domingo, 31 de agosto de 2014

Evasão de 500.000 Alunos da rede estadual do RJ.


- Atualizada às

Meio milhão de alunos somem das escolas da rede estadual

Números encolhem 34,7% em seis anos. Secretaria alega que houve erro de registro

Por Christina Nascimento
Rio - O governo do estado reduziu em meio milhão o número de matrículas no Ensino Básico entre 2006 e 2012. Na ponta do lápis, são exatos 516.471 mil alunos que deixaram de existir no banco de dados da Secretaria Estadual de Educação. Situação que coloca o Rio na condição de rede de ensino que mais diminuiu no país, em percentual de registro de alunos, neste período. A queda foi de 34,7%. O levantamento foi feito pelo professor Nicholas Davies, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF).

“É preciso uma resposta. Para mim, esse número é um indicador de descompromisso do governo estadual com a educação”, afirmou o professor. A secretaria disse que há muitas explicações para o ‘sumiço’ dessas matrículas. E que não houve redução, ao contrário do que sugere o estudo.
O órgão, que chegou a dizer que não sabia informar o número de evasão no estado e que isso caberia ao MEC/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep) — que negou esta informação —, voltou atrás e afirmou que seria próximo de 80 mil ou 90 mil.
Para explicar o desaparecimento de meio milhão de estudantes do sistema, o governo apresentou o seguinte cálculo: 150 mil foram transferidos para unidades das prefeituras. Outros 210 mil alunos abandonaram a escola ou tinham o nome duplicado no banco de dados do estado. E, segundo o órgão, ainda 60 mil estudantes que estavam com defasagem série-idade concluíram os estudos e saíram do banco que alimenta as informações. O restante seria resultado apenas de evasão.
Argumentos que não convencem Nicholas Davies, que estuda o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).“Tudo bem que eles sejam desorganizados, que tenham nome duplicado no banco de dados, mas são eles que oferecem os dados para o Inep, que faz a consolidação nacional destes números”, contestou o professor.
Davies chama a atenção ainda para o fato de que, entre 2006 e 2012, as despesas declaradas pelo governo em educação passaram de R$ 3,580 bilhões para R$ 5,455 bilhões. “Houve redução de matrículas, mas os gastos aumentaram”. O estado se defendeu. “Não há diminuição de verba por causa da redução do número de alunos. Com mais verba, passou a investir mais nos professores e demais servidores. Eles passaram a ter auxílios saúde, qualificação, reajustes salariais e formação continuada para os docentes”.

Privatização pode explicar

A pesquisa aponta para o fenômeno de privatização do sistema de ensino no estado. Em seis anos, a rede de ensino privada no Rio cresceu 22,5%, tornando-se a segunda maior do país (fica atrás apenas do Distrito Federal) e a quarta que mais aumentou no Brasil. Perdeu apenas para Maranhã, Ceará e Alagoas.
“Quando você não oferece um serviço de qualidade o que acontece é um estímulo à privatização do que é público, não no sentido de venda, mas de induzir a população. É isso que acontece no sistema de saúde. As pessoas têm plano, porque o poder público é omisso, porque elas não confiam no que é oferecido a elas”, explicou o professor Nicholas Davies.
A notícia vem à tona ao mesmo tempo em que a Unesco divulgou relatório também preocupante sobre a educação. O Brasil é o oitavo país do mundo com maior taxa de analfabetismo entre adultos. Pelos dados do 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, dez países respondem por 72% da população mundial de analfabetos, entre eles o Brasil, a Índia, China e Etiópia. O percentual de analfabeto entre pessoas com 15 anos ou mais no Brasil é 8,6%, totalizando 12,9 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011.

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Matriculas Diminuem na rede estadual e Aumentam na rede particular.

Pesquisa realizada pela Faculdade de Educação da UFF concluiu que  as redes estaduais de ensino do país estão cada vez menores, enquanto as particulares avançam, informou reportagem ( 08/05/14) do site da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio ( ESPJV / Fiocruz ). Foram avaliadas  a evolução das matrículas no ensino fundamental, de 1997 a 2012 e no ensino médio de 2006 a 2012, com base nos censos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ( INEP).

De um modo geral, as matrículas públicas cairam. As estaduais caíram praticamente 19,2%, as municipais, 8,7%. Já as matrículas privadas cresceram 13,3%, afirmou o pesquisador Nicholas Davies, à frente do estudo. "Mas o que é importante observar é que o crescimento das matrículas da rede particular não absorveu a queda das demais", explicou. As matrículas estaduais no ensino básico diminuíram mais de 4,4 milhões e as municipais em 2 milhões. Já as privadas aumentaram 976 mil.

Os estados que tinham proporcionalmente  o menor nº de matrículas na rede estadual eram o Maranhão, com 20,4%, Ceará , com 21,2%, Alagoas, com 25,9%. A participação dos municípios ficava com 70% no Maranhão, 60,2% no Ceará, 61,4% em Alagoas, e 55,5% no Rio de Janeiro. A participação da iniciativa privada vem crescendo nesses estados, atingindo 9,7% no Maranhão, no mesmo ano, chegando a 14,3% em Alagoas e a 18,6% no Ceará. Ganha destaque no estudo a situação do Rio de Janeiro, onde o ensino privado já tem 27,9% das matrículas, mais do que a rede estadual.

Em relação ao ensino fundamental ( até o 9º ano), os números ficam mais alarmantes. No Ceará e na Bahia, por exemplo, as redes diminuíram sua participação em em 86,3% e 76,4%, respectivamente. Os alunos , no entanto não foram absorvidos por nenhum outro sistema educacional, o que indica que estão fora da escola. Nos mesmos estados, a participação da iniciativa privada chega a ser quase igual à da rede estadual. Já no Rio de Janeiro e Ceará, o nº de matrículas da rede privada ultrapassou o da rede estadual.
"Isso demonstra o aumento da omissão dos governos estaduais"

Para Nicholas Davies, chama a atenção, ainda, o fato de a diminuição do nº de matrículas ter ocorrido após a instituição, em 1997, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério ( FUNDEF) - que, em 2007, passou a se chamar Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação ( FUNDEB ). No FUNDEB, parte da receita estadual e municipal é condicionada  ao nº de matrículas. "Os governos quererem se livrar da responsabilidade em relação ao ensino fundamental e, além disso, enfraquecer os sindicatos estaduais de professores que, de modo geral, são mais fortes nas esferas estaduais", arrisca.

Para o professor, a queda do nº de matrículas nas redes públicas se explica também "pela conivência de alguns governos com a privatização do ensino", com o fechamento de escolas ou vagas ou política de deterioração da qualidade das escolas pública, com medidas como a da desvalorização salarial dos professores.

Fonte : Revista 'RADIS'  nº 142 - Julho/2014 - www.ensp.fiocruz.br/radis

sábado, 30 de agosto de 2014

Brasil lidera a violência contra DOCENTES.

Hoje, 30/08/14 foi Capa do jornal O Dia, conforme o link:

Mais em:
http://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2014/08/28/pesquisa-poe-brasil-em-topo-de-ranking-de-violencia-contra-professores.html


Pesquisa põe Brasil em topo de ranking de violência contra professores

Daniela Fernandes
Da BBC Brasil, em Paris

  • Tânia Rego/Agência Brasil
    Saída escola no Rio de Janeiro Saída escola no Rio de Janeiro
Uma pesquisa global feita com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe o Brasil no topo de um ranking de violência em escolas.

Na enquete da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 12,5% dos professores ouvidos no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana.

Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados - a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.


"A escola hoje está mais aberta à sociedade. Os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos", disse à BBC Brasil Dirk Van Damme, chefe da divisão de inovação e medição de progressos em educação da OCDE.

O estudo internacional sobre professores, ensino e aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), também revelou que apenas um em cada dez professores (12,6%) no Brasil acredita que a profissão é valorizada pela sociedade; a média global é de 31%.

O Brasil está entre os dez últimos da lista nesse quesito, que mede a percepção que o professor tem da valorização de sua profissão. O lanterna é a Eslováquia, com 3,9%. Em seguida, estão a França e a Suécia, onde só 4,9% dos professores acham que são devidamente apreciados pela sociedade.

Já na Malásia, quase 84% (83,8%) dos professores acham que a profissão é valorizada. Na sequência vêm Cingapura, com 67,6% e a Coréia do Sul, com 66,5%.

A pesquisa ainda indica que, apesar dos problemas, a grande maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com o trabalho.

A conclusão da pesquisa é de que os professores gostam de seu trabalho, mas "não se sentem apoiados e reconhecidos pela instituição escolar e se veem desconsiderados pela sociedade em geral", diz a OCDE.

Segundo Van Damme, "a valorização dos professores é um elemento-chave para desenvolver os sistemas educacionais".

Ele aponta melhores salários e meios financeiros para que a escola funcione corretamente, além de oportunidades de desenvolvimento de carreira como fatores que podem levar a uma valorização concreta da categoria.

No Brasil, segundo dados do CDEs (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) da Presidência da República, divulgados em 2012, a remuneração média dos professores é de pouco menos de R$ 1,9 mil por mês.

A média salarial dos professores nos países da OCDE, calculada levando em conta o poder de compra em cada país, é de US$ 30 mil (cerca de R$ 68,2 mil) por ano, o equivalente a R$ 5,7 por mês, o triplo do que é pago no Brasil.

O especialista da OCDE cita a Coreia do Sul e a China como exemplos de países onde o trabalho dos professores é valorizado tanto pela sociedade quanto por políticas governamentais, o que representa, diz ele, um "elemento fundamental na melhoria da performance dos alunos".

"Em países asiáticos, os professores possuem um real autoridade pedagógica. Alunos e pais de estudantes não contestam suas decisões ou sanções", afirma.

A organização ressalta que houve avanços na educação brasileira nos últimos anos. Os investimentos no setor, de 5,9% do PIB no Brasil, estão próximos da média dos países da OCDE (6,1%), que reúne várias economias ricas.

"Entre 2000 e 2011, o nível de investimentos em educação no Brasil, em termos de percentual do PIB, quase dobraram", afirma Van Damme.

Outro indicador considerado importante pela OCDE, o percentual de jovens entre 15 e 19 anos que estudam, é de 77% no Brasil. A média da OCDE é de 84%.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ECOS DOS PROTESTOS. Do quarto poder ao quinto dos infernos.

Na segunda metade do século 19, os principais países europeus instituíram sistemas básicos de ensino para toda a população. A alfabetização em massa permitiu, na virada do século 20, o surgimento de jornais de grande circulação. A influência crescente dos tabloides sensacionalistas londrinos levou os lordes do Parlamento britânico a identificar na imprensa de massa o quarto poder da democracia. De fato a mídia que surgia teve um papel crucial quando as potências europeias conduziram seu povo ao matadouro de 1914, levando as primeiras gerações formadas nas escolas públicas do continente a marchar para a guerra em grande júbilo e exaltação patriótica, demonizando seus inimigos, enaltecendo seus heróis, alardeando suas vitórias e escondendo suas derrotas.
Anos depois, o arsenal do quarto poder ganha uma arma mais poderosa – o rádio. Adolf Hitler estimula a fabricação e financia a compra de rádios populares, para que toda a família alemã tivesse acesso à sua propaganda política, eficiente ao ponto de levar um dos povos mais instruídos do mundo a embarcar na loucura do nazismo. A libertação da necessidade de alfabetização de seu público com o rádio permite à imprensa chegar a levas cada vez maiores de seres humanos em todo o planeta – nós, como herança da época, recebemos A Hora do Brasil, polêmico componente do que foi a “era do rádio”.
Na segunda metade do século 20, os instrumentos da mídia tornam-se a principal arma do conflito entre as superpotências. Com a ameaça do holocausto nuclear, a sanha militarista teve que ser contida e na guerra fria a principal disputa era para conquistar a mente das pessoas. Os camaradas soviéticos e comunistas do mundo todo montam uma rede de mídia para propagar os benefícios do novo sistema; do outro lado, Eugene McCarthy toca a trombeta em defesa da família, religião e propriedade que ecoa no mundo inteiro. A comunicação de massa passa a ser elemento constitutivo essencial em qualquer esquema de poder e o marketing político foi incorporado ao jogo nas grandes sociedades urbanizadas.
Império poderoso e influente
O advento da televisão impulsionou aos píncaros o quarto poder. Em nosso país já tínhamos grandes grupos de comunicação, influentes no meio político, quando a TV engatinhava – o maior exemplo eram os Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Mas foi nos anos 1970, com investimentos importantes da ditadura militar no desenvolvimento das telecomunicações e a massificação na comercialização dos aparelhos receptores, que surgiram os grandes oligopólios das comunicações, que imediatamente passam a ocupar posição de centralidade no esquema do poder político, crescente até hoje.
Os grandes grupos empresariais que dominam as comunicações no Brasil foram forjados durante a ditadura militar e em estreita associação com a mesma. Tanto joão Saad, quanto Sílvio Santos tiveram que seguir os passos de Roberto Marinho para conseguir um papel de coadjuvante (hoje acompanhados pelo caçula Edir Macedo) no grande império global que surgia. Os ditadores abriram os cofres de várias formas para seus parceiros na mídia, distribuíram as concessões necessárias e eliminaram a concorrência, sufocando economicamente, como fizeram com o Jornal do Brasil, ou simplesmente cassando a concessão, como fizeram com a Excelsior. Em contrapartida, o silêncio quanto à repressão política e à tortura e propaganda massiva do governo.
Acabou a ditadura, mas não no universo das comunicações. José Sarney distribuiu quase uma centena de concessões de emissoras para as grandes redes. A cartelização do setor é cada vez maior e quaisquer meios alternativos que tentem furar o bloqueio são tratados como crime e pirataria. A Globo assume a liderança incontestável definindo um padrão a ser seguido e a presença da TV nos lares brasileiros torna-se absoluta, indicando do que rir, do que chorar, o que consumir e em quem votar. A Globo faz e derruba presidentes, como foi o exemplo de Fernando Collor. O império da mídia é cada vez mais poderoso e influente, indispensável para salvaguarda do poder dominante ante quaisquer ameaças e imprevistos, como quando a Globo destruiu a alternativa política que representava o trabalhismo de Brizola.
Iniquidade e ilegalidade
Que diriam os lordes britânicos que apelidaram jornalistas, por vezes zombateiramente, como membros de um quarto poder, ao ver que hoje o monopólio da mídia não é apenas um auxiliar, mas um protagonista importante do jogo do poder? Que diriam ao ver deputados, juízes, prefeitos e governadores disputando favores e mendigando afagos da mídia, um minutinho no Jornal Nacional? Ficariam decerto estarrecidos ao ver que a Globo é não o quarto, mas o primeiro poder da nossa República. E a retribuição é generosa em todo tipo de vantagens: verbas de publicidade, incentivos e isenções fiscais, desvio de recursos do Fundeb, que seriam das crianças e educadores do Brasil, para a empresa através de sua Fundação Roberto Marinho, isso para não falar em procrastinação de processos judiciais incômodos e vista grossa à sonegação fiscal, tudo para dar musculatura ao que vem se transformando no principal esteio do poder no Brasil.
A postura imperial de William Bonner na bancada do JN espelha bem a arrogância desse novo poder dominante, que precisa dela pois se nutre da inexistência de contestação. Hoje, a garantia da ordem e do funcionamento do sistema não depende mais do chicote do feitor ou do tacão dos militares, mas de um sofisticado sistema de monopólio e manipulação da informação, controlado pelos barões das comunicações, que mexem as cordinhas no imenso teatro de marionetes em que estão transformando o Brasil. Quando nosso carcomido sistema político ficou atordoado, sem saber como lidar com a emergência das demandas populares que começaram a espocar nas ruas, foi a Globo que comandou a reação, montando uma campanha midiática avassaladora, com meios sofisticados de semiótica, para criminalizar os protestos e os movimentos sociais.
Os políticos, que andavam acuados, e as forças da repressão, meio desalinhadas, sacudiram a poeira e voltaram a carga, sob a bandeira de seu novo líder, a Globo. Um processo sórdido, digno dos tempos sombrios dos anos de chumbo, foi urdido para prender ativistas. Apoiado com grande espalhafato e linchamento da mídia, que chegou a voltar sua sanha caluniosa contra entidades sindicais de nossos trabalhadores. Nem posso expressar direito a indignação com que vi meu sindicato apontado nas páginas do jornal O Globo como financiador do terrorismo. O Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) é um patrimônio da população do Rio de Janeiro, agente importante na reconstrução da democracia em nosso país e baluarte da cidadania em defesa da escola pública e foi enxovalhado por essa mídia tendenciosa que, apoiada por geniais investigadores do Beltrame, descobriu que sindicatos financiam manifestações.
Professores grevistas são perseguidos cruelmente pelas secretarias de Paes e Pezão, garis grevistas são demitidos e é silêncio no rádio, nenhuma nota passa no filtro das redações. Pobres, em sua maioria negros, são assassinados pela polícia diariamente em nossa cidade, quase sob o aplauso da imprensa, uma verdadeira histeria engendrada por programas sensacionalistas que exploram a violência urbana pede mais polícia. Ao mesmo tempo, casos como o da meia tonelada de cocaína encontrada no helicóptero do senador Perrela são sepultados em completo esquecimento. Toda iniquidade e ilegalidade exercida pelo poder é encoberta e justificada, para os cidadãos comuns polícia e demonização dos contestadores, como que numa reedição moderna da Inquisição medieval. Quem sabe para nós, danados aqui embaixo, sujeitos à convivência com anjos decaídos e vassalos rebeldes, reste o único consolo de ver nossos algozes pularem do quarto poder para o quinto dos infernos.

Texto de Eduardo Paparguerius - Jornalista, mestre em História e artista plástico, em 26/08/2014 na edição 813.



CERTIFICAÇÃO.

A Certificação OBJETIVA acabar com o nosso Plano de Carreira e com a estabilidade no serviço público.

https://drive.google.com/file/ /0BwSbRlAI6DfSWXBHcWg0R0RtQXFHRzJCX2...…

O governo mente quando diz que a certificação objetiva valorizar os docentes.
Hoje somos obrigados a ter mais dois ou três empregos, acumulando tarefas, e nos sobrando pouco tempo para o nosso aprimoramento. Na realidade quando pedimos licença para estudo, temos nossos pedidos negados. Então como podemos nos aprimorar nessas condições?
O programa de certificação só vai significar uma justificativa para não termos mais reajuste salarial. Vão otimizar tal como a lógica de uma empresa enxuta , isto é , reduzir os gastos com pessoal.
 
Por isso é imperioso que os colegas docentes, REFLITAM, e NÃO SEJAM EGOÍSTAS ( farinha pouca , meu pirão primeiro ). Digam " Não a Certificação".
 
O  Risolia em reunião com o Sepe em 21/12/12 disse haver recursos para pagar a certificação a todos os servidores , se todos viessem a MERECER. Então se há recursos porque não repor de imediato as nossas perdas com isso TODOS os docentes e demais servidores seriam contemplados , inclusive os aposentados. 
Por isso o "BOICOTE a certificação" é válida, e nos unirmos por uma reposição emergencial das nossas perdas acumuladas, e NÃO à meritocracia. 
 
O colega Herlon Siqueira , postou em uma comunidade do facebook : Essa prova de certificação é importado da França pelo governo Sarkozy e o seu resultado foi a demissão de mais de 80 mil professores,ou seja, quem fizer essa prova está assinando a sua própria demissão! 
 
Querem certificar o quê? Fui "certificado" pela universidade e pelo concurso no qual fui aprovado. Não preciso provar nada a ninguém!…
 
Não a Certificação da Seeduc Risoliana.
Nesse governo Cabral/Pezão/Risolia não há uma política educacional, e sim um desse planinho de metas , gide, fechamento de escolas, otimizaçõs de turmas durante todo o ano letivo, projeto autonomia ( onde um docente ocupa vagas de pelo menos 5 colegas ), novo eja ( onde todos os módulos não contemplam todas as disciplinas do ensino médio regular ) , tudo isso leva a centenas de colegas com perdas das suas alocações.
A colega Aline Martins, comentou : Essa certificação, está diretamente ligada a ADIN de Cabral. Se liga meu povo. http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=3180
 
Tópico 'Não a Certificação da Seeduc Risoliana.'
Cabral/Pezão/Risolia abriu mais um frente de ataque às carreiras da categoria da rede estadual. Aprofundando o Plano de Metas, a "novidade" agora é o projeto de Certificação dos profissionais da educação: uma avaliação externa da categoria, controlada pela SEEDUC, para bonificar "por resultados e produtividade" os "melhores" profissionais da rede. De fundo, a medida visa congelar os salários da categoria, quebrar a isonomia salarial, congelar e futuramente desmontar/destruir os Planos de Carreira (do magistério e dos funcionários). E à longo prazo, inclusive, quebrar a estabilidade e demitir. O projeto, via decreto, pode ser conferido no link:  
http://www.silep.planejamento.rj.gov.br/index.html?decreto_44_187___07052013____i.htm
 sepeniteroi-estadual.blogspot.com 
http://www.diariodaclasse.com.br/forum/topics/certifica-o-p-os-docentes b) http://www.diariodaclasse.com.br/forum/topics/seeduc-rj-2013-mant-m-a-farsa-de-educar
http://professordoc.blogspot.com.br/2013/05/projeto-de-certificacao-entender-para.html

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

História da GREVE Unificada da Educação do RJ de 2014.

HISTÓRIA da GREVE Unificada da Educação Pública do RJ de 2014.

1) Postagem minha no facebook em 28/06/14:
Assembleia de 27/06/14 no Hebraica, que culminou de forma " VERGONHOSA " pelo fim da GREVE, pois as as armações da direção deram resultado por eles desejados, por uma pequena margem de 41 votos.
Esperamos e cobraremos empenho dela e de seu jurídico no tratamento de reversão das ameaças de demissão dos colegas do município que estão em estágio probatório, das anulações dos ilegais I.As que os DESgovernos Pezão e Paes impuseram a vários comp@nheiros.
Essa direção do Sepe envergonha a tradição de luta do sindicato, negociando ACORDÃO com deputados para encerrar a GREVE, depois manipulando com mudanças de local o último conselho deliberativo, onde conseguiram aprovar a realização da assembleia ( não prevista, pois a aprovada na última assembleia ocorreria em 03/07/14), mas para isso vários delegados foram trazidos pelos núcleos, gente que nunca comparece as assembleias e atos. E ontem na assembleia não foi diferente providenciaram ônibus de vários municípios para trazerem sua trupe com vista a encerrar a GREVE.
E ontem sentado à mesa da direção no inicio da assembleia estava o Sr. Claudio Monteiro, diretor do Sepe que comentou no facebook "bom espero acabar a putaria na sexta,mas tá foda". Ou seja as armações estavam em andamento. Alguém duvida?
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2) Postagem do companheiro Diego Felipe no facebook em 28/06/14:
A greve de educação termina, mas os grevistas e a base radicalizada da educação saem vitoriozos. A vitória política foi destes valorozos camaradas. Pois para terminar com a greve unificada que começou a revelia de diversas forças que integram a direção do sindicato e se deu apesar das constantes operações de sabotagem realizada por governistas, tiveram que unificar os mais podres setores da ex esquerda petista e todas outras siglas partidárias que possuem militantes dentro do SEPE. Juntou-se PT, PDT, PCdoB, PSTU e boa parte do PSOL. E em uma assmebleia marcada por denúncias de infiltrados votantes, ônibus para trazer "gado" de currais eleitorais e manobras da mesa, os que defendiam o final da greve venceram apenas por 41 votos.
Esta votação demostra o declinio da hegemonia política destes setores que por muito tempo foram uma hegemonia inquestionavel no SEPE. Demostra que a tradicional cultura política representativa, burocratica e verticalizada passa por uma enorme crise, e que nada poderá deter a vinda do novo. A direção hegemonica do sindicato e estes partidos tem de torcer, e muito, para que os governos cumpram com seus acordos verbais e promessas feitas por telefone. Pois do jeito que a coisa foi feita, tudo pode ficar ainda muito pior para estas pessoas.
3) Postagem da colega Wíria Alcântara no facebook em 30/06/14:
FIM DA GREVE OU UM NOVO PONTO DE PARTIDA?
“Durante as jornadas de junho todas as classes e partidos se tinham congregado no partido da ordem, frente à classe proletária, considerada como partido da anarquia, do socialismo, do comunismo. Tinham ‘salvo’ a sociedade dos ‘inimigos da sociedade’...” (Marx)
“Os sindicatos operaram um intenso caminho de institucionalização e de crescente distanciamento dos movimentos autônomos de classe. Distanciam-se da ação desenvolvida pelo sindicalismo classista e pelos movimentos sociais anticapitalistas (...), e subordinam-se à participação dentro da ordem. (...) O mundo do trabalho não encontra, em suas tendências dominantes, especialmente nos seus órgãos de representação sindicais, disposição de luta com traços anticapitalistas. As diversas formas de resistência de classe encontram barreiras na ausência de direções dotadas de uma consciência para além do capital.” (Antunes)
“O único modo de defender a nossa entidade é estar na oposição a essa direção, que há muito tempo deixou de ser a nossa voz, para se tornar um boneco de ventríloquo, que simplesmente mimetiza as falas ameaçadoras do governo.” (Manifesto da Frente de Oposição pela Base/Sepe)
Não se pode analisar o resultado da greve unificada da educação pública municipal e estadual do RJ, deflagrada no dia 12 de maio deste ano, e encerrada de forma dramática no dia 27 de junho, descolada do processo de amadurecimento e de constituição de uma identidade de classe no interior da categoria, verificado a partir das lutas travadas em 2013 (“Jornadas de Junho” e greves da educação estadual e municipal do RJ). Do mesmo modo não se pode desconsiderar o recrudescimento do autoritarismo do Estado contra as lutas e formas de organização dos trabalhadores, e o abandono da orientação classista e combativa das organizações de esquerda que hegemonizam a direção do Sepe.
As greves da educação travadas em 2013 demarcaram um giro mais claro do movimento grevista para a disputa de um projeto de educação sob o protagonismo de seus maiores interessados: trabalhadores das escolas públicas e alunos. A luta contra a privatização e terceirização da prática docente – e a sua consequente alienação – do modelo de gestão empresarial, o combate à estandardização da educação, ao ingresso dos Institutos e Fundações no espaço escolar, contra a meritocracia como forma de ascensão salarial, foram temas que levaram os educadores ao enfrentamento direto com os governos e seus aparatos de repressão, nas ruas, ocupações e acampamentos protagonizados pelos grevistas.
O salto de qualidade dessas lutas foi o avanço da consciência de classe dos educadores e a percepção de que a Pedagogia do Capital e os interesses do mercado que hoje disputam as redes públicas, compõem um projeto universalizante de construção de consenso para o atual modelo hegemônico de sociabilidade, que precisa ser combatido por todos aqueles e aquelas que defendem uma educação pública crítica e que possibilite às novas gerações a superação do atual “estado de coisas”.
Infelizmente as greves de 2013 foram encerradas numa mesa de negociação que envolveu o Ministro Fux, no STF em Brasília, governos, e a coordenação geral do Sepe, com um acordo que garantiu apenas a não retaliação contra os grevistas, condicionada ao fim imediato das greves. O debate de fundo, de disputa de projeto de educação, ficava assim relegado a um segundo plano.
Após as greves com o retorno às escolas, perseguições e um calendário de reposição extremamente perverso ocasionou a intensificação do trabalho para aqueles/as que aderiram ao movimento. Alguns pontos da pauta das greves de 2013, como a garantia do 1/3 da carga horária para planejamento, a fidelização de 1 matrícula em apenas uma escola, assim como algumas outras questões de natureza pedagógica, foram remetidas a grupos de trabalho com a participação do sindicato e dos governos. Mesmo no caso das reuniões que foram realizadas, inclusive algumas com a presença de representantes da base da categoria, nenhum avanço foi de fato implementado pelos governos.
Iniciamos então o ano de 2014 com uma campanha salarial unificada que adensou os principais pontos de pauta das duas redes. Este movimento foi fruto do debate coletivo da base da categoria nas assembleias realizadas no pós-greves.
A assembleia que deliberou pelo início da greve no dia 12/05 foi realizada no dia 7 de maio no Clube Municipal e foi o resultado da conjunção das defesas de TODOS os grupos políticos que dirigem o sindicato. Em que pesem algumas divergências pontuais de setores que defendiam o início da greve naquele mesmo dia, ou, de setores do PT que não estavam convictos da unificação e apostavam numa greve apenas para a rede municipal do RJ, a aprovação da Greve Unificada teve praticamente a unanimidade dos votos naquela assembleia.
A partir daí, a nova vanguarda forjada a partir das greves de 2011 e 2013 ocupou as comissões de base e o comando de greve “aberto” a participação de todos, conforme deliberado em assembleia. A preocupação com a difusão de informações e mobilização para a greve levou a comissão de imprensa a trabalhar incansavelmente para garantir a produção e distribuição de materiais para o conjunto dos núcleos e regionais. Para fundamentar esses materiais, e o questionamento que o movimento fazia ao ingresso dos Institutos e Fundações Privadas na educação, criou-se uma comissão que ficou responsável por pesquisar o montante de verbas alocadas nos últimos anos pelos governos nessas contratações, esse trabalho foi apresentado logo na segunda assembleia.
O ingresso da base no interior da estrutura sindical não foi um processo tranquilo, se pode observar certa insegurança e até constrangimento por parte de alguns grupos que compõem historicamente a direção. Apesar de todo empenho dessa nova vanguarda o início da greve não contou com índices expressivos de adesão nas duas redes, a dificuldade de dar visibilidade ao movimento levou o comando de greve a apostar em ações mais contundentes como o ato no Aeroporto Internacional, na Granja Comary e em Laranjeiras. O ato no Aeroporto deu visibilidade nacional e internacional ao movimento. Cabe ressaltar que a aposta nos atos de rua, feita pelo comando, em nenhum momento se contrapunha a necessidade de buscar diálogo com os governos, se por um lado, o comando de greve cumpria suas tarefas: organizar os atos e ações; os materiais e as corridas de escolas, cabia a coordenação geral do sindicato e as organizações que possuem interlocução com os governos e parlamento, a responsabilidade de abrir canais de negociação. Mas esse movimento não foi feito, e por quê?
Em todas as assembleias que se seguiram a categoria referendou a continuidade da greve unificada, nenhum setor de oposição, que estava empenhado na construção do movimento, fazia a avaliação ufanista de que a greve era forte, entretanto a qualidade e o vigor da vanguarda que sustentava a greve num contexto de lutas que envolvia diversas categorias, associado às contradições acirradas pela a realização da Copa do Mundo no Brasil, criavam um cenário mais que oportuno para levar para as ruas as pautas e mazelas pelas quais passa a educação pública em nosso estado e município.
Mesmo votando a favor da continuidade da greve, ao perceber o avanço da base na condução do movimento e no cotidiano da máquina sindical, os grupos majoritários da direção foram gradativamente abandonando a construção do movimento e passaram a se empenhar na desqualificação e desautorização das ações do comando de greve. Com afirmações de que o que estava em jogo era a disputa e/ou destruição do aparato sindical por essa nova vanguarda inconsequente, caracterizados a partir daí por setores conservadores da base da categoria em redes sociais como grupos “radicais, anarquistas e nazi-facistas”, iniciou-se uma disputa fratricida entre as organizações que conformam a maioria da direção do Sepe e essa nova vanguarda combativa.
A greve prosseguia em meio a essa disputa, ainda assim os atos de rua se intensificaram: idas a prefeitura, a Seeduc, ao TJ, atos na orla, no Cristo Redentor, no Centro do Rio, etc. Os atos na Seeduc e na Lapa foram marcados pela truculência da polícia contra os profissionais da educação, bombas, tiros de balas de borrachas e prisões arbitrárias, mostraram para a categoria e para a população que os governos não estavam dispostos a negociar com a educação. A repressão se ampliou com a instauração contra grevistas de inquéritos administrativos na rede estadual, e avaliações de inaptidão dos trabalhadores da rede municipal do RJ, publicadas pelos governos. Na assembleia realizada no dia 13 de junho, também no Clube Municipal, setores da direção majoritária defenderam o fim da greve sem apresentar qualquer avanço para a categoria, mas foram derrotados pela oposição e pela maioria da base presente. Uma nova assembleia foi então marcada para o dia 03 de julho.
Se por um lado o autoritarismo do estado e a truculência do seu aparato de repressão investiam duro contra o movimento, a categoria em greve não apresentava sinais de desistência, ao contrário, a assembleia do dia 13 ratificou a permanência na luta, que se ampliou, a partir de então também para a defesa dos educadores que estavam sofrendo perseguição política, sob ameaça de demissão. Mas nem isso foi capaz de levar a direção majoritária do Sepe a uma busca de repactuação com essa vanguarda combativa. O golpe final se deu com a com a convocação de um conselho deliberativo unificado, chamado por uma reunião de diretoria extraordinária, que votou pela antecipação da assembleia geral para o dia 27 de junho (sexta-feira, em pleno recesso). Nessa assembleia, que contou com a participação de amplas delegações do interior do estado e da baixada, com profissionais que inclusive ainda não haviam aderido a greve, pôs fim ao movimento numa votação onde 601 trabalhadores optaram pelo fim da greve, 560 votaram pela continuidade e 25 se abstiveram. A assembleia que rachou a categoria e unificou as organizações que dirigem o Sepe (PT, PCdoB, PSTU e setores do PSOL – Insurgência, APS, MÊS, LSR), foi ainda palco de insultos e provocações. O saldo da greve é um projeto de lei votado na ALERJ no dia 25/06 que prevê um reajuste de 9% para os trabalhadores das escolas estaduais e a promessa do fim dos inquéritos administrativos, e nenhum ganho para os trabalhadores da rede municipal do RJ, sequer a perspectiva de negociação para a retirada dos inquéritos/inaptidões está garantida.
O grande salto político acumulado nestas greves, que é o avanço da consciência de classe e a determinação que leva esses trabalhadores/as a se enfrentarem com o autoritarismo do Estado disputando um outro modelo de escola pública, se choca com a perda de projeto e de identidade de classe da maioria das organizações “de esquerda” que atuam em nossa entidade. Ao perderem o horizonte estratégico abandonando a luta pela superação deste modelo de sociabilidade e pela emancipação do gênero humano, estas organizações operam nos limites impostos pela ordem, rebaixando a ação sindical a luta econômico-corporativa acrítica, para além disso se inserem de forma muito confortável na agenda eleitoral burguesa, o empenho que não foi visto na organização da luta dos trabalhadores da educação nas últimas greves com certeza irá invadir as ruas e praças em campanhas de seus candidatos. Porém os ventos de junho trouxeram de volta a vibração da vida e a possibilidade de um novo ponto de partida a partir do comprometimento e disposição desses “novos” ativistas na luta em defesa da educação pública e de um projeto de educação libertador. Que todo esse vigor possa se expressar também na mudança de rumos tão necessária no interior do nosso sindicato.
WÍRIA ALCÂNTARA
Professora da Rede Estadual – Diretora de Imprensa do Sepe/RJ e da Reg 1
Alicerce Educação e Frente de Oposição pela Base
“Qual caminho o novo sindicalismo brasileiro, nascido no final dos anos 70, vai adotar: irá negociar dentro da ordem ou contra a ordem? Procurará elaborar um programa de emergência para simplesmente gerir a crise do capital ou tentará avançar na elaboração de um programa econômico alternativo, formulado sob a ótica dos trabalhadores, capaz de responder ás reivindicações imediatas do mundo do trabalho, mas tendo como horizonte uma organização societária fundada nos valores socialistas e efetivamente emancipadores? Pode-se responder que para tanto é preciso muito mais que a ação sindical. É verdade. Mas pode-se responder que a ação sindical no Brasil dos nossos dias seguramente auxiliará, numa ou noutra direção, o que lhe confere uma enorme responsabilidade.” (Antunes)
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4) Postagem do comp@nheiro Bruno Hosp no facebook em 28/06/14 :
Excelente "premonição" do prof. Vitor Gouveia. Estão tentando se passar como heróis negociando maldades com o governo para se perpetuarem em seus tronos. Já que o governo gosta dessa direção lá, afinal, foram 20 anos sem greve municipal na capital:
"Como pitonisa, pai-de-santo, Nostradamus oficial da Regional V, compartilho com meus companheiros mais uma visão que tive.
Nossa direção, aquela que não deixa ninguém pra trás, arrancará com muita garra e disposição, na audiência com a nossa secretária, um lindo acordo revertendo os descontos que tivemos, numa não menos linda folha suplementar.
Nossa direção também arrancará - com sua experiência tri-decenal na diretiva da nossa força e da nossa voz, o que somos nós, o SEPE - do nosso alcaide um acordo para o fim dos processos contra os 60 do Estágio Probatório.
Para completar a tarefa, nos trará de presente uma proposta - ou melhor, uma determinação - de reposição. (Não se esqueçam do final da assembleia passada e do final da discussão sobre as aulas repostas vindouras).
Como eu sei disso?
Como todos sabiam que a greve acabaria na sexta?
Como eu sei que depois dessa tempestade toda a nossa direção de vasta experiência sindical salvaria nossa pele da irresponsabilidade nazi-fascista-chauvinista-stalinista-kamikaze da nossa base aloprada?
Como?
Enfim, as entrelinhas são lidas, não com muito esforço, depois de duas greves em menos de um ano.
Aproveitem, que por enquanto não estou cobrando nada pelos meus vaticínios.
O próximo vislumbre será cobrado. Grevistas descontados podem parcelar a consulta.
Estaria atendendo no lupanar, ou num motel, mas como a putaria acabou, jogarei meus búzios e lerei minhas cartas no calçadão de Campo Grande mesmo."
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5) Postagem no facebook em 27/06/14 da Profª Suzanne Tocci.
À Diretoria do SEPE Central e a quem mais possa interessar.
Hoje, na Assembleia antecipada, vocês me fizeram tomar uma decisão: A categoria do Magistério não me merece. Vocês conseguiram cometer o maior assédio moral que eu poderia ter sofrido. Com os atos dos que acabaram com o movimentos onde vários Profissionais comprometidos ainda estão com a “corda no pescoço”, tocaram bem no fundo do meu ser. Mais uma vez me provou que nós que lutamos que somos idealistas somos inúteis, descartáveis. Acabaram com uma greve sem garantias de nada. Quero ver se os Profissionais de Educação que estão com I.A e os que foram considerados inaptos vão receber seus salários pelo SEPE até que as coisas se resolvam; Se todo mundo que votou contra a continuidade da GREVE vai ajudar financeiramente as famílias que ficaram desamparadas. Eu não estou com I.A. e nem na lista do Probatório apesar de ainda estar nesta situação. Mas não suporto mais essa politicagem. Não aguento mais ver todos os Profissionais serem mais importante do que o da EDUCAÇÃO. Não aguento mais ver os GOVERNOS e SINDICATOS venderem, o futuro de nossos jovens. Ganância pura. Governo querendo “falar, mostrar” que faz e simplesmente frauda tudo.
PARABÉNS SEPE E CATEGORIA COVARDE, vocês acabaram de me provar que o que eu tenho de melhor a fazer é primeiro cumprir alguns compromissos já assumidos pela categoria como essa reposição infernal e fechar esse bimestre. Depois disso estarei procurando outra carreira e me desligando do Magistério.
Prof Suzanne Godolphim e Silva Tocci – Arte Visuais.
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6) Postagem e comentário on line no momento da votação pelo fim da Greve, do colega Alexandre Almeida no grupo do facebook "Apartidários dentro do Sepe" :
Alexandre Almeida
27 de junho às 18:35 · Rio de Janeiro
Enfim a direção do Sepe passou o rodo!! Greve acabou!!Esta vendo o link do sepeaovivo, até miliciano votando!!E derrubaram a transmissão!! EU AVISEI!!!
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Como se não bastasse, a direção do Sepe central e de vários núcleos ávidos por se manterem nas direções atacam de forma voraz a TODOS que querem um sindicato que Lute somente pelos Servidores e pele educação pública de qualidade e valorizada. Tentam de TODAS as formas desqualificar os grupos de colegas oriundos da base da categoria. Dessa forma postei no facebook na manhã de 27/06/14 ( as 06:36h) que antecedeu a assembleia :
CHORO & DESESPERO,
de vários diretores do Sepe central e núcleos "acomodados" (que não defendem os interesses da categoria, não visitam escolas, que não trabalharam para mobilizar a categoria na GREVE) , ''inconformados" ( pois seus atos ou omissão são questionados) e/ou "subservientes" ( aos governos, aos partidos que servem) , que até então se sentiam os DONOS do sindicato, sem prestação de contas à categoria, se veem tolhidos de suas asas, e por isso se juntaram aos seus parceiros e trataram de atacar os grupos de colegas da base que se formaram e que os questionam, os pressionam, pois não querem abrir a mão de suas autonomias. Dessa forma inicialmente denominaram os grupos de Anarquistas, e agora de Fascistas. Com isso objetivam fazer com que a categoria os desacreditem, mas a categoria não acredita , não confia é nessas direções, que ocuparam e aparelharam o sindicato com partidos políticos. Dessa forma que sejam bem vindos esses e outros grupos formados pela BASE da Categoria, e que objetivam de fato lutarem pela educação pública estadual e municipais do nosso estado e pelos interesses da categoria.
O Sepe URGE por Mudança, e que na eleição de 2015 uma ampla renovação em suas direções, se realize.

Retôrno do Ensino Fundamental II à Seeduc. E por que não?

Caros colegas, esse DESgoverno estadual juntamente com uma gestão medíocre na Seeduc, sob a farsa de otimização em todos os sentidos, tem fechado dezenas de escolas nos últimos anos e quando inaugura uma faz o maior alarde junto as mídias. Ao contrário a direção do nosso sindicato que não faz o mesmo, mas recursos evidentemente deve haver ( que falta faz a transparência de Prestação de contas ).
Não satisfeito, esse DESgoverno está passando gradativamente o 2º Ciclo do ensino fundamental para as redes municipais , agravando mais ainda a lotação dos colegas nas escolas de origens. Cabe ressaltar que a LDB não determina que isso seja obrigatório, e sim que a rede estadual tenha como prioridade fornecer o ensino médio, mas em nenhum momento a proíbe de fornecer juntamente com as redes municipais o 2º Ciclo do Ensino Fundamental. (Art.4º e 5º da LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei 9.394/96 ).
Sugiro que a categoria juntamente com o Sindicato façamos contato junto aos candidatos ao governo do estado e também junto aos partidos e deputados de oposição , para que esse processo seja abolido e tenhamos de volta o ensino fundamental do 2º Ciclo nas nossas escolas das redes estaduais , para o Ano letivo de 2015.

Sindicalismo NÃO DEVE SER profissão.

Sindicalismo NÃO DEVE SER Profissão. ( Texto do Prof.Ricardo Victal )
O ARTIGO 64, III, DO ESTATUTO DO SEPE É MALDITO! ACABEMOS COM ELE, ANTES QUE ELE ACABE COM A CATEGORIA!
O Estatuto do SEPE é burocrático e possibilita que o sindicalista após se reeleger mude de cargo, após o término do seu segundo mandato e continue exercendo a direção em outra função. Daí que com isso pode ocorrer dele vir a ficar nele até uma vida toda. Isso se chama: Carreirismo Sindical, o qual é uma terrível doença.
Qualquer pessoa, por mais bem intencionada que seja, em face do art. 64, III, do Estatuto do SEPE -http://www.seperj.org.br/admin/fotos/estatuto/estatuto1.pdf - é incentivada a ser um burocrata e a se perpetuar no poder.
Não estou criticando pessoas, mas o modelo de gestão que é contrário à democracia e à formação de novas lideranças.
A permanência por muito tempo no poder nos elitiza e infelizmente leva ao aparelhamento, à burocracia, às ditaduras, ao afastamento da base e dificulta a alternância de poder.
De modo que os sindicalistas, não importando o grupo a que pertençam, acabam ficando presos ao cargos e a se perpetuarem neles.
No que diz respeito ao mandato, sou pessoalmente contrário à reeleição. Por quê? Porque estou convencido que três anos é um bom tempo.
Só na última eleição 4 chapas, se não estou errado, concorreram à eleição do SEPE. Portanto, não faltarão colegas professores querendo montar chapas para concorrer.
Isso felizmente é muito bom, maravilhoso. Seguramente, não há motivo, creio eu, para se preocupar ou ter medo.
Foi a base que segurou a greve em 2013. Por isso não devemos ter medo dela. Por isso, nada melhor do que a alternância no poder.
Admiro muito o princípio anarquista de alternância no poder. É que devemos aprender as lições da história para saber que a longa permanência no poder desvirtua as pessoas e fortalece cada vez mais um Estado centralizador e burocrático que nada tem de democrático.
Em se tratando do Art. 64, inciso III, ele hoje possibilita que o diretor assuma indefinidamente o cargo, bastando para tanto, somente mudar de função. VERGONHOSO ISSO!
Leiamos abaixo a forma como o artigo e inciso citado do Estatuto do SEPE, hoje vigora:
Art. 64 - Não poderão candidatar-se aos cargos eletivos do SEPE/RJ:
III - o diretor reeleito por dois mandatos consecutivos para idêntico cargo, não se tornando impedimento sua candidatura para outro cargo que não tenha sido ocupado por este nas duas últimas diretorias.
Razão pela qual proponho a seguinte modificação no inciso maldito, a fim de que o inciso passe a vigorar do seguinte modo:
(...) III - o diretor eleito, mesmo que não cumpra seu mandato, independente do cargo ocupado, após esgotado seu mandato, não poderá se candidatar aos cargos de direção do SEPE, seja ele qual for, nas duas eleições seguintes.
Isso sim seria uma mudança significativa e possibilitaria real alternância no poder.
Um sindicalista simples, amigo que não vejo faz tempo, com muita sabedoria escreveu o seguinte:
Se a gente levar em conta que trata-se de uma categoria que tem estabilidade no emprego e por isso não corre o risco de perder o emprego ao voltar à sala de aula. Vê que é um absurdo ainda maior. Felizmente me antecipei a isso e ao completar meu terceiro mandato no sindicato dos vidreiros, saí por decisão pessoal entendendo que sindicalista não é profissão. É boa questão a ser levada ao debate no movimento sindical para renovar seus estatutos
A mudança e alternância de poder são fundamentais, uma vez que o sindicato deve ser um local de luta, aprendizado e de oportunidades para que surjam novas lideranças.
Afinal, sindicalismo não deve ser profissão!


DOCENTES Continuam ABANDONANDO a rede estadual do RJ.

101 Professores se Exoneram da rede Estadual do RJ em 03/02/2015. ¹ 
Aumenta a falta de  Docentes na rede estadual. E isso é devido a Desvalorização salarial e profissional da categoria e a falta de benefícios sérios.  A docência na rede estadual a muito tempo se tornou emprego temporário, na qual o docente permanece até passar em outro concurso ou obter emprego com salário e beneficios decentes. Vejam que 101 (CENTO E UMA) EXONERAÇÕES, A PEDIDO DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL, SÓ NO DIA 03 DE FEVEREIRO.
E esse é o Brasil, Pátria Educadora. Imagine se não fosse!

¹  


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Relembrando que :

Em 28/08/14 :  500 PROFESSORES ABANDONARAM a Educação Estadual do RJ em Ago/14.

Atualizando o levantamento de professores que saíram da rede estadual, com exceção dos aposentados e Degase (número grande também) no mês de agosto até a data de hoje(28/08/14) :
DEMITIDOS (por falta ou abandono) = 146
PEDIDOS DE EXONERAÇÃO: 354
TOTAL = 500

Fonte: D.O (data e páginas) 04/08 p.19 e20 / 05/08 p. 33 / 08/08 p. 16 e 17 / 11/08 p. 12 e 13 / 13/08 p. 10, 11, 21, 22 e23 / 14/08 p. 6, 18 e 19 / 18/08 p.38 / 20/08 p. 15 / 22/08 p. 18 e 19 / 25/08 p. 18 e 27 / 26/08 p. 20 a 23 / 27/08 p. 15

Fonte: Levantamento feito pela colega Profª Sandra Borges.

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Em 23/08/14 postado no facebook :

Olha o resultado da política de educação da SEEDUC:

- No D.O de 11/08/2014 (pág.12 e 13) publicação de 36 pedidos de exoneração mais 6 desistentes. Não foram contabilizadas as demissões por abandono, mas 40 professores deixaram a rede em um único dia!!!
- No D.O de quarta-feira 13/08, o número é mais que o dobro...46 pedidos de exoneração mais 39 eliminados por falta ou abandono. Ou seja 85 professores a menos neste dia!!!
Somando aos 40 são 125 em apenas 2 dias!!!
- No D.O 14/08 pág.18 e 19,  mais 30 se exoneraram.
- No D.O de 18/08, pág.38, mais 25 pedidos de exonerações!!
- No D.O de 20/08 pág.15 mais 55 pedidos de exonerações. 
- No D.O de 22/08, mais 30 se exoneraram.

 Total até agora, no mês de agosto: 388 Docentes Abandonaram a rede estadual do RJ
Vai vendo, e o mês ainda não acabou.
Fonte: Diário Oficial do estado do RJ (data e páginas):
04/08/14 pág.19 e20  ;  05/08/14 pag. 33  ;   08/08/14 pág. 16 e 17  ;  11/08/14 pág. 12 e 13  ; 13/08/14  pág. 10, 11, 21, 22 e 23   ;  14/08/14 pág. 6, 18 e 19  ; 18/08/14 pág.38   ,  20/08/14 pág. 15 e 22/08/14.
http://www.imprensaoficial.rj.gov.br/portal/modules/conteudoonline/mostra_swf.php?ie=MjA1NjQ=

As razões de tantas exonerações são:

1) Pelo fato de termos um piso salarial do prof.do ensino médio de irrisórios R$1.197,00 , isso após os ridículos 9% que o governo nos impôs goela abaixo, quando o pleito em nossa pauta de reivindicações era de 20% emergencialmente, já que a nossa perda acumulada nos últimos anos ultrapassa aos 100%.

2) Professor com uma matrícula lotado em duas ou mais escolas, nem sempre próximas;

3) Falta de benefícios significativos, pois hoje temos o auxílio alimentação no valor de R$160,00 , mais conhecido como vale coxinha, pois só dá para uma coxinha e um refresco, e o auxílio transporte que varia de pouco mais de R$60,00 a R$100,00 , ou seja, para a grande maioria dos colegas o mesmo não cumpre o objetivo que deveria cumprir.

4) Turmas super lotadas  decorrentes das tais otimizações, ou seja turmas com menos de vinte (20) alunos são fechadas e juntadas a outras. É o economista na contra mão de um dos ideais da pedagogia educacional, que são turmas pequenas, pois turmas pequenas facilitam a aprendizagem.

5) E outras considerações, como falta de estruturas adequadas para exercer as atividades, regiões de risco, etc...

Obs.: Levantamento nos D.Os feito pela colega e amiga Sandra Borges.


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DESgovernos na Educação pública do RJ.
DESgovernos na Educação pública do RJ ( DIVULGUEM )
Você sabia que em média diariamente cerca de 3 professores pedem exoneração, somando às aposentadorias perfazem 8 afastamentos todo santo dia no Estado do Rio e o Pezão quer demitir o professor do seu filho.
Na prefeitura, só em janeiro de 2012, foram 514 pedidos de exoneração e o Paes quer pôr na rua o professor do seu filho.
Entre os 27 estados da federação o Rio de Janeiro é que gasta menos com o pagamento de pessoal, menos de 30% , enquanto os outros alcançam 50% e o governador diz que não tem verba e insiste em dispensar o professor do seu filho. A prefeitura tem em média 50 alunos em sala de aula, enquanto os especialistas recomendam 25, e prefeito ainda manda embora o professor do seu filho.
Em um ano o Brasil passou de 81º para 91º lugar no Índice Global da Paz ,que avalia a violência em 162 países, em primeiro lugar foi à Islândia, onde a taxa de alfabetização é de 99,9% e o Pezão quer botar na rua o professor do seu filho. 
Entre 65 países o Brasil ficou no 55º lugar no ranking de leitura entre estudantes e o Paes está demitindo o professor de seu filho.
Para cada ano de estudo aumenta em 15% o salário do trabalhador e o Governador abre inquérito para demitir o professor do seu filho....
O sonho de todo jovem que ingressa no magistério é deixar de ser professor, em razão do baixos salários, e a dupla acima está demitindo o professor do seu filho.
- Texto do Prof. Marcos Mello -

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Em 05/09/14 Saiu no jornal Brasil de Fato:
 http://www.brasildefato.com.br/node/29716

 Desistência massiva de professores revela falência da educação no Rio de Janeiro
Foto: Pablo Vergara
Péssimas condições de trabalho estão provocando desistências massivas, diz sindicato
03/09/2014
por Fania Rodrigues,
do Rio de Janeiro (RJ)
Cerca de 500 professores saíram voluntariamente da rede estadual de educação do Rio de Janeiro, somente no mês de agosto, segundo informações do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ). O número foi contabilizado através do acompanhamento das publicações do Diário Oficial. “Isso é escandaloso. Foi o mês do ano que mais professores deixaram a rede pública. Talvez essa seja a maior quantidade de saída voluntária de professores da história da democracia”, destaca o professor Omar Costa, um dos responsáveis por computar os números.

As razões para a saída dos professores são muitas. A precariedade nas condições de trabalho, os baixos salários, situação de violência dentro das escolas e no seu entorno, a longa jornada de trabalho e autoritarismo por parte da direção são algumas das causas. Todos esses fatores estão levando os profissionais da educação a sérios problemas de saúde, causando estresse emocional e muitas vezes a depressão.

“Temos um grave quadro de estresse emocional entre os docentes. Há 15 anos o Sepe-RJ realizou uma pesquisa em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Naquela oportunidade, a pesquisa identificou que 48,4% da categoria no ensino fundamental e médio já apresentavam síndrome de burnout, que nada mais é que o estresse emocional agravado e que se não tratado pode levar à loucura”, revelou a professora Gesa Linhares Correa, coordenadora geral do Sepe-RJ. Segundo ela, a pesquisa não foi atualizada porque o governo do estado se nega a fornecer os dados necessários, mas de lá para cá a situação piorou e, portando, a estimativa é que o número de professores com transtorno psicológico tenha aumentado.

A sindicalista também chama a atenção para os efeitos das péssimas condições de trabalho nas escolas públicas. “Merendeiras, serventes, professores e demais profissionais da escola são vítimas de doenças profissionais como LER (lesões por efeitos repetitivos), sofrimentos psíquicos, problemas cardiovasculares, alergias diversas, dentre outras”, informa Gesa Correa.

Condições de trabalho precárias causam problemas de saúde aos profissionais
Foto: Pablo Vergara
Professora denuncia situação de violência emocional
Andrea Viera, professora do Ciep 200, em Nova Iguaçu, é uma das centenas de profissionais da educação a sofrer de depressão. “Estou de licença médica, fazendo terapia três vezes por semana. O baixo salário nos obrigada a trabalhar em mais de uma escola, e a uma sobrecarga de problemas e estresse. Com as salas de aulas lotadas temos menos controle sobre a bagunça e a desordem dos alunos. Além de tudo, eu vinha sofrendo assédio moral cometido pelo diretor da escola, que por mais de uma vez invadiu minha sala de aula me desautorizando e desrespeitou na frente dos alunos. Foi indo e colapsei”.

A professora informou que está pensando seriamente em deixar a rede pública estadual. “Estou ficando doente e várias amigas minhas professoras também estão querendo sair. As condições e a pressão já eram muito ruins e piorou depois da greve do ano passado”, disse. “O governador Pezão está descumprindo o acordo feito com o Sepe e a liminar da Justiça que estipula o pagamento dos salários atrasados dos professores grevistas”, acrescentou.
Outro ponto criticado por Andrea é a presença de policiais militares nas escolas. “Agora eles também entram nas salas e dão aulas de comportamento. E o mais absurdo é que os PMs que agrediram professores durante a greve agora estão nas escolas. Aquele professor que apanhou na passeata agora tem que conviver com o seu algozes todos os dias. Quem aguenta uma coisa dessa?”, questiona a professora.

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