segunda-feira, 17 de junho de 2019

Servidores Estaduais: Cinco Anos a Míngua.

Jornal Extra de 16/06/19.
O Estado do Rio está sob o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que tem entre suas regras a proibição de aumento de vencimentos para os servidores públicos estaduais. A exceção a essa regra somente se aplicaria em caso de revisão anual para conceder a reposição salarial pela inflação, uma medida prevista pela Constituição Federal. O último reajuste para o funcionalismo estadual (dos três Poderes), porém, aconteceu há cinco anos, com leis aprovadas em junho de 2014, com correções pagas de forma parcelada, nos anos seguintes.
A inflação acumulada desses cinco anos é de mais 30%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Em nota, a assessoria da Casa Civil informou que o governo não considera nenhum reajuste no momento, devido ao déficit financeiro do estado. “O objetivo é manter os salários em dia e o custeio da máquina”, afirmou.
Segundo Bruno Sobral, economista e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o servidor estadual perdeu o equivalente a 14 meses de salário em termos de poder aquisitivo e já deixou de receber 32% da sua renda.
A Constituição diz que não é um aumento de salário e, sim, uma reposição de perdas. Então, é preciso pensar que, se o servidor está perdendo poder aquisitivo, está gerando uma cadeia de recessão, porque ele vai consumir menos do que consumia. Em geral, o gestor público pensa que funcionalismo é despesa, mas é preciso analisar que a economia tem efeito multiplicador. Ao repor o salário, o governo não está dando ganho. Está impedindo a perda do poder de compra — disse o economista.
Reposição salarial é direito reconhecido
Especialista em Direito Administrativo, o advogado Carlos Herique Jund lembra que a Constituição Federal criou a regra da reposição salarial por conta do período em que o Brasil tinha inflação alta. Para ele, a falta de regras estaduais não deve impedir a recomposição:
— Os gestores públicos defendem que o reajuste não é feito porque por não há regulamentação sobre o tema, mas isso independe de regra, porque o direito já é reconhecido. O conselho do Regime de Recuperação Fiscal disse que, em 2018, o Estado economizou R$ 4 bilhões. Então, acredito que, com mais corte de gastos desnecessários, será possível majorar os salários.
Jund é autor de ação na Justiça que garantiu, em 2017, o arresto das contas do governo estadual para pagar os salários atrasados. O advogado conta que, diante da falta de perspectiva para um reajuste, os trabalhadores tendem a recorrer ao Judiciário para garantir seus direitos:
— O posicionamento (do Judiciário) é o de que o servidor não poderia intervir na administração pública e pedir aumento. Mas isso é perda salarial, que mexe no princípio de irredutibilidade de vencimentos, porque os salários têm redução real monetária, e o trabalhador deixa de manter o padrão de vida.
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O fato é que Servidores da Educação Estadual do RJ São ESQUECIDOS pelo governo estadual.

Servidores da educação estadual do RJ com salário congelado desde julho de 2014 até o IPCA de Agosto/2019 acumulam perda de 32,18%.
Lembrando ainda que os dois únicos benefícios com valores VERGONHOSOS estão congelados a mais de seis (6) anos, o plano de carreira também foi congelado e o governo não cumpre a Lei Federal 11.738/2008 relativa a 1/3 da carga horária para atividades extra classe.

Como visto os DESgovernos do RJ não se importam com os Servidores da educação.
Mais sobre a perda salarial em :
https://observacoeseducacionais.blogspot.com/2017/01/salario-defasado-da-educacao-estadual.html

No jornal comentei:


  • Omar Costa
    Pelo meu comentário anterior vê-se que o governo estadual IGNORA a educação estadual e seus servidores. De Jul/14 a Ago/19 perda do poder de compra em 32,18% e aumentou nosso %  para o RioPrev de 11% p/ 14%. Só ferro.
     
  • Omar Costa
    Pelo IPCA de Agol/2019 a perda é de 32,18%. Benefícios congelados a + de seis anos, plano de carreira congelado e o governo não cumpre a Lei Federal 11.738/2008 relativa a 1/3 da carga horária para atividades extra classe.
     


2 comentários:

  1. Em 11 de outubro às 19:07 postei no facebook: DESABAFO de Docente da Seeduc.

    Dia 15 de outubro chegando e infelizmente nada a comemorar
    Estamos totalmente largados,
    Desvalorizados
    Professor desmotivado,
    Reajuste salarial nenhum.
    Governo de Estado do Rio de Janeiro só fazendo maquiagem
    Só deveres....direitos nenhum , principalmente com relação a dinheiro...
    E não vem me dizer que precisa ter fé e esperança porque nesse sentido estas palavras não existem
    Entra governo sai governo e é sempre a mesma história
    Aguarda...espera...estamos nos esforçando...
    Desde 2014 sem nenhum reajuste,
    Plano de saúde aumentando todo ano 25%
    Tudo aumentando
    E o professor lá...correndo de um lado pro outro igual doido pra aumentar a renda...
    Desvalorização essa é a palavra!!!
    Muito indignada.

    - Profª Olga Henriques Cabral -

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  2. Em 10 de outubro às 12:31 postei noo facebook: Aos Servidores da Seeduc p/ REFLEXÃO.

    Não tem ninguém criticando a Seeduc oferecer ônibus para atividades extra curricular com os alunos. A gente quer isso e um pouco mais. Eu vou desenhar pra ficar esclarecido. Se tem dinheiro para disponibilizar ônibus a vontade, tem dinheiro para melhorar o piso da categoria. Tem dinheiro para melhorar a gratificação do vale coxinha e vale carroça. Tem dinheiro para pagar enquadramento e mudanças de nível e referência. Nas regras de quem está em regime de recuperação está claro que conceder reajuste não transgride LRF desde que se tenha recursos próprios. E a educação tem. Vocês que gostam de fazer papel de advogado do diabo tirem o dedo podre do teclado e vão olhar as planilhas do Fundeb. Tem muita grana. Muito dinheiro!! Professor, ativo ou aposentado, está cansado de ser escória do governo. Os aposentados estão morrendo à míngua. Sem condições de pagar plano de saúde, comprar remédios, pagar aluguel ou suas contas do dia a dia. Os ativos estão no mesmo barco, mas dentro das salas de aulas. Doentes também, correndo de uma escola para outra, tomando ansiolíticos, convivendo com depressão, insônia, hipertensão,sem saberem como chegar ao décimo dia útil sem grana. Tem dinheiro, sim. Tem muito dinheiro. Este país sempre teve dinheiro. Para gastar naquilo que é prioridade para o governo. E este governo, assim como os dois últimos, quer enganar o povo, fazendo crer, que dar tiro dentro de favela, acabará com a violência. Os governos do PMDB gastaram rios de dinheiro na segurança pública e a violência só aumentou. O que pode diminuir a violência é investimento na população. E isso tem a ver com escola. Tem a ver com arte, cultura, esporte, saúde, saneamento, emprego e lazer. E tem a ver com professor bem remunerado. Se você é professor e não consegue enxergar isso, fica fazendo papel de papagaio de pirata do W.Witzel, eu te oriento a ir vender gelo, picolé, bolo de pote. Com todo respeito a quem o faz, mas não está dentro de sala de aula, tendo obrigação de formar seres pensantes. Porque quem trabalha com educação tem obrigação de ser crítico. Abestado!!!

    PS. Se copiar o texto para compartilhar, dê o crédito conforme abaixo. Queremos ter certeza que esse desabafo vai chegar lá na Casagrande!
    Tmj sempre.
    Fonte : Jane Mary .

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