Temos um processo autoritário em curso que procura impor uma Reforma do Ensino Médio e uma Base Nacional Comum Curricular que está a serviço do grande Capital Privado Educacional que objetiva na pratica ceifa o futuro de milhões de jovens brasileiros, pois propõe uma oferta de Ensino Médio minimalista e esvaziada de criticidade e possibilidades de acesso ao ensino superior.
O documento foi votado e aprovado por unanimidade na Assembleia Geral Ordinária de Sócios da SBPC, que aconteceu no dia 26 de julho, durante a 70ª Reunião Anual da SBPC, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió. Leia abaixo o documento na íntegra:
Moção sobre a Lei de Reforma do Ensino Médio, a BNCC do Ensino Médio e o cumprimento das metas do PNE
A Assembleia Geral dos Sócios da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), considerando que a Reforma de Ensino Médio e a BNCC a ela articulada têm características excludentes e que podem levar a um aprofundamento das desigualdades sociais, ao contrário do exposto em propagandas oficiais; que a Educação Pública Brasileira necessita de significativos aportes financeiros advindos do setor público; que o Plano Nacional de Educação (PNE -2014-2024), ainda que tenha excluído pontos importantes para o progresso da educação no país, como as questões étnico-raciais e de gênero, constitui um importante aporte à Educação Pública Brasileira. Ele equaciona os principais problemas enfrentados pelo sistema público brasileiro de educação básica e propõe soluções por meio de metas ligadas à universalização do atendimento em todos os níveis, à educação em tempo integral, à valorização, carreira e formação dos professores e ao financiamento público da Educação, entre outros; que o PNE 2014-2024 tem tido suas metas sistematicamente descumpridas pelo governo, propõe:
– A revogação da Lei no 13.415, da Reforma do Ensino Médio, e um debate amplo e necessário sobre a reestruturação do Ensino Médio, com a participação de todos os setores envolvidos;
– A devolução da BNCC do Ensino Médio ao MEC para uma reavaliação de sua estrutura e conteúdo, que deve ser feita com a participação dos setores envolvidos, aí incluídas as entidades científicas;
– O posicionamento claro do governo em relação ao PNE 2014-2024, no sentido de garantir o atendimento de suas 20 metas e buscando a incorporação das questões étnico-raciais e de gênero.
- Maceió, 26 de julho de 2018. -
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O fato é que como professores não podemos permitir que se aplique uma política educacional excludente e neoliberal. Imposto pelo governo GOLPISTA de Temer e por setores da iniciativa privada como "Todos pela educação" que reúne grupos como: Fundação Marinho, Fundação Civita, Instituto Ayrton Senna, Fundação Lemann e outros grupos privados que lucram com as verbas da educação. O objetivo do BNCC é formar mão de obra para o mercado no lugar da formação do cidadão crítico.
Infelizmente a Secretária de educação do Estado do Rio de Janeiro formou uma comissão encabeçada pelo secretário de educação Wagner Victer, que como todos sabemos não entende nada de educação pública, excluindo a representação sindical o Sepe, o movimento estudantil e as representações do magistério. O que a SEEDUC pretende é impor o BNCC a professores, alunos e a comunidade escolar.
Nesse dia cada professor tem que defender a não aplicação do BNCC nas escolas da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro. E que esse parecer CONTRÁRIO ao BNCC professores seja registrado em ata.
#TdosContraBNCCdoDESgovernoGolpistaTemerEaliados
O problema da BNCC do MEC Golpista é de concepção, não adianta remendar.
São mais de 500 páginas e eles dedicam meio dia (02/08/18) para discutir nas escolas. Isto é fazer de conta que é democrático, para fingir que teve a participação dos professores e das professoras. Não é desta forma, (um dia D) que exigimos a nossa participação. Exigimos participar desde a concepção da proposta e isto nos foi negado.
A CNTE vai transformar o dia D do MEC em dia da Denúncia contra mais está forma de privatizar e limitar o acesso ao ensino médio.
Vamos divulgar uma carta aos Profissionais da Educação para contribuir na luta pela revogação da Lei A Lei 13.415, que cria um verdadeiro apartheid socio-educacional, instituindo, de um lado, escola para ricos e classe média alta e, de outro, escolas para pobres e classe média baixa. É uma lei que institucionaliza a desigualdade e, portanto, a BNCC objetiva cumprir o papel de atender a esses princípios privatizantes e de exclusão social.
Sigamos firmes na luta pela rejeição desta BNCC Golpista!
BNCC significa demissão em massa de professores e educação para a desigualdade (por Helenir Aguiar Schürer).
No último dia 23/07/18, em pleno recesso escolar, o Ministério da Educação lançou uma convocatória para o “Dia D” da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC). O plano, entre o absurdo e o impraticável, é realizar uma consulta sobre o documento em 28 mil escolas do Brasil no dia 2 de agosto; uma semana depois do anúncio.
A iniciativa não representa uma súbita crise de consciência pela falta de diálogo. Trata-se de uma tentativa desesperada de implementar a BNCC sem alterações estruturais, apostando numa tosca fachada de debate público. A pretensão de discutir as mais de 150 páginas do documento num único dia, com meio milhão de professores, atesta o que já sabíamos. O governo não quer conversar com educadores(as) sobre educação pública.
O motivo é simples: quanto mais desinformada estiver a comunidade escolar sobre as transformações explícitas e implícitas na reforma, melhor para os patrocinadores da BNCC. O Movimento pela Base, que coordenou a redação aprovada às pressas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2017, aguarda ansioso pelas oportunidades de negócio que devem surgir sobre os escombros da escola pública brasileira.
O grupo, composto por instituições privadas de ensino, fundações educacionais, gigantes do ramo dos livros didáticos, movimentos conservadores e think tanks internacionais, articula-se desde 2013 para abocanhar parte significativa da educação pública. É um mercado e tanto, responsável por 86% das matrículas de Ensino Médio no país. O ataque privatista tem múltiplas frentes e encaixa-se perfeitamente ao projeto de Estado mínimo que assola o Brasil e o Rio Grande do Sul.
Demissões em massa
Se a BNCC for implementada, nossa próxima luta não será por salário ou reposição da inflação. Será por emprego. A obrigatoriedade de apenas duas disciplinas implicará em uma redução drástica no número de docentes de outras áreas. Mesmo professores(as) de português e matemática serão afetados, já que 40% da carga de 1.800 horas pode ser ofertada à distância. Quantos de nós sobrarão?
Já a Educação para Jovens e Adultos (EJA) poderá se dar 100% à distância. Quantas escolas têm laboratórios de informática atualizados? Quantos alunos de escola pública têm acesso fácil a internet de qualidade?
Com o sucateamento imposto pelo deserto de investimentos, poucas instituições poderão ofertar mais do que um dos cinco “percursos formativos”, ou “currículos flexíveis”, responsáveis pelas 1.200 horas que complementariam a certificação do Ensino Médio. Quem puder pagar vai engordar seu histórico escolar com cursos profissionalizantes e mais aulas em EAD, entre outras modalidades afeitas à terceirização e privatização.
Que chances terão os alunos da rede pública de acessar o Ensino Superior enquanto estudantes da rede privada desfrutam do menu completo?
A BNCC promove um verdadeiro apartheid socioeducacional, projetado para transformar jovens em massa de trabalho acrítica e apática. Mão de obra barata para a estratégia neoliberal de superação da crise do capital. Há, aqui, uma sinergia com o projeto Escola sem Partido, que censura educadores(as), engessa conteúdos pedagógicos e inibe reflexões críticas sobre a condição social da imensa maioria dos brasileiros.
Essa discussão não pode ficar entre quatro paredes e tampouco ser reduzida a um dia de debates inócuos e orientados por quem ataca a escola pública. É preciso ampliar o conhecimento sobre as reais consequências e intenções da BNCC e da Reforma do Ensino Médio para o conjunto da sociedade.
Precisamos envolver toda a comunidade escolar, incluindo pais e alunos(as), na defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade, com gestão democrática e comprometida com a formação integral do cidadão. Não há remendo que possa consertar uma proposta viciada em suas origens. O futuro da escola pública depende da revogação imediata da BNCC e da Reforma do Ensino Médio.
(*) Helenir Aguiar Schürer é professora do Estado há mais de 30 anos e atual presidente do CPERS Sindicato.
Fonte: https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2018/07/bncc-significa-demissao-em-massa-de-professores-e-educacao-para-a-desigualdade-por-helenir-aguiar-schuerer/#.W1sz5YUR3NE.facebook
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Meu texto sobre a BNCC:
Por que sou contrária a BNCC?( E por que acho que você, que não é professor, deve saber o que está acontecendo?)
Há algum tempo o movimento de mercantilização da educação ( transformar educação em um negócio lucrativo)vem se estabelecendo no Brasil.
Desde o Telecurso 2000(que até hoje é vendido para os governos de todo o país, em projetos de correção de idade/série, que não passam de uma farsa), até o estabelecimento de grupos educacionais que " engolem" instituições menores (como a Kroton e a Estácio Participações), a educação tornou-se a menina dos olhos do mercado brasileiro.
Esse movimento atende a expectativa do Banco Mundial e OCDE( sim, a OCDE tem uma política para a educação, por isso, criou um sistema de avaliação dos países, o Pisa, cuja proposta é educar para o mercado, é claro).
É evidente que esta mudança não seria aceita pelos professores, então tem início um movimento que visa culpabilizar o professor pelo fracasso da educação e outro movimento ideológico de despolitização da educação (Escola sem Partido).
Além disso, os professores são alijados de todas as discussões relevantes para a educação ( Reforma do Ensino Médio e BNCC) e sua carreira vem sendo desvalorizada.
Com a estratégia consolidada, os últimos anos tem sido de grandes golpes.
A Reforma do Ensino Médio teve como base o modelo americano Common-core, em que o aluno tem apenas Matemática e Português como matérias-base, podendo preencher o currículo com outras disciplinas, matérias que hoje fazem parte do currículo ou técnicas.
Mas é evidente que o modelo brasileiro é muito mais medíocre e nocivo, na Reforma do EM, o governo estabeleceu que 40% da educação será a distância e no EJA 100%, que será possível contratar o ensino técnico privado para fornecer esta formação para os alunos do ensino público ( sucateia o público para pagar o privado), além da redução da carga horária do Ensino Médio pela metade.
A BNCC está sendo discutida este ano, mais uma vez a educação para o mundo do trabalho vem substituindo a educação crítica. A superficialidade dos conteúdos é assustadora, mas compreensível no contexto da Reforma do Ensino Médio, a lógica por trás das competências é formar um aluno capaz de ter resiliência e visão "empreendedora", sem entender o mundo que o cerca ( no melhor estilo " não reclame da crise, trabalhe!").
Por outro lado, o governo reduz as bolsas de pesquisa e os investimentos em universidades e escolas técnicas, ou seja, é para formar profissionais medíocres mesmo.
Estão por trás destes projetos, várias instituições ( que inclusive tem "seus políticos"). Além do Big Boss da educação mundial, a OCDE, aqui no Brasil várias instituições se uniram em um momento pró- BNCC, chamado Movimento pela Base Comum Curricular, ou Movimento Pela Base, são eles: Instituto Ayrton Senna, Instituto Natura, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Instituto Unibanco, Fundação Itaú Social, Fundação Roberto Marinho, Fundação SM e Itaú BBA, Kroton, Estácio Participações, entre outras. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) é a ramificação do movimento nos governos, há também a participação de parlamentares, como Alex Canziani e Thiago Peixoto (PSD-TO).
Em nosso país ha pouquíssimo investimento em educação, nós educadores somos os profissionais com ensino superior com pior remuneração em todo o país. Salários atrasados, professores processados e perseguidos, até mesmo nossos planos de carreira estão ameaçados, no nosso estado por exemplo, são cinco anos sem quinquênio.
Tudo isso tem contribuído para uma redução significativa na qualidade da educação, o que faz esse projeto soar como " plano de salvação" para a educação.
Na verdade, estaremos formando "aparafusadores profissionais", gente pronta para receber qualquer merreca ( já que também temos Reforma Trabalhista) e se resignar.
Mas não farão isso com a nossa anuência ou omissão. Nós educadores somos radicalmente contrários a BNCC, queremos que este projeto seja refeito, com a nossa participação e que a ( contra) Reforma do Ensino Médio e as alterações na LDB sejam revogadas.
Precisamos ampliar esse debate, alunos e responsáveis devem saber o que está vindo por aí.
BNCC e os Riscos p/ Educação
https://m.youtube.com/watch?v=nKvngaMZdKk
Prof. Luiz Carlos de Freitas, da Faculdade de Educação da Unicamp, expõe os riscos da Base…
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Mais em : O Privado de Olho na Educação Pública.
OBSERVACOESEDUCACIONAIS.BLOGSPOT.COM
https://observacoeseducacionais.blogspot.com/2015/10/o-privado-de-olho-na-educacao-publica.html
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"A Reforma do Ensino Médio e a armadilha da EAD."
"A Reforma do Ensino Médio e a armadilha da EAD - Ensino A Distância."
https://www.youtube.com/watch?v=qKWWlyil9IE&t=85s
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Boicote de professores e cartas de repúdio ao dia D e à BNCC no Estado de São Paulo. Acompanhe fotos e notícias, e mande as da sua escola para o Esquerda Diário
Fonte :
http://www.esquerdadiario.com.br/Professores-boicotam-o-dia-D-e-divulgam-posicoes-contra-a-BNCC
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Em 31/03/17
RETROCESSO Educacional em Andamento Devido a Reforma do Ensino Médio do DESgoverno Temer.
A
Jacqueline Guerreiro postou no grupo Professores do Estado do Rio de
Janeiro (SEEDUC_RJ) : Mais retrocesso no MEC ( informe do prof. Paulo Eduardo de Mello)
Colegas, "em 23/03 foi publicado no DOU extrato de contrato entre o MEC e a Fundação Vanzolini.
Trata-se de Contrato de prestação de serviços pelo qual a Fundação Carlos Alberto Vanzolini assume os processos necessários à consolidação, disponibilização, divulgação e discussão da terceira versão da BNCC (conforme publicação no DOU de 23/3/17: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp…).
Essa fundação é a mesma que implantou a reforma curricular em SP, denominada de São Paulo Faz Escola. A reforma implantou o sistema apostilado de ensino atrelado ao currículo paulista.
Há importante literatura acadêmica que desconstrói esse processo, demonstrando como subtrai autonomia docente, como reduz a qualidade do conteúdo, como atrofia o ensino, e como se transforma em instrumento de controle do docente, inclusive para bonificação salarial. Em SP houve articulação currículo+exames padronizados+ indicador (IDESP). O desempenho dos alunos nestes exames passou ser usado como critério para pagamento de bônus salarial aos docentes.
Acredito que a falta de transparência do MEC sobre a atual fase de construção da 3ª versão da BNCC, é preocupante. Não sabemos os detalhes deste contrato e qual será a atuação dela na BNCC.
Pessoalmente, já falei isso várias vezes, e até escrevi sobre o tema:
https://www.academia.edu/…/Base_Nacional_Comum_Direitos_e_O….
Obviamente, não sou profeta, apenas sabemos apoiados em várias análises que isso já aconteceu em nível estadual, e agora pode vir a ocorrer em nível nacional.
Detalhe: o MEC destina 18 milhões de reais para esse contrato....
É importante divulgar a notícia. Em breve teremos uma nota da ANPUH, demonstrando nossa insatisfação sobre a não transparência do processo de construção da BNCC, nessa fase, e nossa inquietação sobre a possibilidade de vínculos com a produção de materiais estruturados de ensino."
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OBSERVACOESEDUCACIONAIS.BLOGSPOT.COM
Para o Procurador Geral da República Rodrigo Janot, a proposta para reformar o ensino médio não apresenta os requisitos de relevância e ur...
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