar a pluralidade sociocultural em seu meio, conseguem estar no sindicato, e nos governos, e demonstrar um menor aparelhamento político, já que os núcleos sindicais, onde há gente do PSOL, tem possuído grande adesão da categoria. A maioria da categoria consegue se aproximar e deglutir o discurso, contestando. Mal ou bem o espaço para a contestação é dado. Não estou dizendo que não haja nível de aparelhamento no PSOL, mas tenho testemunhado que é bem menor. Vale citá-lo como exemplo, e vale a pena dar o crédito. Ah! Não poderia esquecer de citar os anarquistas. Já vi poucas bandeiras dos anarquistas, mais bandeiras do que do PSOL. No entanto, os anarquistas têm atendido ao apelo para dar espaço à categoria nas ruas, retirando sua bandeira das passeatas.

Você sabia que as passeatas do SEPE possuem militantes voluntários que lutam pela educação de qualidade e lutam por direitos trabalhistas e contra o abuso de poder que são do PSOL, que são anarquistas, de outras tendências políticas, como o PT, PDT, e outros grupos político-ideológicos? Sabia que há muitos cristãos ali, que há religiosos de denominações afrodescendentes, além de ateus, que se convivem respeitosamente? Você sabia que todos esses grupos estão se esforçando para ter a maioria da categoria no sindicato? Mas há quem não queira essa maioria. Não se engane. Quem aparelha a níveis altos seu grupo político usando um sindicato; vai aparelhar seu grupo, se tiver oportunidade, usando os recursos públicos. E a dinâmica do grande aparelhamento político não é só realizar apadrinhamentos, é afastar quem é contra o que se faz, é exaurir recursos para os “adversários” (em que se saiba), é desinformar, não dar a informação para esses “adversários”. Para esses, os fins justificam os meios, e esqueça os apelos, os rogos, os clamores. Eles se fazem sempre de desentendidos.
Postado em 09/10/15 por
Link : http://gestaosindical-chapa3embelfordroxo.blogspot.com.br/2015/10/o-aparelhamento-politico-nos-movimentos.html?showComment=1444594492918

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Logo : Pelo exposto a direção do Sepe Central será notificada e deverá tomar providências para que a obediência ao que tenha sido aprovado pela categoria em assembleia seja cumprido.
                                                         - Omar Costa -

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Servidores da Seeduc ACORDEM.

Servidores da SEEDUC devemos lembrar que :

> Temos uma perda acumulada muito superior aos 20% emergenciais que reivindicamos em nossa pauta de 2015. Lembremos que em set/2006 o então candidato do pmdbista Garotinho, o CabralNÓQUIO estava em campanha em 2006 e nos enviou Carta assinada em set/2006 com promessas, entre elas a reposição das perdas acumuladas nos últimos dez (10) anos ( e até agora não cumpridas ), a nossa estava em torno de 62%. Aí o CabralNÓCHIO foi eleito, e em 2007 levamos 8%, em 2008 somente 4% , em 2009 começou a incorporação a conta-gotas do nova escola ( que já ganhávamos) que esse DESgoverno propagandeou como aumento, na verdade em 2009 e 2010 nosso reajuste foi de 0%, pois o que era incorporado ao salário era abatido do nova escola, simples mudança de rubrica ( Ganho= R$0,00), e em 2011 somente 5% depois de mais de 60 dias de greve, 0% em 2012,  7% em 2013,  8% em 2014,  9% em 2014 e agora 0% em 2015. Não podemos esquecer que nesses anos também houve inflação.
Logo : O pouco que conseguimos não foi aumento salarial, e sim recuperação de parte das nossas perdas.

> Não podemos esquecer da ADIN que se encontra adormecida na mesa do Ministro Gilmar Mendes no STF, que para um governador que enviou pra ALERJ proposta para reduzir a folha dos inativos, tudo é possível.

> Nunca vimos a parcela do FUNDEB que nos cabe no nosso contra cheque.

> Há vários anos o governo do estado do Rio de Janeiro é o que menos gasta ( em relação aos demais estados e territórios da federação) com a folha de pagamento dos Servidores. Não ultrapassando a 30% com a Despesa Líquida c/ Pessoal, enquanto o limite prudencial é de 50%.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério da Fazenda e Secretarias Estaduais da Fazenda.( Relatório DIEESE 2012 ).



Comentários : Companheiros(as) , a situação é grave, e só com a participação e mobilização coletiva da grande maioria dos Servidores da Educação estadual do RJ poderemos reverter o que está por vir.

Eu fico estarrecido com a acomodação da grande maioria dos nossos colegas, aceitam TUDO passivamente, reclamam entre si, mas não esboçam a mínima reação de LUTA, haja visto as atrocidades que esses DESgovernos recentes tem nos empurrado goela abaixo como: plano de metas, fechamento de dezenas de escolas a partir de 2011 , otimização de turmas no meio do ano letivo, redução de carga horária de disciplinas essenciais a formação do ser humano ( Sociologia / Filosofia e Língua estrangeira ).

Enquanto ninguém apresentar alternativa à GREVE , se não participar da greve será pelego sim. Muito cômodo dizer "sou contra greve" ou "isto não funciona. Se estão cansados de GREVE, me digam uma proposta nova!!! O que cansa é ouvir reclamações e FALTA de ATITUDE. Trocar a luta via instrumento de greve por nada? É isso?

Então, porque fica falando do Sepe se não participa. Ah,  tá esperando meia dúzia brigar para ganhar também!!! Muito conveniente, não acham?

Sobre manifestações e atos, poderíamos aumentar o número levando parentes, amigos, companheiros de modo a fazer quantidade. Pois, querendo ou não, muitos deles estão ligados a nós e a nossa realidade. Com isto as ruas seriam tomadas e a projeção com certeza abalaria o ditatorial Desgoverno Pezão e a SEEDUC.
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TEM ALGO ERRADO NO FUNDEB DO RJ  - ( Por : Luiz Carlos )

O Rio de Janeiro recebeu em dois meses 409.878.707,91, a estimativa de seis meses são de 1.299.636.123,73. Sendo que 60% do Fundeb deve ser usado na valorização do professor. Além de contar com 25% da arrecadação para investir em educação. Esse ano arrecadação do rio de Janeiro teve alta de 18%.E como assim o governador não tem dinheiro para nos dar reajuste em 2015 e 2016? O que ele faz com o Fundeb? Fundeb não é para pagar salários. Quanto realmente do Fundeb é investido no salário da educação?

03/10/2015 06:20
Sem dinheiro para a Educação? Veja os milionários recursos do Fundeb manipulados por cada governador.
Além disso, todos os governadores ainda recebem dinheiro de convênios, empréstimos e outras fontes dos próprios estados.

Fonte:  http://www.deverdeclasse.com/news/para-onde-vao-mesmo-veja-os-milionarios-recursos-do-fundeb-manipulados-por-cada-governador/#.Vg_2fcq6Ytg.facebook




quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Privado de Olho na Educação Pública.

Para Conhecimento & Divulgação .

http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/educacao/grandes-grupos-economicos-controlam-escolas-para-fomentar-sua-ideologia--54-40868



Terça-feira, 29 de Setembro de 2015

Grandes grupos econômicos controlam escolas para fomentar sua ideologia

Da Redação
Retiror da UFRJ preocupado com a estratégia sobre a Educação
Retiror da UFRJ preocupado com a estratégia sobre a Educação


















Uma das escolas que mais se destacam no Enem em todo o país, o Pensi, é de propriedade de um dos homens mais ricos do mundo: Jorge Paulo Lemann. Ele já era dono também o Grupo Eleva, outro conceituado modelo de ensino pelos resultados alcançados. A dedicação do bilionário não vem ao acaso ou se dá por inspiração. A sensibilidade é baseada na Califórnia, onde o Centro de Estudos Lemann Center funciona. Não por acaso, um dos maiores estudiosos do ensino do país, o novo reitor da Universidade Federal do Rio, Roberto Leher, detectou que grandes grupos econômicos tem atuado cada vez mais profundamente na elaboração do ensino das nossas crianças. Nada é por acaso na Pátria Educadora que não sai do papel. Mas ele não é o único preocupado com a Educação brasileira. Na reportagem que segue, o internauta descobrirá como o ensino virou filão de negócio.

A fortuna do dono de colégio Pensi, baseado no Rio de Janeiro, está avaliado em US$ 25 bilhões - são R$ 100 bilhões - mais de três vezes o orçamento do governo brasileiro para 2016. E não é apenas no ensino que o bilionário tem lançado atenção: há quem veja suas digitais também nos movimentos que pedem o impeachment da presidenta Dilma. Mas o dono da Ambev e da Burguer King nega. Veementemente.

Nesta reportagem de Luiz Felipe Albuquerque, publicada originalmente no site Brasil de Fato, o reitor da UFRJ fala sobre a preocupação que a entrada em cena de grandes grupos econômicos devem trazer para queles que se preocupam com a Educação Brasileira.


Por Luiz Felipe Albuquerque - Do Brasil de Fato
Um grande negócio. É assim que o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, enxerga o novo momento da educação brasileira.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor titular da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ traça um panorama do atual estágio da educação no Brasil, e as conclusões não são nada animadoras.

Para Leher, que tomará posse nesta sexta-feira (3), os recentes processos de fusões entre grandes grupos educacionais, como Kroton e Anhanguera, e a criação de movimentos como o Todos pela Educação representam a síntese deste processo.

No primeiro caso, ocorre uma inversão de valores, em que o primordial não é mais a educação em si, mas a busca de lucros exorbitantes por meio de fundos de investimentos. No segundo, a defesa de um projeto de educação básica em que a classe dominante define forma e conteúdo do processo formativo de crianças e jovens brasileiros.

O movimento Todos Pela Educação é uma articulação entre grandes grupos econômicos como bancos (Itaú), empreiteiras, setores do agronegócio e da mineração (Vale) e os meios de comunicação que procuram ditar os rumos da educação no Brasil.

Para o professor, o movimento se organiza numa espécie de Partido da classe dominante, ao pensarem um projeto de educação para o país, organizarem frações de classe em torno desta proposta e criar estratégias de difusão de seu projeto para a sociedade.

"Os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano", observa o professor.

Confira a entrevista:

Muitos setores denunciam a atual mercantilização da educação brasileira. O que está acontecendo neste setor?

De fato há mudanças no que diz respeito a mercantilização da educação, diferente do que acontecia até 2006 no Brasil. Os novos organizadores dessa mercantilização são organizações de natureza financeira, particularmente os chamados fundos de investimento.

Como o próprio nome diz, os fundos de investimentos são fundos constituído por vários investidores, grande parte estrangeiro, como fundos de pensão, trabalhadores da GM, bancos, etc, que apostam num determinado fundo, e esse fundo vai fazer negócios em diversos países.

Em geral, os fundos fazem fusões, como é o caso da Sadia e Perdigão no Brasil. Mas é o mesmo grupo que também adquiri faculdades e organizações educacionais com o objetivo de constituir monopólios.

Esse processo levou a Kroton e a Anhanguera - fundo Advent e Pátria - a constituírem, no Brasil, a maior empresa educacional do mundo, um conglomerado que hoje já possui mais de 1,2 milhão de estudantes, mais do que todas as universidades federais juntas.

O que muda com essa nova forma de mercantilização da educação?

O negócio do investidor não é propriamente a educação, é o fundo. Ele investiu no fundo e quer resposta do fundo, que cria mecanismos para que os lucros dos setores que eles estão fazendo as aquisições e fusões sejam lucros exorbitantes. É isso que valoriza o fundo.

A racionalidade com que é organizada as universidades sob controle dos fundos é uma racionalidade das finanças. São gestores de finanças, não são administrados educacionais. São operadores do mercado financeiro que estão controlando as organizações educacionais.

Toda parte educacional responde uma lógica dos grupos econômicos, e por isso eles fazem articulações com editoras, com softwares, hardwares, computadores, tablets; é um conglomerado que vai redefinindo a formação de milhões de jovens.

No caso do Brasil, cinco fundos têm atualmente cerca de 40% das matrículas da educação superior brasileira, e três fundos têm quase 60% da educação à distância no Brasil.

Quais os interesses dessas grandes corporações para além do econômico?

A principal iniciativa dos setores dominantes na educação básica brasileira é uma coalizão de grupos econômicos chamado Todos pela Educação, organizado pelo setor financeiro, agronegócio, mineral, meios de comunicação, que defendem um projeto de educação de classe, obviamente interpretando os anseios dos setores dominantes para o conjunto da sociedade brasileira.

Em outras palavras, os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano.

Enquanto isso a Pátria Educadora não sai do papel
Enquanto isso a Pátria Educadora não sai do papel  





















Em última instância, é com isso que eles estão preocupados: em como fazer com que a juventude seja educada na perspectiva de serem um fator da produção. Essa é a racionalidade geral, e isso tem várias mediações pedagógicas.

A aparência é de que estão preocupados com a alfabetização, com a escolarização, com o aprendizado, etc. E de fato estão, mas dentro dessa matriz de classe, no sentido de educar a juventude para o que seria esse novo espírito do capitalismo, de modo que não vislumbrem outra maneira de vida que não aquela em que serão mercadorias, apenas força de trabalho.

De que maneira eles interferem nas políticas educacionais do Estado?

Como sociedade civil, os setores dominantes buscam interferir nas políticas de Estado. O Todos pela Educação conseguiu difundir a sua proposta educativa para o Estado, inicialmente por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) - que aliás foi homenageado com o nome Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, em referência ao movimento. Com isso definiram em grandes linhas o que seria o PNE que está vigente.

Articulam por meio de leis, mas também da adesão de secretários municipais e estaduais às suas metas, aos seus objetivos. Articulam com o Estado, que cria programas, como o programa de ações articuladas, em que a prefeitura, quando apresenta um projeto para o desenvolvimento da educação municipal, tem que implicitamente aderir às metas do movimento Todos pela Educação.

Temos um complexo muito sofisticado que interage as frações burguesas dominantes, as políticas de Estado e os meios operativos do Estado para viabilizar esta agenda educacional.

Mas como se dá isso na prática?
Quando um município faz um programa de educação para a sua região, ele já deve estar organizado com base no princípio de que existe uma idade certa para educação, que os conteúdos não devem se referenciar nos conhecimentos, mas sim no que eles chamam de competências, que o professor não deve escapar deste currículo mínimo que eles estão desenvolvendo por meio de uma coerção da avaliação.

A escola que não consegue bons índices no Idep [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] é penalizada, desmoralizada, sai nos jornais, e isso cria um constrangimento que chega ao cotidiano da sala de aula, e as prefeituras pressionadas por esses índices acabam sucumbidos às fórmulas que o capital oferece. A mais importante delas é comprar sistemas de ensino, apostilas, que são fornecidos pelas próprias corporações.

O professor está em sala de aula, recebe apostilas, exames padronizadas que foram feitos pela corporação, e na prática, ao invés do professor desenvolver um papel intelectual, criador, ele tem que ser muito mais um aplicador das cartilhas, um entregador de conhecimento, e isso obviamente esvazia o papel do professor que tem consequências diretas com o processo de formação.

A formação esperada do educador não é uma formação enquanto intelectual, mas sim como alguém que sabe desenvolver técnicas para aplicar aquelas pacotes que as corporações preparam.

E há resistências a isso?
Existe um complexo de situações onde as resistências, as tensões são muito grandes, o que traz infelicidade aos professores e aos estudantes, mas tudo isso é muito difuso. As resistências acontecem na forma de lutas sindicais, quando fazem greve criticando a chamada "meritocracia", os sistemas de avaliação.

Aparecem aqui e ali, mas é forçoso reconhecer que existe um complexo de controle sobre as escolas que restringem muito a margem de manobra dos trabalhadores da educação para desenvolverem um projeto pedagógico autônomo e crítico.

Essa situação é agravada quando a própria direção da escola, que deveria pensar como a escola se auto governa, vem sendo ressignificada como um papel de gestão. O diretor e os coordenadores são pensados como gestores na lógica de uma empresa, que deve cumprir metas, fiscalizar o cumprimento delas e tentar atingir essas metas de todas as formas.


Assuntos estratégicos com sotaque inglês
Assuntos estratégicos com sotaque inglês  

















Temos uma mudança de referências quando a própria equipe de coordenação da escola se torna uma equipe de gestores. No documento Pátria Educadora há uma possibilidade de punição dos professores que não cumprirem as metas.

Por sinal, o Pátria Educadora é um dos programas carro chefe do governo federal. Como você avalia este documento?


Não casualmente, esse documento foi elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), atualmente dirigido pelo ministro Mangabeira Unger. Ele parte de um diagnóstico de que o modelo de desenvolvimento baseado em commodities se esgotou com a crise mundial, com seus preços despencando depois daquele período de ouro entre 2004 e 2009.

Com a desvalorização dessas commodities, Mangabeira chama atenção para o fato de que o Brasil deveria buscar outra forma de inserção na economia mundial que não fosse apenas de commodities.

E a minha hipótese é que eles estão sinalizando nesse documento que o Brasil deveria ser uma espécie de plataforma de exportação, assim como já existe na fronteira norte do México, em alguns países asiáticos - o modelo chinês foi isso nos anos 90, de ser um local em que a força de trabalho é muito explorada, recebe um treinamento específico que permite uma exploração muito grande, e esses países entram em circuitos de produção industrial de maneira subalterna, explorando o que seriam sua vantagens comparativas: baixo custo de energia, da força de trabalho, baixa regulamentação ambiental, e isso daria vantagens competitivas novamente ao país.

O drama é que a concepção do Pátria Educadora tem como correspondência a ideia de que a formação da maior parte da força de trabalho no Brasil deve ser por um trabalho mais simples, e isso tem consequências pedagógicas muito grande.

Se é para formar para o trabalho simples, a maior parte das escolas podem ser instituições estruturadas para a formação de um trabalho de menor complexidade, que seria desdobrados em processos de formação técnica de cursos de curta duração, cujo exemplo mais conhecido é o Pronatec, em que grande parte dos cursos são aligeirados para a formação de uma força de trabalho simples - tanto aquela que já estará inserida no mercado quanto aquela que constitui o que podemos denominar de um exército industrial de reserva.

O documento Pátria Educadora altera a racionalidade da organização da escola quando vislumbra escolas que vão formar forças de trabalho de menor complexidade. É importante destacar que no documento encontramos uma formulação muito perigosa de enormes consequências para o futuro da educação brasileira, que é a referência que o Mangabeira faz da adoção de um modelo tipo SUS (Sistema Único de Saúde).

O que é isso?
O modelo SUS teve como objetivo assegurar o direito ao atendimento à saúde de maneira universal, e isso poderia ser feito tanto pelo órgãos públicos quanto pelas entidades privadas.

Quando Mangabeira reivindica o modelo SUS, claramente está sinalizando que a formação do conjunto da classe trabalhadora deveria ser feita em nome de uma suposta democratização, realizada tanto pelas instituições públicas quanto pelas organizações privadas.

Isso é congruente com o PNE aprovado em 2014, ao estabelecer que a verba pública é aquela utilizada nas instituições públicas, mas também em todas as parcerias público-privadas, como o FIES, PROUNI, Ciências Sem Fronteira, PRONATEC, Pronacampo, sistema S, tudo isso entra como recurso público.

A rigor, estamos diante de uma política que pode indiferenciar as instituições públicas e privadas em detrimento do público, já que as corporações também se acercam da educação básica.


Em setembro acontecerá o 2° Encontro Nacional dos Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (Enera), em Brasília. Como o Enera se insere nesta conjuntura?
Tenho uma expectativa muito positiva em relação ao segundo Enera. No primeiro Enera tivemos a constituição de outra perspectiva pedagógica para a educação brasileira, que foi a Educação do Campo, uma conceituação do que seria uma educação pública voltada para o campo, mas com um horizonte de formação humana que ultrapassa o campo.

Foi certamente uma proposta que promoveu sínteses brilhantes entre uma perspectiva crítica que vem do campo marxista, da ideia da escola unitária, do trabalho, ao compreender que o trabalho deveria ser um elemento simbólico, imaginativo, capaz de nos constituir como seres humanos, e que portanto a escola é o lugar da cultura, da arte, da ciência, da tecnologia, e não uma instituição livresca. É uma instituição que tem interação com o mundo, com a vida, com os processos de trabalho, com a produção real da cultura em diversos espaços, como pensar no que significa a agricultura no Brasil.

Foi uma proposta pedagógica que promoveu sínteses incorporando pensamento critico marxista, tradição latino-americana de educação popular, particularmente com Paulo Freire, e criou bases para um pensamento pedagógico socialista.

O segundo Enera, a meu ver, está desafiado pela conjuntura a fazer um balanço do que foi essa mercantilização e de como o capital está tentando se apropriar do conjunto da educação básica.

Ao fazer essa reflexão, certamente o Enera vai ajudar a criar bases para uma perspectiva de educação pública unitária capaz de contrapor a educação frente à lógica de movimentos empresariais como o Todos pela Educação.

Pode haver incorporações de elementos novos na nossa reflexão sobre a pedagogia socialista que respondam desafios da ofensiva do capital, mas sobretudo respondam os anseios que estão pulsando em todo o país em torno da educação pública.


Como as últimas greves na educação?
Podemos problematizar a fragmentação das lutas pela educação, o fato de que muitas vezes são lutas econômicas e corporativas, que estão vinculadas as políticas municipais e estaduais, mas não tenho dúvidas de que essas lutas que estão pulsando no país estão enfrentando aspectos dessa pedagogia do capital, criticando a meritocracia, a racionalidade das competências e dos sistemas centralizados de avaliação, o uso de cartilhas.

Temos críticas reais a essa lógica de controle que o capital está buscando sobre a educação básica, mas precisamos sistematizar isso com outros fundamentos pedagógicos, e aprofundando a experiência que foi construída a partir do primeiro Enera.

No segundo Enera acredito que novas dimensões para essa pedagogia socialista vão ser esboçados, e não como o resultado de um processo em que os especialistas de educação do MST vão se reunir e pensar o que seria essa agenda.

Ao contrário, como resultado de uma articulação de movimentos que estão fazendo educação pública e estão buscando uma educação criativa, que estão fazendo as lutas de resistências com as greves, mobilizações, com a participação de estudantes.

Esta riqueza de produções que estão em circulação nas lutas em defesa da educação pública que podem criar uma sistematização maior. Creia condições para que possamos ampliar esta aliança entre experiências da luta urbana com as que vieram do campo, produzindo novas sínteses e novas possibilidades para que a classe trabalhadora tenha sua própria agenda para o futuro da educação pública.

É um processo longo e exigirá um esforço organizativo e intelectual de enorme envergadura. Temos que ter uma produção pedagógica mais sistematizadas, mais profunda, para criarmos a base desse pensamento pedagógico crítico, que assegure uma formação integral, mas uma educação que recusa a divisão dos seres humanos em dois grupos: um que pensa e mando, outro que executa e obedece.


Sai da rua e entra na escola: Lemann é o homem do Pensi
Sai da rua e entra na escola: Lemann é o homem do Pensi  


















Essas bases para uma proposta socialista estão sendo gestadas nas lutas, mas com o ENERA podemos ganhar um momento de qualidade no terreno da elaboração, articulação e organização em defesa 

Comentei : Enquanto isso a realidade da Educação pública estadual e municipal do RJ é triste. Na rede estadual a insatisfação da categoria não se resume aos 0% em 2015, mas também ao não cumprimento por parte do DESgoverno Pezão/Cabral, das Leis de 1/3 para Atividades extra classes e da data base (mês de maio), de não ter o bom senso de dedicação exclusiva por matrícula, e que nenhuma disciplina tenha menos de 2 tempos de aulas semanais, como ocorre hoje para Filosofia, Sociologia e Língua estrangeira.

A data base para reposição dos índices inflacionários é o mês de maio, e temos sido enrolados pelo Pez
ão.Temos uma perda acumulada muito superior aos 20% emergenciais pedidos. Devido ao baixo salário (piso de R$1.179,35) e dois benefícios VERGONHOSOS ( os auxílios alimentação de R$160,00 e transporte, este na faixa de R$100,00 , mais conhecidos respectivamente como vales coxinha e carroça por motivos óbvios) todos os dias a carência de professores que hoje é uma realidade, se exoneram e mais escolas ficam sem professores. Lamentável!
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DESMONTE DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
Por Gaudêncio Frigotto
A reforma de ensino médio proposta pelo bloco de poder que tomou o Estado brasileiro por um processo golpista, jurídico, parlamentar e midiático, liquida a dura conquista do ensino médio como educação básica universal para a grande maioria de jovens e adultos, cerca de 85% dos que frequentam a escola pública. Uma agressão frontal à constituição de 1988 e a Lei de Diretrizes da Educação Nacional que garantem a universalidade do ensino médio como etapa final de educação básica.
Os proponentes da reforma, especialistas analfabetos sociais e doutores em prepotência, autoritarismo e segregação social, são por sua estreiteza de pensamento e por condição de classe, incapazes de entender o que significa educação básica. E o que é pior, se entende não a querem para todos.
Com efeito, por rezarem e serem co-autores da cartilha dos intelectuais do Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio, etc., seus compromissos não são com direito universal à educação básica, pois a consideram um serviço que tem que se ajustar às demandas do mercado. Este, uma espécie de um deus que define quem merece ser por ele considerado num tempo histórico de desemprego estrutural. O ajuste ou a austeridade que se aplica à classe trabalhadora brasileira, da cidade e do campo, pelas reformas da previdência, reforma trabalhista e congelamento por vinte anos na ampliação do investimento na educação e saúde públicas, tem que chegar à escola pública, espaço onde seus filhos estudam.
A reforma do ensino médio que se quer impor por Medida Provisória segue figurino da década de 1990 quando MEC era dirigido por Paulo Renato de Souza no Governo Fernando Henrique Cardoso. Não por acaso Maria Helena Guimarães é a que de fato toca o barco do MEC. Também não por acaso que o espaço da mídia empresarial golpista é dado a figuras desta década.
Uma reforma que retrocede ao obscurantismo de autores como Desttut de Tracy que defendia, ao final do século XIX, ser da própria natureza e, portanto, independente da vontade dos homens, a existência de uma escola rica em conhecimento, cultura, etc., para os que tinham tempo de estudar e se destinavam a dirigir no futuro e outra escola rápida, pragmática, para os que não tinham muito tempo para ficar na escola e se destinavam (por natureza) ao duro ofício do trabalho.
Neste sentido é uma reforma que anula Lei Nº. 1.821 de 12 de março de 1953. Que dispõe sobre o regime de equivalência dos cursos de grau médio para efeito de matrícula nos curso superiores e cria novamente, com outra nomenclatura, o direcionamento compulsório à universidade. Um direcionamento que camufla o fato de que para a maioria da classe trabalhadora seu destino são as carreiras de menor prestigio social e de valor econômico.
Também retrocede e torna, e de forma pior, a reforma do ensino médio da ditadura civil militar que postulava a profissionalização compulsória do ensino profissional neste nível de ensino. Piora porque aquela reforma visava a todos e esta só visa os filhos da classe trabalhadora que estudam na escola pública. Uma reforma que legaliza o apartheid social na educação no Brasil.
O argumento de que há excesso de disciplinas esconde o que querem tirar do currículo – filosofia, sociologia e diminuir a carga de história, geografia, etc. E o medíocre e fetichista argumento que hoje o aluno é digital e não agüenta uma escola conteudista mascara o que realmente o aluno desta, uma escola degradada em seus espaços, sem laboratórios, sem auditórios de arte e cultura, sem espaços de esporte e lazer e com professores esfacelados em seus tempos trabalhando em duas ou três escolas em três turnos para comporem um salário que não lhes permite ter satisfeitas as suas necessidades básicas. Um professorado que de forma crescente adoece. Os alunos do Movimento Ocupa Escolas não pediram mais aparelhos digitais, estes eles têm nos seus cotidianos. Pediram justamente condições dignas para estudar e sentir-se bem no espaço escolar.
Por fim, uma traição aos alunos filhos dos trabalhadores, ao achar que deixando que eles escolham parte do currículo vai ajuda-los na vida. Um abominável descompromisso geracional e um cinismo covarde, pois seus filhos e netos estudam nas escolas onde, na acepção de Desttut de Tracy estudam os que estão destinados a dirigir a sociedade. Um reforma que legaliza a existência de uma escola diferença para cada classe social. Justo estes intelectuais que em seus escritos negam a existência das classes sociais.
Quando se junta prepotência do autoritarismo, arrogância, obscurantismo e desprezo aos direitos da educação básica plena e igual para todos os jovens, o seu futuro terá como horizonte a insegurança e a vida em suspenso.


* Filósofo e Educador. Professor do Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).



A Destruição da Educação (Pública) principalmente.

ACORDEM : Saber Pra Mudar.
No estado do RJ primeiro Cabral extinguiu os cargos de servente, merendeira, vigia e zelador nas escolas estaduais.
Mas não me importei com isso.
Eu não exercia nenhuma dessas funções.
Em seguida, o PMDB contratou empresas de terceirização que deixaram de pagar vários meses de salários aos terceirizados.
Mas não me importei com isso.
Eu também não era terceirizado.
Depois, alocaram professores em duas, três, quatro escolas.
Mas não me importei com isso.
Porque a minha matrícula estava em uma única escola.
Depois, transferiram uns professores de coordenadoria e obrigaram outros a lecionar disciplinas para as quais não prestaram concurso.
Mas como estava alocado satisfatoriamente no quadro de horários,
também não me importei.
E em breve, graças à reforma do ensino médio e da Base Nacional Curricular Comum não terei lugar no currículo, nem na escola, nem na educação pública.
Mas já é tarde.Como eu não me importei com ninguém. Ninguém se importa comigo.
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As perguntas que não calam são:
- Até quando aceitaremos passivamente o projeto de Estado de desmonte da educação pública e das nossas carreiras?
- Até quando aceitaremos passivamente que os filhos da classe trabalhadora tenham uma educação pensada pela classe dominante para transformá-los em mão de obra barata e descartável?
- Até quando aceitaremos passivamente sermos nós mesmos peças de descarte numa engrenagem que só nos precariza, nos fragiliza e, ao mesmo tempo, dá sustentaçao aos que nos exploram e oprimem?
- Até quando?

Fonte : [Adaptação livre que a professora Marcela Almeida fez do poema Intertexto, de Brecht.] e Anaeum (zap)

Inicialmente em :
http://observacoeseducacionais.blogspot.com/2017/08/a-destruicao-da-educacao-publica.html





O comp@nheiro Diego Felipe Souza postou em 033/08/18:

No que diz respeito ao ensino superior temos uma academia extremamente elitista. O "mundo da pós-graduação" quase nunca se movimenta para apoiar de fato as lutas da graduação, os professores universitários olham estranho a luta dos funcionários e estudantes de suas instituições e toda universidade costuma ignorar o que acontece no ensino médio e fundamental. Esta caindo como uma bomba uma reforma que vai castrar criticamente e intelectualmente a educação básica e o mundo acadêmico em sua maioria está estático fingindo que isso não vai afetar todo o cenário de educação no país. É evidente que os ataques a educação iriam chegar a pós-graduação, todos devemos ser solidários a pesquisa no país. No entanto, a reciproca também é verdadeira. Já passou da hora de muitos descerem do pedestal do mundo encantado dos doutores e PHDs para engrossar as lutas da educação de todos os níveis. Nossa resistência só ser efetiva se todos tivermos unidos de verdade.

Comentei : Que TodXs ACORDEM e lutem Contra o Golpe que esse DESgoverno ilegitimo em final de vida preparou contra a educação, ou seja, contra o país. 

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Em 02/08/18 postei:



BNCC é GOLPE do DESgoverno Golpista na Educação Principalmente na Pública.

O comp@nheiro Jorge Luís R Santos comentou:
Externo o meu posicionamento, como educador e cidadão, a respeito da proposta de ”discussão da bncc” no dia 2 de agosto.
Inicio deixando claro que é anti-democrático propor uma “discussão” fundamentada em um documento construído sem a participação de toda a sociedade – e principalmente sem a participação dos maiores interessados e afetados; os educadores.
A bncc é uma tentativa de destruir a educação pública. È concebida na lógica de que a (má) qualidade da educação nacional é fruto do excesso de conteúdos, e que fazendo a “flexibilização” (eufemismo para esvaziamento curricular), a qualidade da educação se resolve.....
Sou servidor público concursado, e tenho uma visão de “estado” – que deve atender aos interesses, necessidades e anseios de toda a sociedade – e não de governo, que como o atual (ilegítimo), busca atender aos interesses de grupos (privados em sua maioria).
A bncc é, em minha opinião, inconstitucional, anti-democrática e danosa à sociedade.
Inconstitucional pois afronta dispositivos da constituição de 1988, da LDB, e do PNE – que em nenhum momento oi considerado pelo atual governo – e foi fruto de ampla discussão por toda a sociedade brasileira durante anos (a proposta de discutir a bncc em um dia é risível, pois....). Com relação a “adequação de conteúdos”,existem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), que disciplinam, orientam os conteúdos que devem ser ministrados em cada componente curricular de modo claro, objetivo, e que são acessíveis a todos. A proposta da bncc parece querer dizer que “não há definição de como trabalhar os conteúdos disciplinares”, o que é uma falácia.
Anti-democrática pois excluiu a participação da sociedade na sua “elaboração” e agora limita a participação; impõe de modo equivocado uma proposta que desrespeita o direito inalienável à educação.
É danosa a sociedade pois torna a educação, UM DIREITO, em UM PRIVILÉGIO, que será acessível apenas a alguns, e sem a garantia de qualidade.
NÃO ESTOU DISPOSTO A DISCUTIR UMA FRAUDE; SE EXISTE UMA PREOCUPAÇÃO VERDADEIRA COM A EDUCAÇÃO NACIONAL, QUE O ATUAL governo SUSPENDA O BLOQUEIO DE INVESTIMENTO DE RECURSOS NA EDUCAÇÃO, IMPLEMENTE O PNE APROVADO PELO LEGISLATIVO BRASILEIRO E DESISTA DE PRIVATIZAR A EDUCAÇÃO PÚBLICA E DESTRUIR A CARREIRA DOCENTE.
#bnccÉGOLPE!

FUNDAMENTAÇÃO DA MINHA “OPINIÃO”:
A diretoria da ANPEd publica documento em que expõe detalhadamente as ações e posicionamentos da Associação em torno da Base Nacional Comum Curricular. O texto explicita ações iniciadas a partir da 37a Reunião Nacional até os dias atuais. A Diretoria da ANPEd tem mobilizado inúmeros esforços no sentido de atuar em diferentes espaços e de diversas formas em relação às discussões nacionais, regionais e locais que envolvem as três versões da BNCC, sempre no sentido de reafirmar sua posição crítica em relação ao processo, tanto do ponto de vista metodológico quanto em termos das visões de currículo defendidas nos textos dos referidos documentos. Neste texto, é possível tomar conhecimento do diálogo buscado pela Associação junto ao MEC, articulação com GTs da ANPEd e outras entidades, posicionamentos publicados, ações de fomento ao debate (como colóquio organizado pela entidade), participação em audiências e atividades diversas e, sobretudo, a exposição dos equívocos presentes nas diferentes versões da BNCC.
Extraído: http://www.anped.org.br/news/documento-expoe-acoes-e-posicionamentos-da-anped-sobre-bncc
http://www.anped.org.br/sites/default/files/images/a_anped_e_a_bncc_versao_final.pdf

(...) As conselheiras Malvina Tania Tuttman, Aurina de Oliveira Santana e Márcia Ângela da Silva Aguiar deram parecer contra a aprovação da BNCC. Na sessão, elas apresentaram a cronologia da discussão sobre o documento, apontando que o processo foi "verticalizado", sob influência do Ministério da Educação (MEC), afirmam, também, que há documentos incompletos dentro da Base.
Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e entidades filiadas estiveram presentes e protestaram durante a sessão. Para a CNTE, o documento não condiz com a realidade vivida nas escolas públicas do Brasil, além de ser ilegítimo, pois a construção do texto não foi democrática.
O texto da BNCC contraria a legislação existente no país. Ela vai contra a Constituição Federal, a vários artigos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e a artigos do Plano Nacional da Educação. Além disso, o documento desconsidera temas sensíveis na sociedade e nas escolas, como a identidade de gênero e diversidade sexual. Disponível em:
http://www.cnte.org.br/index.php/comunicacao/noticias/19441-bncc-e-aprovada-pelo-conselho-nacional-de-educacao.html

(...) O presente trabalho tem o intuito de direcionar qualquer cidadão ao conhecimento, apontar o direito de ter a educação básica gratuita e obrigatória, o direito de ter o ensino noturno, o direito de ter uma escola com padrão de qualidade, um direito que muitas vezes não é conhecido ou até mesmo quando conhecido não é exigido, e apontar ensinamentos que a própria Constituição Federal explicitou em sua promulgação que é a exigência de seus direitos através de seus representantes eleitos.
Extraído: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/direito-a-educacao-analise-da-constituicao-federal-de-1988/57641

TÍTULO II
– Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art.2º. - A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art.3º - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII – valorização do profissional da educação escolar;
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;
IX – garantia de padrão de qualidade;
X – valorização da experiência extraescolar;
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
XII – consideração com a diversidade étnico-racial;
(LDB : Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2017, p. 8,9. Disponível em:
http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf

(...) O inciso II do Art. 4° da LDB afirma que é dever do Poder Público garantir a universalização do ensino médio gratuito no Brasil. Essa garantia de universalização do ensino médio gratuito é uma conquista derivada da luta de muitos anos dos defensores da educação pública no Brasil e só foi concretizada em outubro de 2009, com a modificação desse inciso da LDB, por meio da Lei n° 12.061, de 27/10/2009.
(Extraído: https://pedagogiaaopedaletra.com/ldb-comentada/

(...) Os Parâmetros Curriculares Nacionais, referenciais para a renovação e reelaboração da proposta curricular, reforçam a importância de que cada escola formule seu projeto educacional, compartilhado por toda a equipe, para que a melhoria da qualidade da educação resulte da co-responsabilidade entre todos os educadores. A forma mais eficaz de elaboração e desenvolvimento de projetos educacionais envolve o debate em grupo e no local de trabalho.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, ao reconhecerem a complexidade da prática educativa, buscam auxiliar o professor na sua tarefa de assumir, como profissional, o lugar que lhe cabe pela responsabilidade e importância no processo de formação do povo brasileiro.
Dada a abrangência dos assuntos abordados e a forma como estão organizados, os Parâmetros Curriculares Nacionais podem ser utilizados com objetivos diferentes, de acordo com a necessidade de cada realidade e de cada momento. É possível iniciar a leitura por diferentes partes dos documentos, mas reforçamos a necessidade de, com o tempo, se tomar em conta a totalidade deles para poder haver uma compreensão e apropriação da proposta. Os Parâmetros Curriculares Nacionais auxiliam o professor na tarefa de reflexão e discussão de aspectos do cotidiano da prática pedagógica, a serem transformados continuamente pelo professor.
(Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf )

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Em 31/07/18 postei :  
BNCC e os Riscos p/ Educação


https://m.youtube.com/watch?v=nKvngaMZdKk


YOUTUBE.COM
Prof. Luiz Carlos de Freitas, da Faculdade de Educação da Unicamp, expõe os riscos da Base Nacional…



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Por que BNCC, se já há (ou havia) os PCNs?
( PCN - Parametros Curriculares Nacional )


O comp@nheiro Luís César Nunes comentou o post acima O BNCC é uma reação contrária ao PCN. Foi chamado pelo ministro de Dilma quando a direita já estava na ofensiva. Um grande erro. A BNCC acabou sendo moldada pelos golpistas.
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