PMs nas escolas X Educação.
ACONTECEU hoje ( 15/09/14 ) com a colega Profª
Carla Martins :
Sou professora da rede Estadual de Ensino no Rio. Faz tempos,
presenciamos a presença da PM em nossas escolas e repudio essa nefasta
presença imposta pelo governo.
Bom, qualquer professor sabe que
durante os intervalos das aulas, crianças e adolescentes brincam e
saracoteiam pelos corredores. Isso ocorre diariamente. Hoje, dia 15 de
setembro de 2014, entrei às 14:40 numa turma de 7º ano, peguei meu
diário para fazer a chamada, enquanto isso, muitos alunos chegavam do
intervalo dentro da sala. Uma brincadeira começou na porta da minha sala
e logo acabou-se. De repente, abre a porta da minha sala de forma
estúpida um policial, identificado como Rangel, e começa a gritar com um
aluno, eu estava concentrada na atividade que iria dar e só percebi que
era um PM um pouco depois. Levantei da mesa, pedi educadamente que o
policial se retirasse, pois ali a autoridade não era dele e, sim, minha.
Ele continuou a gritar com meu aluno, pedi que ele o respeitasse e
saísse da sala. Ele retirou-se.
Minha indignação continuou quando
percebi que a força com que esse senhor abriu a porta, havia machucado o
ombro do meu aluno, e resolvi descer e esclarecer com ele a agressão. O
PM começou a me ironizar de maneira grosseira, dizendo que eu não tinha
pulso com minhas crianças. Respondi prontamente que ele não era um
educador e muito menos podia ser considerado parte da comunidade
escolar, portanto, não tinha nenhuma autoridade para questionar minha
prática docente e, muito menos, autoridade para gritar ou machucar
qualquer aluno da escola. Pedi respeito e ele aumentava o tom de voz.
Encerrei a discussão, dizendo que voltaria para minha sala de aula pq,
naquele momento, sim, meus alunos estavam sozinhos. Qual não foi meu
espanto quando me virei e ouvi ele gritar para mim: "Mulher nenhuma me
vira as costas, vc é uma abusada e depois não sabe pq acontecem as
coisas". Senti medo, engoli em seco e continuei pisando firme. Entrei em
sala, mas ali já não havia mais qualquer condição emocional para se dar
uma aula. Chorava e eu e meus alunos.
A violência praticada por
esse policial com os alunos é constante, e revela uma faceta perigosa do
que se espalha pelas escolas públicas. O governo do estado trata a
escola como se fosse um mero depósito de pessoas pobres, logo esses
policiais se sentem com a mesma autoridade com que entram nos morros e
nas casas dessas pessoas. Tratam nossos alunos como marginais e nem
preciso dizer como tratam educadores, afinal, as ruas já mostraram isso.
Fica aqui junto com meu relato meu medo, meu repúdio, meu nojo e cada
vez mais o desejo por uma educação libertadora, sem grades e sem nenhum
temor.
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Meu comentário : A presença da pm dentro da escola é intimidadora, que fique no entorno da escola, mas não nas dependências das mesmas.
Que o Sepe tome as medidas cabíveis URGENTEMENTE junto a Seeduc de
forma a evitar ABSURDOS como esse, com pmS comprovadamente despreparados
para tratar com trabalhadores em seus manifestos democráticos legítimos
, e menos ainda para tratar com jovens em ambiente escolar.
A Revista Caros Amigos aborda "Escolas militarizadas",
em referência a presença da PM nas escolas estaduais do Rio de janeiro.
Com a promessa de levar segurança às escolas públicas, o governo do Rio
de Janeiro coloca mais de 400 policiais militares armados em 90 escolas
do estado. Trata-se do Programa Estadual de Integração na Segurança
(Proeis), resultado de um convênio entre a Secretaria de Educação
(Seeduc) e a Secretaria de Segurança (Seseg), firmado em maio desse ano.
Embora seja polêmico, o governo do Rio pretende estender a ação a toda a
rede pública do estado, com cerca de 1.300 escolas.
Ainda em
fase experimental, o Proeis nas escolas está sendo investigado pelo
Ministério Público do Rio. O inquérito está sendo conduzido pelo
promotor Emiliano Brunet, com o propósito de verificar a legalidade do
projeto. Além disso, a Seseg havia garantido que os policiais receberiam
um treinamento específico para lidar com as crianças, mas uma semana
depois da sua implementação nenhum treinamento havia sido realizado e
denúncia envolvendo policiais nas escolas não param de chegar à Seeduc,
ao Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) e na
Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Alerj).
No mês de
setembro, a professora Carla Martins, do Colégio Estadual Cizínio
Soares Pinto (Niterói – RJ), denunciou, através da internet, a atitude
violenta do policial designado à escola. “Entrei em uma turma de 7º ano,
peguei meu diário para fazer a chamada, enquanto alguns alunos ainda
chegavam do intervalo. Uma brincadeira começou na porta e logo acabou.
De repente, o policial identificado como Rangel abriu a porta da sala de
forma abrupta, machuco ombro de um aluno e começou a gritar com a
criança”, relatou a professora indignada. A docente
pediu ao policial que se retirasse da sala de aula. “Ali a autoridade
não era dele e, sim, minha”, argumento a Carla. Mesmo assim, o policial
continuou gritando com o aluno, e somente na segunda intervenção da
professora que saiu finalmente. “Quando percebi que o aluno estava
machucado fui atrás do policial esclarecer a agressão. Ele começou
ironizar de maneira grosseira, dizendo que eu não tinha pulso firme com
minhas crianças. Respondi que ele não era um educador, nem parte da
comunidade escolar, portanto, não tem autoridade para questionar minha
prática docente e, muito menos, poderia gritar ou machucar qualquer
aluno”, contou a professora. O policial então aumentou o tom de voz e a
docente relata que decidiu encerrar a discussão e voltar à sala de aula.
Quando estava se retirando o PM gritou: "Mulher nenhuma me vira as
costas, você é uma abusada. Depois não sabe porque as coisas
acontecem...". Típica ameaça velada. “Senti medo, engoli seco e
continuei caminhando firme. Entrei na sala, mas já não tinha condição
emocional para dar aula. Chorava meus alunos e eu”, relembra a
professora, que logo depois pediu licença por estresse emocional. Um
quadro bastante comum entre os professores da rede estadual do Rio de
Janeiro. Carla Martins, professora há 8 anos, repudia “a
violência praticada por esse policial. Isso tem se tornado constante, e
revela uma faceta perigosa do que se espalha pelas escolas públicas. O
governo trata a escola como se fosse um mero depósito de pessoas pobres,
logo esses policiais se sentem que têm a mesma autoridade com que sobem
os morros e entram nas casas dessas pessoas. Tratam nossos alunos como
marginais e nem preciso dizer como tratam educadores, afinal, isso ficou
claro nas manifestações”, denuncia.
Policiais trabalham em dias folga : para participar do programa de vigilância nas escolas, os policias
fazem inscrição de maneira voluntária e trabalham nos dias de folga. A
cada turno de 8h ganham a quantia de até R$ 175 se for oficial, e R$
150, se for praça. A estimativa é que seja investido certa de R$200
milhões ao ano nesse programa e a maior parte da verba sairá do
orçamento da Educação. “Com esse dinheiro poderíamos desenvolver ações
contra a violência muito mais eficientes, como por exemplo, uma campanha
educativa”, destaca a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais
de Educação (Sepe-RJ), Vera Nepomuceno. Para a sindicalista o programa
deixa exposto também um cenário dramático dos profissionais de segurança
pública. “O policial trabalha sem folga e com acumulo de estresse muito
grande. Esse governo estadual é tão desastroso que, com esse programa,
consegue criar problema em duas áreas estratégicas: segurança e
educação”.
Recentemente a professora Cleyse dos Santos, Colégio
Estadual Joaquim Távora (Niterói), protagonizou um caso emblemático, que
demonstra a complexidade da dinâmica estabelecida em nas 90 escolas com
policiamento. Ela recebeu voz de prisão do PM depois de um a discussão
que envolvia uma mãe que queria matricular o seu filho. “Estava vindo da
Biblioteca quando vi de longe que o policial discutia com uma senhora e
notei que ele estava muito tenso. Era uma mãe que vinha na escola pela
segunda vez. Resolvi intervir para ver se poderia ajudar e acalmar a
situação. A senhora estava muito descontrolada. Mas o policial entendeu
que eu estava tirando a sua autoridade, queria me levar para a delegacia
me acusando de desacato”, afirma. De acordo com a docente os ânimos se
exacerbaram ainda mais com a presença da diretora da escola, que
provocava o policial. “A diretora da escola ficava gritando com ele:
‘você vai deixar ela tirar sua autoridade? Depois não terá respeito de
ninguém aqui’, dizia a diretora. Já dei aula para o piores traficantes
da região, mas essa foi a primeira vez que entrei em atrito com alguém
armado”, desabafa Cleyse, professora da rede pública há 26 anos. As coisas só se acalmaram quando a educadora pediu para falar com o
policial em outro lugar mais tranquilo e dialogar sobre o ocorrido.
“Depois de muita conversa o PM acabou confessando que ele tinha vindo de
uma operação na favela direto para a escola, e que não havia dormido a
noite toda. O trabalho na escola é um bico que faz para ajudar a pagar
sua faculdade”, constatou. A discussão também revela outra
questão. O conflito político entre professores, que são concursado, e
diretores, cargos comissionados e, portanto indicados de acordo com
acordos políticos. “Os diretores não são eleitos pela comunidade
escolar. As diretorias das escolas estaduais foram loteadas e cada
político, aliado ao governo, faz indicações em uma determinada área”,
revela a professora Cleyse.
Policiamento nas escolas divide opiniões.
O argumento para defender a presença de policiais nas escolas públicas é
que essa seria a única maneira de eliminar a violência e dentro e no
entorno das escolas. “Casos de estudantes que são violentos com
professores ou outros alunos realmente acontecem nas escolas, mas vale
destacar que ocorre tanto em públicas e quanto privadas, no Brasil e no
mundo, mas não costuma-se discutir as causas dessa violência”, aponta a
professora e doutoranda em Educação pela Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ), Sarah Nery.
Em um evento realizado pela Seeduc,
em maio desse ano, a diretora administrativa da secretaria de Educação,
da região da Baixadas Litorâneas, Fernanda Cavalcanti, afirmou que
“todas as escolas da sua região aprovaram o Proeis. Atualmente, temos
cinco escolas sendo atendidas. Temos recebido várias solicitações para
inclusão no programa. O programa atende a uma necessidade sinalizada há
anos pelos professores da rede. Os diretores das unidades têm relatado
que a movimentação ao redor da escola, e até mesmo o comportamento dos
alunos, mudaram muito com a presença dos policiais”.
No entanto, o
que se questiona é a presença de forças policiais armadas no interior
das escolas e a postura de alguns policiais em relação aos alunos e
professores. Segundo informações da União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (UBES), logo no primeiro mês do projeto um policial
esqueceu uma arma no banheiro masculino do Colégio Estadual Julia
Kubitschek, localizado no Centro do Rio. Já no Centro Integrado de
Educação Pública 320, em Duque de Caxias (RJ), um estudante tomou um
tapa no rosto pelo simples fato de ter se dirigido ao policial como
“tio”. “Casos como esse tem acontecido todos os dias, contra os
estudantes e o movimento estudantil”, destaca o diretor de Relações
Internacionais da UBES, Rafael Araújo.
Alguns alunos da rede
estadual revelam que quando o programa começou os policiais permaneciam
na parte de fora dos colégios, no entanto nesse último mês as rondas
internas se tornaram mais frequentes. “Antes ficavam apenas na portaria,
mas agora eles circulam pelos corredores e olham os alunos de forma
debochada. Também ficaram mais agressivos”, conta a estudante Thayssa
Lopes, de 17 anos, aluna do Colégio Júlia Kubitschek. No Colégio Mendes,
localizado na Ilha do Governador, zona metropolitana do Rio, os
estudantes afirmam que os policias não apenas andam dentro da escola,
como abrem as salas de aula para fiscalizar os alunos.
Estudante
do Colégio Estadual Professora Alzira Santos Silva, Milla Santos, de 16
anos, está temerosa, pois sua escola ainda não tem policial, mas
diretora já fez o pedido à Secretaria de Educação. “Temos medo porque os
bandidos podem querer atacar a escola e os conflitos de fora serem
levados para dentro.
Também temos muitos colegas que perderam seus pais,
irmãos e outros familiares, mortos por policiais em operações nas
favelas. Como eles vão se sentir tendo que conviver com esses policiais
na sua escola?”, questiona a estudante. Ela observa ainda que o seu
colégio “tem muros altos, grades e agora terá policial. No que se
converterá?”. Uma pergunta de muitos estudantes, mas que ainda não tem
resposta.
Andrea Viera, professora do Ciep 200, em Nova Iguaçu
(RJ), denuncia outra situação envolvendo policiais nas escolas. “Agora
eles também entram nas salas e dão aulas de comportamento. E o mais
absurdo é que PMs que agrediram professores durante a greve estão nas
respectivas escolas onde esses professores dão aula. Os educadores agora
têm que conviver com seus algozes todos os dias. Quem aguenta uma coisa
dessa?”.
Situações como essas tem levado professores e a
alunos a abandonarem as escolas.
Somente no mês de agosto, cerca de 500
docentes saíram voluntariamente da rede estadual de educação do Rio de
Janeiro. Quase cinco vezes o número do mesmo período do ano passado,
quando 139 profissionais da educação pediram exoneração. O número foi
contabilizado através do acompanhamento periódico das publicações do
Diário Oficial. “Isso é escandaloso. É o mês do ano que mais professores
deixaram a rede pública e talvez essa seja a maior quantidade de saída
voluntária de professores da história da democracia”, destaca o
professor
Omar Costa, um dos responsáveis por computar os números.
“Nesse cenário de violência estrutural, a solução que o Estado propõe
para diminuir a violência nas escolas é uma dupla de policiais armados.
Seria mesmo essa a solução, diante de tantos desafios sociais,
culturais, educacionais apresentados? É possível que isso torne as
escolas ambientes ainda mais violentos.
Na atual conjuntura
política, com o Estado cada vez mais militarizado, tanto no Rio de
Janeiro como em outras unidades federativas, frente aos diversos e
complexos problemas sociais, a solução militar aparece como uma espécie
de muro de contenção. No estado de Goiás, o governo do estado transferiu
a responsabilidade de dez escolas públicas para a polícia militar. A
direção das unidades, assim como a equipe encarregada de manter a
“ordem”, são compostas por homens fardados e com armas na cintura.
Atual modelo de educação em xeque.
“Precisamos repensar o modelo de escola”, frisa Sarah Nery, a
pesquisadora também chama a atenção para o perigo de estigmatizar ainda
mais os estudantes e as populações de baixa renda. {destaque} “Parte-se
de uma ideia de que o estudante – no caso das escolas públicas: o pobre –
já teria um tipo de potencial ‘inato’ para ser violento e agir como um
bandido. Esse estigma é encarado como um destino para essas crianças e
jovens pobres, em sua maioria negra, não só pela sociedade, mas pelos
próprios educadores que, infelizmente, deixam transparecer sua
desesperança. Mas talvez seja o momento de que questionarmos: que tipo
de educação estamos oferecendo para essas crianças e jovens que, em
algum momento, nos agridem e nos apontam uma arma? Será que solução para
a violência é mais violência?”. A pergunta abre caminho para diversas
discussões. Principalmente no diz respeito ao atual modelo de educação,
considerado retrogrado entre muitos estudiosos do assunto.
Uma das
maiores autoridades em educação no mundo, o português José Pacheco,
afirma que “no Brasil, assim como em Portugal e em outros países,
continuamos a ensinar jovens do século 21, com professores do século 20 e
um paradigma do século 19”. Entre a conveniência de haver desigualdades
sociais e marginalidade, e uma crescente indústria de cursinhos e
educação privada, fica difícil identificar a alternativa que evidencia o
maior grau de perversidade. João Cabral de Melo Neto costumava dizer
que as escolas brasileiras são como usinas que engolem gente e vomitam
bagaço. “A questão é por que o poder público mantém esse monstro. Será
que é porque convém a alguém? Perante as evidências dos rankings e das
violências múltiplas que vivemos, dentro e fora do ambiente escolar,
como se consegue manter uma coisa dessas”, observa Pacheco.
Seguindo o exemplo do pedagogo português José Pacheco, conhecido pelo
seu trabalho na Escola da Ponte, em Portugal, e agora no Projeto Âncora,
em São Paulo, a violência na escola não será resolvida com mais
violência, castigos ou vigilância. Projetos que deram certo e apontam
uma outra educação possível, onde o sentido de educar resulta em
conquista diária entre professore, alunos e os demos integrantes da
comunidade escolar.
A própria Lei de Diretrizes e Bases, se fosse
executada tal como foi pensada e definida já representaria uma grande
revolução para a educação brasileira. Entusiastas e pensadores como
Darcy Ribeiro e Paulo Freire, muito contribuíram na luta para mudar a
educação brasileira e deixaram um legado que pode ser servir de exemplo e
fonte de inspiração na busca por novos processos de mudança.
Darcy
Ribeiro, afirma Miglievich Ribeiro (2012), fazia parte de uma geração
que almejava repensar e mudar o Brasil e a América Latina. Aliado a
outros intelectuais e artistas, pensava em projetos que fossem capazes
de revolucionar as bases estruturantes do país, promover a construção de
uma consciência nacional crítica e contribuir para a superação do
atraso social do Brasil. Para Paulo Freire a modelo de educação
brasileiro está pensado para manter a relação de exploração do homem
pelo homem. Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é
ser opressor. Portanto é válido dizer que a educação do opressor não
serve ao oprimido. “A violência dos opressores que os faz também
desumanizados, não instaura uma outra vocação a do ser menos. Esta luta
somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua
humanidade, que é uma forma de criá-la, não se sentem idealistamente
opressores, nem se tornam, de fato, opressores dos opressores, mas
restauradores da humanidade em ambos”, defende Freire no seu clássico
Pedagogia do Oprimido.
Muitos são os sonhos e sonhadores que
apontam para uma educação libertadora. E nesse universo de esperança de
que algum dia as coisas venham a mudar, só uma coisa é certa: a
liberdade não pode trilhar outro caminho que seja a luta permanente.
Fonte: Revista Caros Amigos - Por
Fania Rodrigues.
http://www.carosamigos.com.br/index.php/component/content/article/244-revista/edicao-211/4540-escolas-militarizadas