Os DESgovernos São Rsponsáveis Diretos Por Tornarem a Docência DESprestigiada Salarialmente, Falta de Atratividade e Sem Beneficios Significativos.
Que país é esse que não valoriza a Educação pública e a Cultura. O que será do futuro?
Cada vez menos jovens querem ser
professores no Brasil
Só 2% dos alunos do ensino médio querem cursar Pedagogia. É preciso aumentar salários e oferecer plano de carreira e cursos de formação.
Este sábado (13) é Dia do Professor e cada vez menos jovens querem ser professores. Apenas 2% dos alunos do ensino médio querem fazer faculdade de Pedagogia. Nesse ritmo, vamos ficar sem professores no futuro. Se nada mudar, o futuro dessa profissão – e portanto dos nossos filhos - fica cada vez mais ameaçado.
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Especialistas dizem que a saída para isso nem é tão difícil. Aumentar salários, criar um plano de carreira e desenvolver cursos de formação são ações que precisam ser colocadas em prática, para ontem.
É na sala de aula que elas aprendem a ser professoras. Cada uma na turma mostrada na reportagem está cursando Pedagogia por um motivo. Em comum, todas têm vontade de ensinar. Durante 18 anos, a estudante Paula Trevisan trabalhou como advogada. Resolveu mudar quando apostou no sonho antigo.
“Eu já tinha feito magistério quando eu estava no colégio e isso começou a me dar saudade. E eu também gosto muito da maestria da área educacional, de coordenar as atividades de uma escola”, diz Paula.
Só que o caminho que as meninas estão escolhendo está ficando cada vez mais solitário. A turma de pedagogia de um instituto em São Paulo tem 45 alunos. Menos do que nos anos anteriores.
Para se ter uma ideia, segundo o Ministério da Educação, apenas 2% dos jovens que saem do ensino médio escolhem ser professores. Falta de um plano de carreira, baixos salários, pouca valorização. Tudo isso desestimula na hora de escolher. Enquanto essa realidade não mudar, a carreira de professor vai ficar cada vez mais distante de muita gente.
“A atratividade da carreira docente precisa mudar e isso implica também, não só o aumento de salário, mas a constituição de uma carreira mesmo”, afirma Regina Scarpa, doutora em Educação.
Para melhorar o ensino, o Plano Nacional da Educação espera, até 2024, alcançar algumas metas, entre elas garantir que os professores tenham formação superior, que pelo menos 50% de quem dá aula na educação básica tenha pós-graduação e valorizar o salário dos professores em relação a outros profissionais que também tenham nível superior.
O especialista em Educação Fernando Abrucio acredita que o plano é bom, mas que o Brasil avançou muito pouco.
“Nós temos que, ao mesmo tempo, melhorar a formação do professor, torna-lo alguém que saiba ensinar bem aos alunos e mudar a carreira do professor para atrair os melhores talentos do país para a docência e assim termos uma sociedade melhor para nossos filhos e netos”, diz.
Uma pesquisa feita em todo o país mostra que a cada quatro professores, um acredita que investir em educação é prioridade. Cinquenta por cento pedem aumento salarial e 48% esperam melhorar o plano de carreira.
Com tantos desafios e pouco incentivo, a pedagoga Consuelo Ribeiro desistiu de dar aulas. Não foi uma decisão fácil para a pedagoga, que passou mais de dez anos ensinando na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
“Quando você começa a colocar na ponta do lápis o que você precisa para estar na sala de aula, você vai perdendo, você vai vendo que não está compensando”, queixa-se a pedagoga.
Quem continuou na profissão, cobra a valorização do professor.
“Olhar o potencial que o professor tem. É ele que contribui para a educação que vai mudar com a sociedade, que vai tornar essa sociedade cada vez melhor”, destaca Andrea Luize, coordenadora de curso de pedagogia.
Uma outra meta do Plano Nacional de Educação, aprovada em 2014, é assegurar, em dois anos, planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/10/cada-vez-menos-jovens-querem-ser-professores-no-brasil.html
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Síntese sobre a reportagem da revista Época Nº 903 de 28/09/15.
Mais uma vez
essa perspectiva é propagada, dessa vez pelo Professor e Químico Mozart Neves
Ramos, especialista em educação, segundo a revista Época. Segundo ele “Pode
haver um apagão generalizado de professores”. Ele informa que um trabalho
realizado pelo Conselho Nacional de Educação em 2007 já apontava um deficit de
250.000 professores. Metade desse
quantitativo das áreas de química, física, matemática e biologia, e que
infelizmente esses números não estão
defasados. Dados informam também que a desistência ao longo do curso dos alunos
universitários dessas áreas citadas se situa entre 50% e 70%, pois são cursos
difíceis e boa parte dos alunos são guilhotinados pelo caminho.
Um estudo da
Escola Nacional de Estatística do Rio de Janeiro mostrou que se nada mudar a
falta de professores será generalizada em 2028.
Hoje a
diferença salarial entre professores e profissionais com o mesmo nível de
qualificação é na faixa de 43%.
Para
reverter esse quadro atual e futuro, a única alternativa é valorizar a carreira
docente. Valorizar significa salário equivalente aos demais profissionais com o
mesmo nível de formação, plano de carreira consistente e benefícios decentes.
Obs.: Na rede estadual do RJ os docentes do ensino
médio tem piso salarial bruto de irrisórios de R$1.179,35 , e dois auxílios,
que são: o vale alimentação de R$160,00 e o vale transporte na faixa de
R$100,00, mais conhecidos como vales coxinha e carroça, por motivos óbvios.
Essa situação faz com que a carência real de docentes nas salas de aulas
aumente a cada dia, pois diariamente há pedidos de exonerações. E o governador
informou em setembro que esse ano teremos 0%, após ter cozinhado a categoria
por longos meses, e sendo a nossa data base por Lei, o mês de maio. Ignora
nossas perdas acumuladas nos governos em que participou pelo pmdb e nos nega
20% de reposição emergencial. VERGONHOSO!!!
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Abaixo outra reportagem sobre esse DEScaso dos governos em
Valorizar a docência.
NÃO SEJA PROFESSOR!
por Prof. Vladimir Safatle (Depto.Filosofia, USP)
.
Quem escreve este artigo é alguém que é professor universitário há quase 20 anos e que gostaria de estar neste momento escrevendo o contrário do que se vê obrigado agora a dizer. Pois, diante das circunstâncias, gostaria de aproveitar o espaço para escrever diretamente a meus alunos e pedir a eles que não sejam professores, não cometam esse equívoco. Esta “pátria educadora” não merece ter professores.
.
Um professor, principalmente aquele que se dedicou ao ensino fundamental e médio, será cotidianamente desprezado. Seu salário será, em média, 51% do salário médio daqueles que terão a mesma formação. Em um estudo publicado há meses pela OCDE, o salário do professor brasileiro aparece em penúltimo lugar em uma lista de 35 países, atrás da Turquia, do Chile e do México, entre tantos outros.
Mesmo assim, você ouvirá que ser professor é uma vocação, que seu salário não é assim tão ruim e outras amenidades do gênero. Suas salas de aula terão, em média, 32 alunos, enquanto no Chile são 27 e Portugal, 8. Sua escola provavelmente não terá biblioteca, como é o caso de 72% das escolas públicas brasileiras.
.
Se você tiver a péssima ideia de se manifestar contra o descalabro e a precarização, caso você more no Paraná, o governo o tratará à base de bomba de gás lacrimogêneo, cachorro e bala de borracha. Em outros Estados, a pura e simples indiferença. Imagens correrão o mundo, a Anistia Internacional irá emitir notas condenando, mas as principais revistas semanárias do país não darão nada a respeito nem do fato nem de sua situação. Para elas e para a “opinião pública” que elas parecem representar, você não existe.
.
Mais importante para eles não é sua situação, base para os resultados medíocres da educação nacional, mas alguma diatribe canina contra o governo ou os emocionantes embates entre os presidentes da Câmara e do Senado a fim de saber quem espolia mais um Executivo nas cordas.
.
No entanto, depois de voltar para casa sangrando por ter levado uma bala de borracha da nossa simpática PM, você poderá ter o prazer de ligar a televisão e ouvir alguma celebridade deplorando o fato de o país “ter pouca educação” ou algum candidato a governador dizer que educação será sempre a prioridade das prioridades.
.
Diante de tamanho cinismo, você não terá nada a fazer a não ser alimentar uma incompreensão profunda por ter sido professor, em vez de ter aberto um restaurante. Por isso o melhor a fazer é recusar-se a ser professor de ensino médio e fundamental. Assim, acordaremos um dia em um país que não poderá mais mentir para si mesmo, pois as escolas estarão fechadas pela recusa de nossos jovens a serem humilhados como professores e a perpetuarem a farsa.”
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/2015/05/1624715-nao-seja-professor.shtml
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Abaixo mais uma reportagem de alerta do DEScaso dos governos
com a Docência pública.
A redução ocorreu tanto entre concursados (-6%) como entre não efetivos (-16%), segundo dados da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
O Estado tem a maior rede de ensino do país, com 3,8 milhões de estudantes.
A redução no número de professores é a maior pelo menos desde 1999, primeiro ano com dados disponíveis, tanto para o total de docentes quanto para os efetivos.
Em termos absolutos, significa que há hoje 26,6 mil professores a menos do que no ano passado (considerando setembro). Em relação aos efetivos, são 8.300 a menos. A rede possui 224 mil docentes.
As informações foram tabuladas pela Folha com base em boletins da Secretaria da Educação e no portal da transparência estadual.
Desde 2010, a quantidade de docentes só crescia. A saída atual de professores não tem relação com a reorganização das escolas anunciada em setembro pelo governo, que valerá apenas em 2016.
Críticos da mudança, porém, afirmam que o fechamento de colégios tende a acelerar a saída de professores –a gestão Alckmin nega.
VERSÕES
A Apeoesp (sindicato docente) e quatro professores que deixaram a rede afirmam que a greve neste ano frustrou parte da categoria –estimulando a saída dos servidores. Mais longa da história do Estado, a paralisação acabou após três meses, sem que o governo tenha apresentado proposta de reajuste salarial (os docentes pediam 75%).
Eles interpretam que, devido ao desânimo, houve aumento nas exonerações e nos pedidos de aposentadoria.
A Secretaria de Educação, por sua vez, diz que não houve grandes anormalidades no corpo docente neste ano.
De acordo com a pasta, parte da redução é explicada pelo concurso público feito em 2013, em que os professores aprovados começaram a trabalhar em 2014.
Ao entrar na rede, o professor tem carga reduzida. No ano seguinte, pode aumentar essa carga, diminuindo a necessidade de temporários.
O governo não explicou, porém, por que caiu também o número de efetivos.
Outro ponto não explicado: houve redução no número de professores dos anos iniciais do ensino fundamental, que não foram abrangidos no concurso público.
A redução no número de professores desse grupo foi de 11% em um ano.
"Não me sentia bem na escola. Ela está abandonada pelo governo e pelos alunos", afirma Leonardo Moi Lijo, 26, que lecionava história em Cidade Ademar (zona sul da capital paulista), pediu exoneração neste ano e atua agora apenas na rede particular. "Fiquei sem perspectiva."
Quando um professor deixa a rede, a escola tem de chamar substituto. Além da quebra na sequência de trabalho, pode não haver docentes disponíveis imediatamente.
O Estado diz que há áreas, especialmente nas grandes cidades, onde não há terrenos para construir escolas.
Por outro lado, a rede estadual de São Paulo tem a segunda melhor nota no ensino médio na avaliação nacional, o Ideb –ainda que apenas cerca de 10% dos alunos apresentem o conhecimento adequado em matemática, segundo tabulação da ONG Todos pela Educação.
O salário-base na rede estadual paulista é superior ao piso nacional (R$ 2.400 ante R$ 1.900, para jornada de 40 horas semanais no ensino médio). Não há, porém, previsão de novo reajuste.
OUTRO LADO
A coordenadora de gestão de recursos humanos da Secretaria Estadual de Educação, Cleide Bauab Eid Bochixio, afirma que a pasta não detectou movimento anormal no corpo docente neste ano.
Segundo ela, parte da redução é fruto do aumento da carga horária em 2015 dos professores efetivados em 2014, que tinham de começar a atuar com poucas aulas.
Ela afirma que 48 mil (dos 172 mil) professores dos anos finais do ensino fundamental aumentaram a carga neste ano, o que diminuiu a necessidade de temporários.
Bochixio não detalhou, porém, por que houve redução também no número de efetivos na rede de ensino.
A assessoria da secretaria informou que parte da redução do quadro docente se deveu ao aumento de aposentadorias. Entre janeiro e setembro de 2014, comparado com o mesmo período de 2015, o número dobrou e foi a 6.800.
O sindicato docente diz que parte dos pedidos de aposentadoria ocorreu justamente devido ao desânimo após 89 dias de greve deste ano.
A coordenadora não explicou também o porquê de ter havido diminuição no número de professores dos anos iniciais do ensino fundamental, etapa não contemplada no concurso de 2013 (que rendeu novos efetivos em 2014).
"Provavelmente deve ter havido redução também no número de classes. Todos estamos acompanhando que a taxa de natalidade está caindo, e o número de alunos também", afirmou.
Nos últimos três anos com dados divulgados (até 2014), houve queda no número de alunos nessa etapa, mas de apenas 3% anuais. A redução no corpo docente em 2015 nesse segmento foi de 11%.
A Secretaria de Educação informou que já nomeou 5.200 concursados para começarem em 2016 nos anos iniciais do ensino fundamental.
A coordenadora diz que há preocupação do governo em valorizar os docentes. Ela cita como exemplo o bônus por desempenho, que prevê até 2,4 salários extras se a escola bater metas de qualidade.
Fonte :
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707366-rede-estadual-de-sp-enfrenta-saida-recorde-de-professores.shtml?cmpid=compfb
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Rio, 25/08/16
Hoje a carência na rede estadual do RJ é superior a 10.000 Docentes,
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Abaixo outra reportagem sobre esse DEScaso dos governos em
Valorizar a docência.
NÃO SEJA PROFESSOR!
por Prof. Vladimir Safatle (Depto.Filosofia, USP)
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Quem escreve este artigo é alguém que é professor universitário há quase 20 anos e que gostaria de estar neste momento escrevendo o contrário do que se vê obrigado agora a dizer. Pois, diante das circunstâncias, gostaria de aproveitar o espaço para escrever diretamente a meus alunos e pedir a eles que não sejam professores, não cometam esse equívoco. Esta “pátria educadora” não merece ter professores.
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Um professor, principalmente aquele que se dedicou ao ensino fundamental e médio, será cotidianamente desprezado. Seu salário será, em média, 51% do salário médio daqueles que terão a mesma formação. Em um estudo publicado há meses pela OCDE, o salário do professor brasileiro aparece em penúltimo lugar em uma lista de 35 países, atrás da Turquia, do Chile e do México, entre tantos outros.
Mesmo assim, você ouvirá que ser professor é uma vocação, que seu salário não é assim tão ruim e outras amenidades do gênero. Suas salas de aula terão, em média, 32 alunos, enquanto no Chile são 27 e Portugal, 8. Sua escola provavelmente não terá biblioteca, como é o caso de 72% das escolas públicas brasileiras.
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Se você tiver a péssima ideia de se manifestar contra o descalabro e a precarização, caso você more no Paraná, o governo o tratará à base de bomba de gás lacrimogêneo, cachorro e bala de borracha. Em outros Estados, a pura e simples indiferença. Imagens correrão o mundo, a Anistia Internacional irá emitir notas condenando, mas as principais revistas semanárias do país não darão nada a respeito nem do fato nem de sua situação. Para elas e para a “opinião pública” que elas parecem representar, você não existe.
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Mais importante para eles não é sua situação, base para os resultados medíocres da educação nacional, mas alguma diatribe canina contra o governo ou os emocionantes embates entre os presidentes da Câmara e do Senado a fim de saber quem espolia mais um Executivo nas cordas.
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No entanto, depois de voltar para casa sangrando por ter levado uma bala de borracha da nossa simpática PM, você poderá ter o prazer de ligar a televisão e ouvir alguma celebridade deplorando o fato de o país “ter pouca educação” ou algum candidato a governador dizer que educação será sempre a prioridade das prioridades.
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Diante de tamanho cinismo, você não terá nada a fazer a não ser alimentar uma incompreensão profunda por ter sido professor, em vez de ter aberto um restaurante. Por isso o melhor a fazer é recusar-se a ser professor de ensino médio e fundamental. Assim, acordaremos um dia em um país que não poderá mais mentir para si mesmo, pois as escolas estarão fechadas pela recusa de nossos jovens a serem humilhados como professores e a perpetuarem a farsa.”
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/2015/05/1624715-nao-seja-professor.shtml
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Abaixo mais uma reportagem de alerta do DEScaso dos governos
com a Docência pública.
Rede estadual de SP enfrenta saída recorde de professores
Karime Xavier/Folhapress | ||
Leonardo Moi Lijo, 26, que pediu exoneração, diz que escola foi 'abandonada' por governo e alunos |
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A rede estadual de ensino de São Paulo vive neste ano uma saída recorde de professores. O corpo docente para as escolas públicas encolheu 11% em relação a 2014.A redução ocorreu tanto entre concursados (-6%) como entre não efetivos (-16%), segundo dados da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
O Estado tem a maior rede de ensino do país, com 3,8 milhões de estudantes.
A redução no número de professores é a maior pelo menos desde 1999, primeiro ano com dados disponíveis, tanto para o total de docentes quanto para os efetivos.
Em termos absolutos, significa que há hoje 26,6 mil professores a menos do que no ano passado (considerando setembro). Em relação aos efetivos, são 8.300 a menos. A rede possui 224 mil docentes.
As informações foram tabuladas pela Folha com base em boletins da Secretaria da Educação e no portal da transparência estadual.
Desde 2010, a quantidade de docentes só crescia. A saída atual de professores não tem relação com a reorganização das escolas anunciada em setembro pelo governo, que valerá apenas em 2016.
Críticos da mudança, porém, afirmam que o fechamento de colégios tende a acelerar a saída de professores –a gestão Alckmin nega.
VERSÕES
A Apeoesp (sindicato docente) e quatro professores que deixaram a rede afirmam que a greve neste ano frustrou parte da categoria –estimulando a saída dos servidores. Mais longa da história do Estado, a paralisação acabou após três meses, sem que o governo tenha apresentado proposta de reajuste salarial (os docentes pediam 75%).
Eles interpretam que, devido ao desânimo, houve aumento nas exonerações e nos pedidos de aposentadoria.
A Secretaria de Educação, por sua vez, diz que não houve grandes anormalidades no corpo docente neste ano.
De acordo com a pasta, parte da redução é explicada pelo concurso público feito em 2013, em que os professores aprovados começaram a trabalhar em 2014.
Ao entrar na rede, o professor tem carga reduzida. No ano seguinte, pode aumentar essa carga, diminuindo a necessidade de temporários.
O governo não explicou, porém, por que caiu também o número de efetivos.
Outro ponto não explicado: houve redução no número de professores dos anos iniciais do ensino fundamental, que não foram abrangidos no concurso público.
A redução no número de professores desse grupo foi de 11% em um ano.
"Não me sentia bem na escola. Ela está abandonada pelo governo e pelos alunos", afirma Leonardo Moi Lijo, 26, que lecionava história em Cidade Ademar (zona sul da capital paulista), pediu exoneração neste ano e atua agora apenas na rede particular. "Fiquei sem perspectiva."
Quando um professor deixa a rede, a escola tem de chamar substituto. Além da quebra na sequência de trabalho, pode não haver docentes disponíveis imediatamente.
A rede paulista está entre os cinco Estados com a maior média de alunos por turma, segundo os últimos dados do Ministério da Educação.
No ensino médio de São Paulo a média é de 34,3, acima da média nacional (31,1). Apenas Alagoas, Pernambuco, Ceará e Distrito Federal têm turmas maiores do que as escolas paulistas.O Estado diz que há áreas, especialmente nas grandes cidades, onde não há terrenos para construir escolas.
Por outro lado, a rede estadual de São Paulo tem a segunda melhor nota no ensino médio na avaliação nacional, o Ideb –ainda que apenas cerca de 10% dos alunos apresentem o conhecimento adequado em matemática, segundo tabulação da ONG Todos pela Educação.
O salário-base na rede estadual paulista é superior ao piso nacional (R$ 2.400 ante R$ 1.900, para jornada de 40 horas semanais no ensino médio). Não há, porém, previsão de novo reajuste.
OUTRO LADO
A coordenadora de gestão de recursos humanos da Secretaria Estadual de Educação, Cleide Bauab Eid Bochixio, afirma que a pasta não detectou movimento anormal no corpo docente neste ano.
Segundo ela, parte da redução é fruto do aumento da carga horária em 2015 dos professores efetivados em 2014, que tinham de começar a atuar com poucas aulas.
Ela afirma que 48 mil (dos 172 mil) professores dos anos finais do ensino fundamental aumentaram a carga neste ano, o que diminuiu a necessidade de temporários.
Bochixio não detalhou, porém, por que houve redução também no número de efetivos na rede de ensino.
A assessoria da secretaria informou que parte da redução do quadro docente se deveu ao aumento de aposentadorias. Entre janeiro e setembro de 2014, comparado com o mesmo período de 2015, o número dobrou e foi a 6.800.
O sindicato docente diz que parte dos pedidos de aposentadoria ocorreu justamente devido ao desânimo após 89 dias de greve deste ano.
A coordenadora não explicou também o porquê de ter havido diminuição no número de professores dos anos iniciais do ensino fundamental, etapa não contemplada no concurso de 2013 (que rendeu novos efetivos em 2014).
"Provavelmente deve ter havido redução também no número de classes. Todos estamos acompanhando que a taxa de natalidade está caindo, e o número de alunos também", afirmou.
Nos últimos três anos com dados divulgados (até 2014), houve queda no número de alunos nessa etapa, mas de apenas 3% anuais. A redução no corpo docente em 2015 nesse segmento foi de 11%.
A Secretaria de Educação informou que já nomeou 5.200 concursados para começarem em 2016 nos anos iniciais do ensino fundamental.
A coordenadora diz que há preocupação do governo em valorizar os docentes. Ela cita como exemplo o bônus por desempenho, que prevê até 2,4 salários extras se a escola bater metas de qualidade.
Fonte :
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/11/1707366-rede-estadual-de-sp-enfrenta-saida-recorde-de-professores.shtml?cmpid=compfb
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Rio, 25/08/16
Hoje a carência na rede estadual do RJ é superior a 10.000 Docentes,
e isso só tende a aumentar pela DESvalorização da docência estadual, salários aviltantes ( piso c/ valor bruto de R$1.179,35) , não temos benefícios decentes, temos dois (2) vergonhosos auxílios que não cumprem o que se propõem, e por isso são ridicularizados pela categoria como auxílios carroça e coxinha, e que não são reajustados desde 2013. E com isso os pedidos de exoneração vão ocorrendo, e em breve os colegas de 40h estarão se aposentando.
Cada vez fica mais claro o objetivo desses DESgovernos , i.e., sucatear para beneficiar seus comp@nheiros com OSs, tal como estão fazendo com a Saúde pública. CANALHICE!!!
Cada vez fica mais claro o objetivo desses DESgovernos , i.e., sucatear para beneficiar seus comp@nheiros com OSs, tal como estão fazendo com a Saúde pública. CANALHICE!!!
Fonte : http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2015/08/20/internas_educacao,680122/desinteresse-cresce-e-faltam-170-mil-professores-na-educacao-basica.shtml
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Em 15/10/2016 o colega Prof. Antonio Luiz Canelhas Junior comentou no facebook :
NÃO TEMOS O QUE COMEMORAR....
"Embora seja uma profissão elogiada e fundamental, tem despertado cada vez menos o número de interessados no Brasil. Alguns motivos, podem ser justificados pelos baixos salários, falta de ascensão na carreira e reflexos de problemas sociais dentro da escola."
15/10/2016 00h01
Docência segue um caminho escasso
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Em 15/10/2016 o colega Prof. Antonio Luiz Canelhas Junior comentou no facebook :
NÃO TEMOS O QUE COMEMORAR....
"Embora seja uma profissão elogiada e fundamental, tem despertado cada vez menos o número de interessados no Brasil. Alguns motivos, podem ser justificados pelos baixos salários, falta de ascensão na carreira e reflexos de problemas sociais dentro da escola."
15/10/2016 00h01
Docência segue um caminho escasso
Aurora Seles
Em 516 anos de história, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, mostram que o Brasil ultrapassa mais de 206 milhões de habitantes e, desse número, 13 milhões são analfabetos (não leem e não escrevem).
A informação representa 8,7% da população acima de 15 anos. Analfabetos funcionais, que conhecem letras e números, somam 27%. Para diminuir esses índices faz-se necessária uma política de educação mais atuante, porém, o déficit de professores aumenta significativamente.
O cenário é delicado. Há poucos que pretendem seguir a carreira de professor.
Embora seja uma profissão elogiada e fundamental, tem despertado cada vez menos o número de interessados no Brasil. Alguns motivos, podem ser justificados pelos baixos salários, falta de ascensão na carreira e reflexos de problemas sociais dentro da escola.
A última estimativa divulgada pelo Ministério da Educação, MEC, dá conta de que faltem 170 mil docentes nos níveis fundamental e médio no país e, mesmo quando estão nas salas de aula, muitos deles não têm a qualificação necessária para a formação dos estudantes.
Nas escolas públicas do Brasil, 200.816 professores lecionam em disciplinas nas quais não têm formação, isso equivale a 38,7% do total de 518.313 professores na rede. Os dados estão no Censo Escolar de 2015 e foram divulgados pelo MEC.
Na outra ponta, 334.717 mil posições, ou 47,2%, são ocupadas por docentes com a formação ideal, ou seja, com licenciatura ou bacharelado com complementação pedagógica na mesma disciplina que lecionam. Mais 90.204, 12,7% de posições, são ocupadas por professores que não têm sequer formação superior.
Fica muito difícil melhorar a qualidade da educação sem investir no professor.
No dia 15 de outubro de 1827, o Imperador Pedro I decretou a criação de escolas elementares em todas as povoações brasileiras. Curiosamente, passados 189 anos, ainda não conseguimos ensinar letras nem mesmo aos professores. Triste realidade! A data deveria ser feriado nacional - e não pelo dia de descanso -, mas sim pela importância da profissão.
A base, a raiz de tudo, começa pelas mãos de um professor, educador, instrutor ou, permita-me caro leitor, de um mestre.
Ensinar é um dom, uma oblação. E para saudar esse dia vale lembrar que é o professor quem contribui para a descoberta do pensamento, do raciocínio e do saber viver. E reitero os quatro pilares da educação, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco: conhecer, fazer, conviver e finalmente, ser. Uma profissão totalmente humana.
Fonte : http://www.sidneyrezende.com/noticia/268922+docencia+segue+um+caminho+escasso
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Nenhum jovem quer virar professor no Brasil, mostra exame da OCDE
Apu Gomes/Folhapress | ||
Alunos em sala de aula de colégio estadual na zona leste de São Paulo |
O que você quer ser quando tiver 30 anos?
A pergunta foi feita pela OCDE aos jovens de 15 anos avaliados, em 2015, no Pisa, exame aplicado a cada triênio que busca medir a qualidade da educação nos países.
Uma parcela expressiva dos jovens brasileiros demonstrou interesse em trabalhar na área científica: 38,8% do total contra 24,5% na média das nações desenvolvidas.
Em 2006, o percentual de adolescentes que queria seguir carreira em ciências era de 33,5%.
O interesse elevado e crescente de nossos jovens por ciências, no entanto, não teve nenhum efeito sobre seu desempenho na área.
Seu conhecimento em ciências está simplesmente estagnado há uma década. O mesmo ocorre com sua aprendizagem em leitura: parada desde 2000.
Em matemática, depois de uma evolução significativa entre 2003 e 2012, voltamos a estacionar.
Se a explicação para nosso fracasso educacional não está no interesse de nossos alunos por temas relevantes para o mundo atual como ciências, onde se encontrará?
Na trajetória de nossos gastos, talvez? Esse indicador é, afinal, muitas vezes citado como solução para todos os males educacionais.
Mas a resposta tampouco parece estar aí.
O investimento brasileiro por aluno de 6 a 15 anos equivalia a 32% da média dos países ricos da OCDE em 2012. Em três anos, essa fatia saltou para 42%. O Chile com gastos quase iguais ao nossos tem desempenho acadêmico muito melhor.
Podemos procurar uma pista para a estagnação brasileira na diferença de desempenho entre nossos alunos pobres e ricos. Mas a busca também não nos leva longe.
Essa desigualdade existe, obviamente, e é enorme. Sua capacidade de explicar a trajetória das notas, porém, tem decrescido.
O nível socioeconômico dos alunos brasileiros respondia por 17% de seu desempenho em ciências em 2006. Em 2015, passou a explicar 12,5% do resultado.
São outras questões relacionadas à qualidade do ensino, portanto, que elucidam a falta de progresso educacional dos adolescentes brasileiros.
A formação dos professores parece ser uma delas. O percentual de docentes de ciências com graduação na área era de apenas 33% no Brasil contra 73,8% na média dos países ricos, em 2015.
Isso ajuda a explicar porque 17% dos brasileiros de 15 anos dizem que seus professores nunca explicam ideias científicas nas aulas dessa disciplina. Nos países desenvolvidos, essa parcela cai para 11%. E, na Finlândia, uma superpotência educacional, é de apenas 5,7%.
Indicadores como esses nos levam a entender um dos dados mais chocantes das inúmeras tabelas divulgados pela OCDE nesta terça-feira (dia 6). No Brasil, muitos jovens querem trabalhar como engenheiros, médicos e arquitetos.
A parcela dos alunos brasileiros de 15 anos que declara interesse pelo magistério, porém, é zero, como mostra a tabela abaixo.
Sem passos significativos nessa direção, perigamos continuar estagnados por mais três anos.
A pergunta foi feita pela OCDE aos jovens de 15 anos avaliados, em 2015, no Pisa, exame aplicado a cada triênio que busca medir a qualidade da educação nos países.
Em 2006, o percentual de adolescentes que queria seguir carreira em ciências era de 33,5%.
O interesse elevado e crescente de nossos jovens por ciências, no entanto, não teve nenhum efeito sobre seu desempenho na área.
Seu conhecimento em ciências está simplesmente estagnado há uma década. O mesmo ocorre com sua aprendizagem em leitura: parada desde 2000.
Em matemática, depois de uma evolução significativa entre 2003 e 2012, voltamos a estacionar.
Se a explicação para nosso fracasso educacional não está no interesse de nossos alunos por temas relevantes para o mundo atual como ciências, onde se encontrará?
Na trajetória de nossos gastos, talvez? Esse indicador é, afinal, muitas vezes citado como solução para todos os males educacionais.
Mas a resposta tampouco parece estar aí.
O investimento brasileiro por aluno de 6 a 15 anos equivalia a 32% da média dos países ricos da OCDE em 2012. Em três anos, essa fatia saltou para 42%. O Chile com gastos quase iguais ao nossos tem desempenho acadêmico muito melhor.
Podemos procurar uma pista para a estagnação brasileira na diferença de desempenho entre nossos alunos pobres e ricos. Mas a busca também não nos leva longe.
Essa desigualdade existe, obviamente, e é enorme. Sua capacidade de explicar a trajetória das notas, porém, tem decrescido.
O nível socioeconômico dos alunos brasileiros respondia por 17% de seu desempenho em ciências em 2006. Em 2015, passou a explicar 12,5% do resultado.
São outras questões relacionadas à qualidade do ensino, portanto, que elucidam a falta de progresso educacional dos adolescentes brasileiros.
A formação dos professores parece ser uma delas. O percentual de docentes de ciências com graduação na área era de apenas 33% no Brasil contra 73,8% na média dos países ricos, em 2015.
Isso ajuda a explicar porque 17% dos brasileiros de 15 anos dizem que seus professores nunca explicam ideias científicas nas aulas dessa disciplina. Nos países desenvolvidos, essa parcela cai para 11%. E, na Finlândia, uma superpotência educacional, é de apenas 5,7%.
Indicadores como esses nos levam a entender um dos dados mais chocantes das inúmeras tabelas divulgados pela OCDE nesta terça-feira (dia 6). No Brasil, muitos jovens querem trabalhar como engenheiros, médicos e arquitetos.
A parcela dos alunos brasileiros de 15 anos que declara interesse pelo magistério, porém, é zero, como mostra a tabela abaixo.
Em % de respostas de alunos que tinham 15 anos em 2015
Essa informação oferece a dimensão do nosso enorme desafio educacional. Como melhorar a qualidade da educação se absolutamente ninguém quer ensinar?
Como mostrou a coluna de quatro semanas atrás, países que conseguiram saltos educacionais expressivos como a Finlândia começaram adotando medidas para melhorar a formação de seus docentes e aumentar a atratividade da carreira.Sem passos significativos nessa direção, perigamos continuar estagnados por mais três anos.
Fonte :
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ericafraga/2016/12/1839126-nenhum-jovem-quer-se-tornar-professor-no-brasil.shtml