Depois do Enem, Prova Brasil reprova rede pública do Rio: só 7,5% aprenderam o adequado em matemática no fim do ensino médio.
Rio, 18/01/2015
“Matemática
sempre é mais difícil”. A percepção da estudante Vanessa Rosa Costa, de
19 anos, é o reflexo do ensino médio deficiente no Rio, onde só 13,1%
dos alunos que se formaram em 2013 aprenderam tudo o que deveriam da
disciplina nessa etapa escolar. O dado é o resultado da Prova Brasil
daquele ano, divulgado em dezembro pelo movimento Todos Pela Educação.
Na rede pública (federal, estadual e municipal), esse índice fica mais
alarmante: 7,2%. Ou seja, 92,5% dos estudantes de escolas públicas do
estado não aprenderam o que deviam. A dificuldade se refletiu no
desempenho de Vanessa, que se formou em 2013 no Colégio Estadual
Jeannette de Souza Coelho Mannarino, em Campo Grande. No Enem de 2014,
ela tirou 412 pontos (de 0 a mil) em matemática, a menor nota da jovem.
—
Eu gostava do meu professor de matemática, mas o problema era o
currículo mínimo. A culpa não é dos professores. Só que eles têm que
seguir o que é determinado e ficam presos a isso. Não têm tempo de ir
além daquilo — reclama Vanessa, que quer fazer faculdade de Medicina
Veterinária.
O Todos Pela Educação considera as notas do Sistema
de Avaliação da Educação Básica (Saeb) para determinar quem aprendeu o
suficiente ou não. A nota mínima, que os 86,9% do Rio não atingiram, é
de 350. O aluno que consegue esse índice é capaz de fazer operações como
progressão aritmética ou calcular a probabilidade de um evento num
problema simples.
O Secretário estadual de Educação, Antônio
Vieira Neto, não quis comentar o resultado da Prova Brasil por ainda não
ter sido informado oficialmente do resultado pelo Ministério da
Educação (MEC).
O Rio, além de não atingir a meta estipulada pelos
Todos Pela Educação, piorou em relação a 2011 — naquele ano, 16,6%
atingiram a nota.
— A gente não pode admitir a piora nos índices,
o que aconteceu em diversos estados. Esse quadro é muito preocupante —
ressalta a coordenadora geral do movimento Todos Pela Educação,
Alejandra Meraz Velasco.
Estado não bate meta em nenhum segmento da avaliação.
O
Rio não conseguiu atingir a meta em nenhum segmento, nem em português,
nem em matemática (confira os dados abaixo). A coordenadora geral do
Todos Pela Educação, Alejandra Meraz Velasco, afirma que bons resultados
em 2007 dos primeiros anos do ensino fundamental não se confirmaram nos
anos seguintes, em 2013. Isso mostra que os segmentos finais
têm seus próprios desafios. É preciso criar políticas para aumentar esse
nível de aprendizagem. O ensino médio, por exemplo, tem muitos
conteúdos obrigatórios, que não dialogam com a realidade dos alunos e
que são ensinados superficialmente por falta de tempo.
> Sergio Prates: E
terminar com a balela de que acabou a aprovação automática.
No.município, alunos podem ficar em recuperação nas oito disciplinas,
sem problemas. E se ficar em até três, nem precisa fazer recuperação.
Passa direto. Aí vão pro ensino me(R)dio sem saber absolutamente nada,
exceto mexer no celular.
> Luiz Carlos : NOSSA EDUCAÇÃO, NUNCA FOI DE QUALIDADE.
O resultado da prova Brasil e o Enem, onde mais 50% dos alunos da
rede estadual foram reprovados em redação, somente confirmam o que o
SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação)
sempre denunciou. Os resultados da nossa educação sempre foram
fraudados. Nunca fomos o 4º lugar em qualidade de ensino. E nem
conseguiríamos ser com a atual política educacional adotadas pelo
Governo do Estado do Rio de janeiro e pelas prefeituras municipais
como a de nosso município.
Como se quer alcançar qualidade de ensino quando temos uma crise
educacional: Falta de professores (a cada ano declina os que optam pela
carreira do magistério); turmas superlotadas, escolas sem
ar-condicionado, sem bibliotecas, sem salas de informática, falta de
autonomia dos professores, baixos salários (o que inclui todos os
profissionais da educação), mau investimentos das verbas da educação. E o
pior a aprovação automática, prática adotada pelos municípios e o
Estado, alunos que não sabem ler e escrever são aprovados na base da
intimidação. O ano de 2014 foi marcado pelo movimento grevista no Estado
do Rio de Janeiro e no município de Nilópolis onde se questionou a
política educacional adotada. Os governos ignoraram os pedidos dos
profissionais da educação e adotaram uma política de retaliação com os
que aderiram à greve.
Esse abandono que a educação pública sofre há décadas é resultado
do descaso dos nossos políticos: Governadores e prefeitos, vereadores e
deputados estaduais. Afinal, porque se preocupara com a educação
pública quando não são seus filhos e netos que utilizam a escola
pública. Não esquecendo que os mesmos senhores como alguns membros da
alta burocracia do judiciário recebem auxilio educação. Estes se
preocupam com a escola pública quando indicam suas direções para manter
o curral eleitoral. Enquanto não houver sérios investimentos na
educação pública deixaremos nosso futuro, filhos e netos do
trabalhador, em uma obscuridade. O que evita o crime não é a polícia, é
a educação.
> Meu comentário : Mais uma vez digo que enquanto o ensino fundamental não for levado a
sério, e as aprovações correrem a vontade para maquiar índices
governamentais e não houver uma seleção ( pelo menos de Português e
Matemática) para o acesso ao ensino médio regular, continuaremos a
receber no 1º ano a grande maioria dos alunos analfabetos funcionais e
que não dominam de fato os quesitos básicos da Matemática do ensino
fundamental, que são ferramentas para a Matemática do ensino médio, para
Física e Química. É fundamental tb que no ensino médio, se tenha pelo
menos quatro (4) tempos de Física, de Química , de Biologia e...., ao
contrário dos escassos dois tempos semanais de hoje, isso quando se tem
professor.
Fico estarrecido quando vejo, ouço ou leio essa balela sobre extinção de disciplinas do ensino médio como faz o Todos pela Educação, de que o ensino médio tem muitos
conteúdos obrigatórios, que não dialogam com a realidade dos alunos e
que são ensinados superficialmente por falta de tempo. O ensino básico DEVE ser amplo, o aluno é que tem obrigação de estudar. Hoje o que temos é :
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