sábado, 28 de fevereiro de 2015

CAOS na Educação Estadual do RJ se acentua em 2015.

            O Jornal Conexão Jornalismo postou  DENÚNCIA sobre o Caos na Educação Estadual no link :
http://www.conexaojornalismo.com.br/colunas/educacao/educacao-em-crise-escolas-sem-agua,-comida-e-professores-no-rio-54-37716

Na reportagem constam informações sobre a quantidade de docentes que tem abandonado a rede estadual que foram postadas no nosso blog, no link :
http://observacoeseducacionais.blogspot.com.br/2014/08/docentes-abandonam-rede-estadual-do-rj.html
Eis a transcrição da postagem do Conexão Jornalismo :
  
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015

Educação em crise: escolas sem água, comida e professores no RJ

Da Redação
Quando a culpa tem cara de desculpa o que sobra é a dura realidade a atingir alunos e professores da rede estadual. Há anos concorrendo com a evasão de profissionais da Educação, o ensino público do estado do Rio agora convive também com a carência de água e comida. Se pode piorar? Há quem acredite que sim.

Há dias grupos de professores procuraram Conexão Jornalismo para denunciar a gravidade de um quadro que se alastra no Estado: a evasão de professores que desistem da atividade profissional por frustração: não há estímulo seja funcional ou financeiro. Há tempos o estado paga aos profissionais da Educação um dos mais baixos salários do país - pouco mais de R$ 1,3 mil.

O Diário Oficial do Estado divulgou uma lista em que é possível verificar que mais de 500 professores pediram demissão só no ano passado. Processos acumulados no segundo semestre foram publicados de uma só vez no DO chamando a atenção dos mais atentos. Abaixo você verá o resultado de um levantamento feito pela professora Sandra Borges. Ela se debruçou sobre o Diário Oficial e analisou cada pedido.


Água e comida também em falta

Em meio à crise da Educação, outra denúncia chegou a Conexão Jornalismo e não é menos assustadora. Nela, além de água, comida e dinheiro para consertar aparelhos de ar refrigerado, doenças como tuberculose estão se expandindo. A escola funciona dentro do serviço prisional. Eis a mensagem remetida:

"DENÚNCIA: Recebi a informação de que a Escola prisional no presídio Moniz Sodré, situada no Complexo do Gericinó em Bangú - Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, está passando por problemas seríssimos. Os professores foram proibidos de almoçar dentro das cadeias e a escola como as demais está sem verba desde o início do ano. Não tem dinheiro nem pra comprar água!! Os aparelhos de ar condicionados das nossas salas de aula estão todos parados e não se tem dinheiro para fazer o reparo. Estão passando por um surto de tuberculose dentro do presídio! Segundo o relatado já foram feitas reclamações a regional que é a DIESP e também ao ministério público. Pouco foi feito! A cadeia ainda está superlotada e estamos em situação de risco. Sei que os amigos não podem fazer nada mas estou apenas desabafando umas das muitas injustiças a que somos submetidos na nossa classe! Um governo ridículo que só sabe maltratar a nós servidores também como outras classes do nosso estado. Um abraço a todos!

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Obs.: Embora não citado, eu, Omar Costa, fiz a denúncia  ao jornal , após ter conhecimento do fato por um colega que solicitou que não fosse citado. Essa foi a informação recebida. DIVULGUEM, pois é o que farei a partir de agora, inclusive no face do Pezão.
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> Veja aqui o levantamento feito pela professora Sandra Borges sobre os pedidos de demissão:

- Em 28/08/14 : 500 PROFESSORES ABANDONARAM a Educação Estadual do RJ em Ago/14.

Atualizando o levantamento de professores que saíram da rede estadual, com exceção dos aposentados e Degase (número grande também) no mês de agosto até a data de hoje(28/08/14) :

DEMITIDOS (por falta ou abandono) = 146
PEDIDOS DE EXONERAÇÃO: 354
TOTAL = 500

Fonte: D.O (data e páginas) 04/08 p.19 e20 / 05/08 p. 33 / 08/08 p. 16 e 17 / 11/08 p. 12 e 13 / 13/08 p. 10, 11, 21, 22 e23 / 14/08 p. 6, 18 e 19 / 18/08 p.38 / 20/08 p. 15 / 22/08 p. 18 e 19 / 25/08 p. 18 e 27 / 26/08 p. 20 a 23 / 27/08 p. 15



- Em 23/08/14 postado no facebook :

Olha o resultado da política de educação da SEEDUC:

No D.O de 11/08/2014 (pág.12 e 13) publicação de 36 pedidos de exoneração mais 6 desistentes. Não foram contabilizadas as demissões por abandono, mas 40 professores deixaram a rede em um único dia!!!
- No D.O de quarta-feira 13/08, o número é mais que o dobro...46 pedidos de exoneração mais 39 eliminados por falta ou abandono. Ou seja 85 professores a menos neste dia!!!

Somando aos 40 são 125 em apenas 2 dias!!!

- No D.O 14/08 pág.18 e 19, mais 30 se exoneraram.
- No D.O de 18/08, pág.38, mais 25 pedidos de exonerações!!
- No D.O de 20/08 pág.15 mais 55 pedidos de exonerações.
- No D.O de 22/08, mais 30 se exoneraram.

Total até agora, no mês de agosto: 388 Docentes Abandonaram a rede estadual do RJ.

Vai vendo, e o mês ainda não acabou.

Fonte: Diário Oficial do estado do RJ (data e páginas):
04/08/14 pág.19 e20 ; 05/08/14 pag. 33 ; 08/08/14 pág. 16 e 17 ; 11/08/14 pág. 12 e 13 ; 13/08/14 pág. 10, 11, 21, 22 e 23 ; 14/08/14 pág. 6, 18 e 19 ; 18/08/14 pág.38 , 20/08/14 pág. 15 e 22/08/14.
http://www.imprensaoficial.rj.gov.br/portal/modules/conteudoonline/mostra_swf.php?ie=MjA1NjQ=


As razões de tantas exonerações são:

1) Pelo fato de termos um piso salarial do prof.do ensino médio de irrisórios R$1.197,00 , isso após os ridículos 9% que o governo nos impôs goela abaixo, quando o pleito em nossa pauta de reivindicações era de 20% emergencialmente, já que a nossa perda acumulada nos últimos anos ultrapassa aos 100%.

2) Professor com uma matrícula lotado em duas ou mais escolas, nem sempre próximas;

3) Falta de benefícios significativos, pois hoje temos o auxílio alimentação no valor de R$160,00 , mais conhecido como vale coxinha, pois só dá para uma coxinha e um refresco, e o auxílio transporte que varia de pouco mais de R$60,00 a R$100,00 , ou seja, para a grande maioria dos colegas o mesmo não cumpre o objetivo que deveria cumprir.

4) Turmas super lotadas decorrentes das tais otimizações, ou seja turmas com menos de vinte (20) alunos são fechadas e juntadas a outras. É o economista na contra mão de um dos ideais da pedagogia educacional, que são turmas pequenas, pois turmas pequenas facilitam a aprendizagem.

5) E outras considerações, como falta de estruturas adequadas para exercer as atividades, regiões de risco, etc...

Obs.: Levantamento nos D.Os feito por Sandra Borges.

Segundo o mesmo levantamento, O Estado do Rio tem uma média de três pedidos de exoneração por dia. Somando às aposentadorias perfazem 8 afastamentos todo dia no Estado do Rio. Na prefeitura da capital a situação não seria muito diferente. Segundo o mesmo levantamento, em 2014 foram 514 pedidos de exoneração - dois professores por dia letivo.


> Procurado, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe) não quis se pronunciar. Nós conversamos com o coordenador do Sepe, Alex Trentino, que preferiu não se pronunciar sobre o drama da Educação e dos professores da Rede Estadual.

> Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou que a escola da unidade prisional está sob a responsabilidade da Administração Penitenciária. Sobre a carência de professores identificada no DO a Secretaria informa não ser verdadeira a informação. Eis a nota:

"De acordo com o convênio firmado entre as secretarias de estado de Educação e Administração Penitenciária, toda questão referente à infraestrutura das escolas prisionais é de responsabilidade da Seap. Sugerimos que entre em contato com esta secretaria. 
Em relação à evasão dos professores, as informações não procedem". 

Meu comentário: "Vejam que ABSURDOS"
Conforme o Conexão Jornalismo a Assessoria de Comunicação Social da Seeduc afirmou que os informativos que constam nos Diários Oficiais citados do estado do RJ em relação à evasão dos professores não procedem. Que VERGONHA Seeduc! 
E com relação ao contato com o diretor e coordenador do Sepe Central, prof. Alex Trentino, afirma que o mesmo preferiu não se pronunciar sobre o drama da Educação e dos professores da Rede Estadual. Que VERGONHA para um diretor do sindicato!!!


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sobre Bandeiras nos ATOS & Eventos da Educação Pública do RJ

Bandeiras do Sepe e faixas sobre a Educação nos ATOS & Eventos.

Lembrando que na assembleia de 21/03/13 ( a 3ª da rede estadual em 2013) realizada na A.B.I. esse assunto foi colocado em votação por mim, Lourdes Moreira , Marcio Costa , Márcio Almeida, Mauropazeamor Motta , Luiz Carlos e muitos outros companheiros(as), e pela 3ª vez consecutiva a assembleia BOMBOU e foi aprovado democraticamente por ampla maioria :
- Permanecermos em Estado de GREVE ;

- E que em nossos ATOS as Bandeiras do Sepe e da Educação serão em GRANDE MAIORIA e sempre na frente, para caracterizar ser um ATO da Educação e de seus Servidores e atrás em MINORIA poderão estar as bandeiras dos partidos que apoiam as nossas reivindicações, mas nunca levantadas por diretores do Sepe.

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OBS.: 
> Procurei e encontrei a Postagem que fiz no Blog LUTA PELA EDUCAÇÃO do Diário da Classe: Sobre a Assembléia de 21/03/13.
Postado por Omar Costa em 22 março 2013 às 20:30


Pela 3ª vez consecutiva a assembleia BOMBOU e foi aprovado democraticamente:

- Aprovado o estado de greve, com greve de advertência nos dias 16, 17, 18 de abril, a luta companheiros está chegando a hora de enfrentar este governo. 


Professores do estado uni-vos não temos nada a perder a não ser os nossos grilhões (planos de metas da seeduc) a luta companheiros como diz o companheiro Márcio Almeida.

- Em nossos ATOS as Bandeiras do Sepe e da Educação serão em GRANDE MAIORIA e sempre na frente, para caracterizar ser um ATO da Educação e de seus Servidores e atrás em MINORIA poderão estar as bandeiras dos partidos que apoiam as nossas reivindicações. E os/as diretores/as do sindicato não empunharão as bandeiras de seus partidos ou centrais sindicais, mas as da educação!

Cabe ressaltar que a aprovação foi quase unanimidade, foi um banho, acreditem,beirando mesmo os 100% dos presentes naquele momento da votação ( com salão repleto ). Quando um colega após a votação disse que o Sepe estava trilhando um caminho que iria se arrepender, foi estrondosamente vaiado. Logo não tem como não cumprir e estaremos acompanhando o seu cumprimento.






> Em 03/22/13 às 5:37 PM  Enviei por e-mail a vários comp@nheiros :   


                                     

      
     

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Do CEP ao SEPE. Do Rato que Ruge ao Tigre que Mia

Do CEP ao SEPE
DO RATO QUE RUGE AO TIGRE DE PAPEL

Por Eduardo Papa.

Quando ingressei no CEP (Centro Estadual dos Professores), nossa sede era uma sala alugada na Rua Senador Dantas, com uns 40 m2 e um banheirinho sempre atulhado de faixas e panfletos, onde 40 colegas ou mais, sentados no chão, sem café e com aguada de um filtrozinho duvidoso, discutiam propostas para assembleias cuja expectativa era reunir 20 mil pessoas no barato. Hoje militante do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação), faço parte do maior sindicato do Estado, com um número expressivo de filiados, minha diretoria administra uma arrecadação considerável e mantém uma estrutura compatível, com reprografia, equipamentos, funcionários e uma sede própria de dois andares no centro da cidade, com auditório com mais de cem lugares, em que um número as vezes maior, as vezes menor do que os 40 ou 50 do passado, prepara a pauta para assembleias em que a expectativa é a frequência de umas poucas centenas de almas.

Assumi minha primeira matrícula no Estado amparado por um mandado de segurança, com mais oito colegas, nossa defesa foi feita pelo departamento jurídico do SINPRO ( Sindicato dos profissionais da rede particular), quando tenho que fazer um parênteses para agradecer ao José Monrevi e ao meu grande amigo de saudosa memória Robespierre, que presidindo a entidade, colocaram graciosamente seus advogados em nossa defesa. Hoje temos uma assessoria jurídica com profissionais experimentados e a logística requerida por um bom escritório de advocacia. Hoje muito criticado, não pela eficiência na condução dos nossos processos judiciais, mas, sintomaticamente, pelo receptivo que lá encontram os filiados.

Em nossas grandes campanhas dos anos 80/90 não me recordo de nenhuma preocupação ou ação organizada na relação com a mídia, ninguém passava release, nem mesmo imagens eram feitas para documentar adequadamente nossas demonstrações públicas. Os jornalistas apareciam quando queriam e entrevistavam as pessoas que queriam, o sistema era presidencialista então não tinha dúvida, nossos porta-vozes eram conhecidos e nos representavam em entrevistas. O maior amadorismo, mas ainda guardo algumas páginas amareladas dos principais jornais da época, em que figurávamos com destaque, com manchetes e fotos nas capas. Hoje temos uma assessoria de imprensa completa, que edita uns boletins informativos de poucas páginas e sem periodicidade, mais ou menos iguais aos de antigamente. Nosso sítio na internet é atualizado a cada era glacial e sujeito a gafes e informações trocadas, que demoram a ser corrigidas. O espaço que nosso movimento ocupa na mídia é ridículo e quase sempre desfavorável, fato que alguns resignadamente atribuem a um conluio da imprensa burguesa, concepção tão errônea quanto perigosa, pois tem estimulado hostilidades de ativistas contra repórteres em serviço, uma estultice.
Enfim, o que aconteceu? Como uma entidade pôde crescer em número de integrantes de maneira expressiva, adquirir uma estrutura operacional sólida e ver a sua influência diminuir, no fundo apresentando menos resultados em sua função precípua, que é defender os profissionais de sua base e a Escola Pública.

POR QUE O RATO RUGIA ALTO E O TIGRE HOJE MIA FINO
Ratos estão entre os animais mais bem sucedidos a nos acompanharem em nossa trajetória pela terra. Ratos vivem em colônias numerosas e com tendência contínua a expansão, embora pequeninos e isoladamente frágeis, é muito difícil combatê-los e impossível exterminá-los. Tigres estão no tropo da cadeia alimentar, formam famílias estáveis, com hierarquia definida e estabelecem territórios de caça, uma de zona de conforto para viver, afastando outros da mesma espécie. Embora todos temam mais os tigres que os ratos, são eles que estão em vias de extinção no planeta.
Em primeiro lugar gostaria de deixar claro que não atribuo o problema a atuação de dirigentes, não acho bonito ver os nossos dirigentes chamados depreciativamente de pelegos, não são. Na verdade quem diz isso ao invés de desconstruir seus adversários, demonstra é primarismo político, não podemos comparar a nossa diretoria com a do sindicato dos garis, por exemplo, ou mesmo dentro da nossa seara com a UPPES. O que eu tenho visto ao longo dos anos são pessoas dedicadas e, até que se prove em contrário, honestas, que vem fracassando rotundamente. A questão no meu entender é mais profunda, é uma questão cultural, eu identifico uma espécie de buraco negro político que vem consumindo a energia do nosso movimento.

As condições gerais da sociedade já não são favoráveis a atitudes associativas, estamos vivendo a era da atomização das pessoas e o predomínio da mentalidade consumista, hedonista, que privilegia as soluções individuais. Nessa conjuntura tínhamos que ter nos comportado como ratos, nos adaptando rápido ao mundo tecnológico e procurando a todo custo nos reproduzir, atraindo segmentos mais amplos. Ao invés disso nos portamos como tigres, delimitando uma zona restrita de atuação e repetindo métodos de sobrevivência cada vez mais impróprios para as condições do meio ambiente. Insistindo em nossa decadência em procurar ostentar uma força que já não temos mais, repetindo métodos de divulgação e atuação que sofrem continuado desgaste.
A nossa reação quanto a mudança na sociedade, que entendo deveria ter sido um movimento para fora, buscando formas de se espraiar tanto em nossas unidades escolares, com também para fora, com segmentos sociais potencialmente aliados, foi ao contrário uma reação de fechamento, muito defensiva que retroalimentou o refluxo. Ao longo do tempo foi se cristalizando uma comunidade de pessoas que vivem o dia a dia da entidade, que desenvolveu códigos de linguagem e de conduta muito peculiares, denominando a si próprios de vanguarda nossos ativistas foram construindo uma identidade cultural tão grande entre eles, que acabou por diminuir suas habilidades de comunicação com suas bases e o resto da sociedade.

Para não correr o risco de cair em excessiva abstração vamos a um exemplo concreto que me lembro do ano de 2006 se não me falha a memória. Em uma assembleia relativamente concorrida, oradores se engalfinhavam e forçaram uma votação, com direito a recontagem para definir a data da próxima plenária. Ora qual seria a leitura feita por qualquer professor normal, não iniciado, que porventura lá estivesse? Obviamente considerar os responsáveis pelo processo como ETs, gente que vive em um mundo próprio. Afinal a informação de que o pano de fundo da disputa era viabilizar ou dificultar a tirada de delegados para uma determinada central sindical, não era clara para todos, e mesmo que fosse, interessava a poucos.
Mesmo assim não atribuo a atuação e a um aparelhamento da entidade pelas tendências e partidos políticos como uma causa direta do esvaziamento e empobrecimento da nossa política sindical, da mesma forma que eximo seus próceres de responsabilidade individual. O aparelhamento existe da mesma forma que antes, para quem lembra no tempo do PT era bem pior, na maior cara de pau cargos sindicais eram utilizados para turbinar campanhas ao parlamento. Hoje ao contrário, nossos líderes parecem bem mais preocupados com questões éticas nesse sentido. Vejam, por exemplo, o que aconteceu com políticos do PSOL, que tem grande influência na diretoria, na última campanha salarial: apareceu em uma assembleia o pop star da turma, o Marcelo Freixo, para fazer uso da palavra, tomou um sonoro não da plenária, virou as costas com cara de contrariado e nunca mais voltou, mais competente foi o Eliomar Coelho, que ia aos eventos ficava na dele conversando com as pessoas, sem essa sofreguidão pelo protagonismo.

As organizações políticas fazem parte do jogo, no SEPE estão todas, desde os bolivarianos e do PT até os mais radicais anarquistas, reconheço a todas como legítimas e embora possa não concordar com as ideias de muitas, defendo até o último suspiro o direito delas se expressarem. A questão não é propriamente a ação das tendências políticas, mas sua inércia. Mesmo que suas trapalhadas na ânsia pelo poder, como foi o esvaziamento do último congresso pela tentativa desesperada do PSTU de empurrar a filiação a CST, sejam superadas, mesmo que a condução manu militari das assembleias como a encerrada no grito pela diretoria na Hebraica ano passado acabe, mesmo que a irresistível tendência dessas organizações a aplicarem golpes políticos umas nas outras seja superada, não fica resolvido o problema do isolamento e o continuado distanciamento da base sindical.

Penso que o problema maior é que estamos construindo uma espécie de gueto para nos encapsular, cada vez mais distante da vida que vivem as pessoas a quem nos propomos representar. Como uma causa como a da educação pública, cuja prioridade é incontestável para a esmagadora maioria das pessoas, não consegue apoio? Como entender que trabalhadores cada vez mais explorados se distanciem cada vez mais de sua entidade sindical e rejeitem participar dos movimentos grevistas propostos? A questão é que a nossa causa é justa, mas nosso discurso está gasto e bolorento e nosso comportamento não é agregador.
Para não voltar a correr o risco de me perder em devaneios, volto a um exemplo elucidativo. Além de professor sou também um redator e editor de jornais experimentado, alguns anos atrás, contando com uma certa disponibilidade e reunindo disposição, procurei a direção da entidade e me propus a fazer um jornal periódico para o SEPE, não esses boletins que costumam emitir que ninguém lê, mas um jornal periódico, com colunistas e seções fixas, um veículo de verdade, pois achava, e acho ainda, um absurdo uma entidade como a nossa não ter no mínimo um jornal impresso regular, pela nossa expressão era para termos programas de rádio e até TV. Enfim ao ser examinada a proposta o óbice era a situação financeira, a impossibilidade de bancar o projeto, aventei a possibilidade de financiar o jornal com anúncios, como fazem nove entre dez veículos de imprensa, para quê! Pensei que ia apanhar, no mínimo eu era o vírus do neoliberalismo que vinha para contaminar a pureza do ideário socialista de nossa gloriosa entidade. Muito bem não tem jornal. Se analisarmos a nossa relação com os demais segmentos sociais e a base da nossa categoria estamos cada vez mais isolados, e não por causa de governos repressivos, pelo cerco da imprensa burguesa, ou por qualquer outro motivo, mas pela nossa própria insistência em querer impor aos demais nossa maneira de ver o mundo, não pelo exemplo mas pelo proselitismo, que já participou um dia das nossas “corridas as escolas” sabe o que estou falando.

Então, o ratinho serelepe que driblava o choque nas portas do palácio, está definitivamente condenado a encarnar o felino sonolento, mais afeto aos corredores da ALERJ? Penso que não, tudo pode mudar muito mais rápido que a maioria pode imaginar, vejam o exemplo do Paraná.

COMO O TIGRE PODE RUGIR COMO O RATO
O Rio de Janeiro, como o Paraná, é um Estado falido, deve mais de 80 bilhões e a arrecadação só faz cair, drenada por um esquema corrupto de isenções fiscais e gastos superfaturados. Não é improvável que o governo venha a adotar medidas amargas ou que a deterioração da situação econômica provoque uma reação popular. Nesse caso temos que estar preparados para lidar com um movimento social fluido e volátil, muito difícil de aceitar uma direção tradicional, talvez algo parecido com as manifestações de 2013, e se não estivermos preparados técnica e politicamente para isso vamos ficar para trás, perdendo ainda mais espaço. Porém se ao contrário conseguirmos surfar na onda direitinho, podemos resgatar a representatividade perdida e voltar ao tempo das vitórias.
Para isso é fundamental uma mudança de atitude, desenvolver alternativas para incorporar muitos companheiros que estão oprimidos e massacrados, mas não enxergam a solução em nossa prática habitual, é preciso oxigenar a vida e nosso sindicato, abrir as portas e construir pontes com a sociedade. Penso que uma mudança de postura e mentalidade de nossa “vanguarda” é essencial. E a oportunidade que as eleições da entidade em 2015 trazem são ímpares e auspiciosas.

Estamos envelhecendo, não apenas nas ideias mas fisicamente, ao longo dos anos a renovação de nossos quadros tem sido diminuta, quem acompanha a vida sindical pode observar que as mesmas pessoas sustentam a entidade há anos, o que certamente é consequência, mas também contribui com a ossificação de nossas práticas. Na esteira das manifestações de junho de 2013 e durante as greves de 2013 e 2014 surgiu sangue novo, um grande contingente de novos ativistas, em sua maioria jovens, se incorporou a vida sindical, começando a dar uma nova configuração ao movimento. Não que o frescor da juventude por si só seja uma solução, mesmo porque com ela vem a inexperiência, de fato algumas concepções que vem sendo acalentadas por esses moços (alguns nem tanto) são dignas do jardim de infância da política, como a negação sistemática de alguns em atuar na esfera política institucional, ou a de outros em defender as greves até a extinção por decurso de prazo. Uma concepção de “horizontalidade” completamente fora da realidade vem se desenvolvendo, chegou ao ponto de uma tese no último congresso apresentar como proposta de estruturação do sindical a extinção da diretoria, que seria substituída por um coletivo constantemente renovável pelas bases, um objetivo inexequível na sociedade que vivemos.
Entendo que a novidade não virá apenas pela renovação das pessoas, mesmo porque nada garante que os novos quadros não vão acabar assumindo as mesmas práticas tradicionais, substituindo as atuais desgastadas lideranças por um pouco mais do mesmo de sempre e que quem não se enquadrar seja defenestrado, ou fique em uma posição periférica no movimento. É uma aposta alta tentar romper com um passado consolidado e de resultados previsíveis e apostar no novo. Romper com o sectarismo e aceitar a convivência com diferenças até mesmo que sejam filosóficas e ideológicas radicais, mas que não impossibilitem a atuação irmanada por objetivos comuns. Voltando aos exemplos práticos, não sou criacionista, nem mesmo teísta, mas acho um absurdo e um desrespeito a forma como as igrejas pentecostais são tratadas em nosso meio, quantos milhares de colegas nossos adeptos dessa fé, que poderiam estar conosco, não são afastados por nossa decisão? Por que a vinculação com outras entidades da sociedade civil e mesmo oficiais, como o Ministério Público por exemplo, são desprezadas e não aceitamos ou propomos participar de nada além daquilo a que estamos acostumados e mantemos o controle e liderança estrita?  Falta de visão que conduz a insegurança e daí a mediocridade, estreitando nosso campo de ação. A mudança cultural exigida é enorme e sem dúvida muito difícil, mas eu vejo uma porta que estava fechada se abrindo a nossa frente, ainda deixando passar pouca luz, ainda rangendo as dobradiças enferrujadas, mas eu a vejo se abrir quando olho nos olhos de companheiros maduros, lúcidos e persistentes como os grandes amigos Omar Costa, Eduardo Mariani e tantos outros, quando vejo o brilho nas retinas de jovens combativos e indignados como a Vivian Fraga, nossa red head, sacudindo um rodo e protestando contra a condução do movimento, uma dentre tantas outras figuras maravilhosas, que potencialmente trazem a novidade para nosso desgastado sindicato. É difícil, mas é possível, nossa vontade pode mudar nossas vidas e o nosso mundo, desde que sejamos capazes de abrir nossos corações e mentes para aceitar as outras pessoas e forças como elas são, desde que não queiramos impor nossa ideias por outras formas que não sejam baseadas na aceitação participativa da maioria.

Portanto companheiros, vamos ousar. Os esquemas preparados para a reprodução do poder na entidade já estão montados, em breve vão ser impressos os jornais da eleição, com aquele monte de carinhas sorridentes e as manchetes pregando a união da classe, o SEPE somos nós e coisa e tal. Vamos nos encontrar dia 07/03 na assembleia da rede estadual e começar a montar uma alternativa. Em 30 anos de filiação à entidade nunca participei de nenhum pleito, mas se aqueles companheiros que se tornaram meus grandes amigos nas jornadas históricas dos últimos dois anos toparem, vamos fazer uma chapa para concorrer com chances de um bom resultado. Temos muita coisa a tratar, definir e afinar no caminho, não tenho propostas definidas para nada além do nome. QUENTE.

Vamos à luta e formar a "CHAPA QUENTE".

Eduardo Paparguerius

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Á citação  do comp@nheiro Eduardo Papa, já o havia proposto que montasse uma chapa, e que estaria, como estarei ajudando nesse projeto de trazer de volta a categoria para o sindicato, com o mesmo tendo o viés classista, ao invés do atual.

     Omar Costa.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

História da Relação Promíscua entre Governos e Empreiteiros.


Fonte : http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/11/21/casamento-de-empreiteiras-com-poder-comecou-com-jk-e-teve-lua-de-mel-na-ditadura.html


Casamento de empreiteiras com poder começou com JK e teve lua de mel na ditadura

Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió

  • Folhapress
    A ponte Rio-Niterói em construção em 1972 A ponte Rio-Niterói em construção em 1972
O casamento harmonioso das empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato com as obras públicas é mais antigo do que muitos pensam: começou no governo Juscelino Kubitschek (1955-1960) e teve sua "lua-de-mel" na ditadura militar (1964-1985). Essa é a análise de especialistas ouvidos pelo UOL e que fizeram uma retrospectiva sobre a história das empreiteiras no Brasil.
Autor da tese de doutorado "A ditadura dos empreiteiros", o historiador Pedro Campos avalia que, no regime militar, as empreiteiras começaram a se nacionalizar e se organizaram, ganhando força no cenário político e econômico. Para isso, elas criaram associações e sindicatos.
"Até a década de 50, eram construtoras que tinham seus limites no território do Estado ou região. O que acontece de JK pra cá é que eles se infiltraram em Brasília", explica Campos, professor do Departamento de História e Relações Internacionais da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). A construção de Brasília, fundada em 1961, foi um marco para a história das construtoras: foi a partir de então que elas se uniram. "Ali, reuniram-se empreiteiras de vários Estados e começaram a manter contato, se organizar politicamente. Depois, passaram pelo planejamento da tomada de poder dos militares e pautaram as políticas públicas do país."
Com a chegada ao poder dos militares, as empreiteiras passaram a ganhar contratos do governo muito mais volumosos que os atuais. "Se eles era grandes, cresceram exponencialmente no regime militar. Se elas hoje são muito poderosas, ricas e têm um porte econômico como construtoras, posso dizer que elas eram maiores. O volume de investimentos em obras públicas era muito maior. Digamos que foi uma lua-de-mel bastante farta e prazerosa", comentou.
Entre as centenas de obras feitas no período miliar, há casos emblemáticos como a ponte Rio-Niterói, que foi feita por um consórcio que envolveu Camargo Corrêa e Mendes Junior entre 1968 e 1974. Já a Hidrelétrica Binacional de Itaipu, que teve o tratado assinado em 1973 e foi inaugurada em 1982, foi feira pelas construtoras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Mendes Júnior. As mesmas Mendes Júnior e a Camargo Corrêa Transamazônica, que começou em 1970 foi inaugurada, incompleta, em 1972.
Apesar de denúncias de pagamento de propina terem sido escancaradas com a operação Lava Jato da Polícia Federal, o historiador acredita que a corrupção envolvendo empresários da construção e políticos é antiga.
"Todos os indícios são de que a corrupção não aumentou. O que a gente tem hoje é uma série de mecanismos de fiscalização que expõe mais, bem maior do que havia antes. Na ditadura não tinha muitos mecanismos fiscalizadores, e que o havia era limitado", afirmou.

Internacionalização e campanhas

Uma das provas do sucesso das empreiteiras no Brasil na ditadura foram os investimentos fora do país. A Mendes Júnior, em 1984, por exemplo, inaugurou a ferrovia Baghdad-Hsaibah e Al Qaim-Akashat, que liga três importantes cidades no Iraque e tem 515 quilômetros.  A Odebrecht construiu a Hidrelétrica de Capanda, em Angola.
"As empreiteiras tiveram um volume de investimentos tão dilatado na época que os empresários fizeram ramificações econômicas e iniciaram a internacionalização. Assim, conseguiram desenvolver a estratégia manter o tamanho na participação política e na economia, diversificando suas atividades, como em ramo petroquímica, de telecomunicações, etanol. Hoje, elas são grande grandes multinacionais", afirma Campos.
Após a ditadura, e já com os cofres supercapitalizados, o financiamento privado de campanhas passou a garantir a manutenção das empreiteiras nas grandes obras do país. Somente na campanha deste ano, as empreiteiras doaram pelo menos R$ 207 milhões a candidatos de todos os cargos. No entanto, as doações sempre existiram, mas começaram a ser regulamentadas a partir de 1945 e já passaram por várias atualizações desde então.
"As vantagens a essas grandes empreiteiras nunca acabaram, pois com o regime democrático vieram as doações de campanha. E seria muita inocência achar que as empreiteiras doam por ideologia. Elas doam a todos. Tanto que vem aparecer dinheiro delas em prestação de conta  de um deputado estadual aqui de Alagoas, por exemplo", disse o cientista político e professor História do Brasil da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Alberto Saldanha.
Para o juiz maranhense Márlon Reis, a força adquirida pelo lobby das grandes empreiteiras viciou o sistema de licitações.  "A grande maioria dos empresários não acredita na possibilidade de participar das grandes licitações em condição de igualdade com as financiadoras de campanha. Isso reduz a confiança nas instituições, inibe a livre concorrência e reduz o ritmo do desenvolvimento", analisou.
Com a proximidade ao poder, as empresas passaram a tornar o mercado de participação em obras públicas exclusividade de um "clube", como era chamado.
"Nunca houve uma descentralização [de empresas] porque elas monopolizam e só abrem espaço para menores de forma terceirizada. Caberia ao gestor dar transparência ao processo, mas como aqui, nesse caso, uma mão lava a outra, aí se faz de tudo para tentar burlar", afirmou o professor Alberto Saldanha.

Data de fundação das empreiteiras
  • 1939
    Camargo Corrêa
  • 1944
    Odebrecht
  • 1948
    Andrade Gutierrez
  • 1953
    Mendes Júnior
  • 1953
    Queiroz Galvão
  • 1965
    Engevix
  • 1974
    UTC Engenharia
  • 1976
    OAS
  • 1996
    Galvão Engenharia


BRASIL

Odebrecht: os esquemas começaram na ditadura

Professor da rede pública de Campinas
sexta-feira 3 de fevereiro| Edição do dia
As delações da Odebrecht sacudiram o já turbulento mundo político nacional, e muita coisa ainda irá aparecer. Os esquemas descritos pelos executivos mostram como o Estado brasileiro é um verdadeiro balcão de negócios. Os três principais partidos políticos do país, PMDB, PSDB e PT, junto aos seus aliados menores, solidificaram posições nas últimas duas décadas, que se reconfiguram nesse momento, centrados em negociatas com as principais empresas capitalistas, dentre as quais as grandes construtoras foram pilares centrais da corrupção orgânica em nosso país.
Porém, ao contrário do senso comum imposto pela grande mídia, que blinda o PSDB e alça o Judiciário como o grande “salvador nacional”, artifícios usados para criar condições para entregar ainda mais nossos direitos(PEC55, Reforma da Previdência) e riquezas(privatização da Petrobrás), é importante entender a origem e o desenvolvimento dessas relações.
Analisar a crise contemporânea brasileira passa por se debruçar sobre o desenvolvimento do Estado brasileiro e sua ligação com os empresários. 
As propinas das grandes construtoras e seus cartéis, de acordo com o que aponta Pedro Henrique Pedreira Campos em seu excelente livro “Estranhas Catedrais – As Empreiteiras Brasileiras e a Ditadura Civil-Militar"(Editora da UFF, 2014), teriam começado ainda na década de 50 durante o governo Juscelino Kubitscheck.
No caso particular da Odebrecht, o seu boom de crescimento e de relações viscerais com a petroleira foi no regime militar. Justamente durante aqueles governos que Bolsonaro e seus seguidores tanto gostam de exaltar. Geisel, que presidia a Petrobrás em 71 durante a ditadura Médici, foi o grande aliado que fez a empresa baiana decolar, com a construção em 72 do edifício-sede da BR no Rio de Janeiro. Ainda nessa mesma época e nos anos posteriores, a empresa iria ainda assumir obras de envergadura, como o aeroporto de Galeão e a usina nuclear de Angra, tornando-se uma líder nacional e seguindo com inúmeros acordos nas décadas seguintes. Em apenas 3 anos, a empresa sairia da 19ª posição em 1971 para a 3ª em 1974:
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Gráfico retirado de “A ditadura das empreiteiras: as empresas nacionais da construção pesada, suas formas associativas e o Estado ditatorial brasileiro, 1964-1985”, tese de doutorado de Pedro Campos, publicada em 2012
Se FHC aperfeiçoou a propina como método político-financeiro para as campanhas eleitorais e o PT perpetuou esse sistema, as negociatas com as construtoras são um pilar central da história recente e tiveram seu fortalecimento durante a ditadura. Foi no regime militar, consolidando posições em obras consideradas de “segurança nacional”(aeroporto, usina nuclear, estação naval, plataformas), que fez com que a Odebrecht expandisse seus negócios, tornando-se nas décadas seguintes um grupo econômico poderoso, que extrapolou muito a construção civil pelo desenvolvimento da relação com a Petrobrás, com capital e investimento nos principais setores da economia brasileira.
É também um fato o avanço e organização de um cartel das grandes construtoras durante a ditadura, encabeçado naquele momento pela Camargo Corrêa, que iria também financiar a Operação Bandeirante, que perseguiu e assassinou militantes de esquerda no país, para décadas depois ser uma das principais financiadoras das campanhas de PMDB, PT e PSDB.
Projetos concebidos durante a ditadura, em conjunto com essas empresas, seriam desengavetados no governo Lula, como foi o caso da transposição do São Francisco e a Usina de Belo Monte, para se ter a dimensão da força política dessas empresas e da origem de algumas das “grandes obras progressistas”, de uma destruição incalculável do ponto de vista ambiental e social, marcada por inúmeras mortes nos canteiros de obras e greves de trabalhadores em condições desumanas.
Ainda segundo Pedro Campos, já durante a ditadura existia um sistema institucionalizado de propina entre as empresas e o regime militar, como apontam documentos do Serviço Nacional de Informação. Obviamente, a falta de liberdade de imprensa e de investigação, não permitiam que isso viesse à tona.
Marisa Tupinambá, funcionária da embaixada brasileira em Paris durante a década de 70, chegou a relatar em entrevista ao Pasquim em 1983, esquemas de propina em conjunto com Roberto Campos, embaixador de Geisel em Londres e Ministro de Planejamento de Castelo Banco: “O Roberto me colocava à testa das operações. Comecei em 1979, com a Odebrecht”, sendo o valor que a funcionária recebia de acordo com a proporção da operação: “Se fosse algo grande, 1%, se fosse pequeno, mais”. Além de Roberto Campos, outros ex-ministros como Eliseu Resende e Rubens Ricupero também chegaram a trabalhar na empresa, mostrando sua relação “carnal” com o Estado brasileiro.
O avanço e força conquistado na relação com o Estado durante a ditadura pela Odebrecht, permitiu à empresa assumir obras de grande porte sem concorrência, como foi a construção do estaleiro do submarino nuclear durante o governo Lula, com pagamento de propinas para o almirante da marinha Othon Pinheiro da Silva, e para o empresário José Amaro Pinto Ramos, representante da empresa francesa DCNS no consórcio(envolvidos também no cartel de trens do governo Alckmin/PSDB em SP).Exemplos como esse mostram que nossa crise atual não é apenas da “casta política”, mas sim o que se desnuda são as profundas relações de privilégios entre as diversas esferas de poder dessa democracia dos ricos (burguesia, governos, judiciário e forças armadas) em detrimento de uma vida digna aos trabalhadores, a juventude e o povo pobre.
http://www.esquerdadiario.com.br/Odebrecht-e-corrupcao-os-esquemas-comecaram-na-ditadura-militar









Falta uma Política Séria para o Ensino Básico Público Estaduais e Municipais.

Em 12/02/15 o jornal Folha de São Paulo destaca que nove (9) em dez (10) alunos que concluem o ensino médio não aprenderam o que deveriam ter aprendido.
www1.folha.uol.com.br/bbc/2015/02/1588800-9-em-10-alunos-chegam-a-ensino-medio-sem-saber-o-que-deveriam-diz-estudo.shtml?cmpid="facefolha"

Mas isso é o  que estamos dizendo a anos, e permanecerá enquanto se ficar só na falácia de Brasil Pátria Educadora, tem -se que ter uma política educacional séria, com término das aprovações a qualquer custo,que visam unicamente índices do Ideb. Tem -se que implantar avaliação de Português e Matemática para acesso ao ensino médio regular. No Rio de Janeiro por exemplo há seleção com avaliações de Português e Matemática para acesso à Fundação de Apoio as Escolas Técnicas ( FAETEC ) da rede estadual , mas não se tem para o acesso ao ensino médio regular, e dessa forma a grande maioria dos alunos recebidos no 1º ano do ensino médio são de analfabetos funcionais, e que não sabem nem mesmo as quatro operações.

O conteúdo da reportagem consta no  link :
 http://www1.folha.uol.com.br/bbc/2015/02/1588800-9-em-10-alunos-chegam-a-ensino-medio-sem-saber-o-que-deveriam-diz-estudo.shtml?cmpid=%22facefolha%22

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sobre a Possibilidade de Greve na Educação do RJ em 2015.


Nesse momento ( fev./2015 ) não vejo essa possibilidade “AINDA” de ocorrer greve na rede estadual do RJ. 

Infelizmente a grande maioria da categoria é subserviente aos DEsgovernos estadual e municipais , e uma boa parcela não acredita no sindicato, por vários motivos ( que no momento não vem ao caso) e mais ainda depois do recado dado pelo governo com a PUNIÇÃO aos professores grevistas na rede estadual e municipal do RJ: "Façam GREVE e serão PUNIDOS com perda da escola de origem, antiguidade e descontos salariais". 

A verdade é que se a atual direção do nosso sindicato não foi capaz e/ou não quis mobilizar a grande maioria da categoria, não será agora que fará. 

A grande maioria da categoria em 2014 não aprendeu a lição dada pelos Garis¹. Agora, devido a Greve no Paraná, nesse início do ano letivo de 2015 ( em decorrência do pacote de maldades  do governo  de lá ), despertou a categoria em vários estados e municípios Brasil afora. Agora vemos aqui no RJ nos grupos de facebook muitos professores gritando e pedindo Greve Já. 

Alerto-os :"não devemos nos precipitar, de forma que não sejamos usado pela atual direção do sindicato". Os servidores que querem mudança, devem é se filiar, formarem chapas de oposição a isso que está aí,  e concorrerem na eleição que está batendo as portas, isto é, em 30/06, 01/07 e 02/07. 

A categoria precisa  é  que o Sepe volte a ser um Sindicato Classista, sem esse viés partidário que hoje o infecta, e com isso mantém a grande maioria da categoria afastada do mesmo. 

Mas nada impede que não possamos ir às ruas e mostrar a realidade da educação pública das redes estadual e municipais.




Como bem frisou a colega Viviane Coelho : Greve só com uma nova diretoria do Sepe que nos dê pelo menos a esperança de que lutando conseguiremos barrar a Meritocracia e não ficaremos em condições piores do que já estamos, aí sim conseguirá mobilizar os que já não mais acreditam na luta. Ainda temos alguns degraus para sermos empurrados "escola abaixo”  antes que toda a categoria seja forçada a perceber que só a Greve sem retorno até que nossas reivindicações sejam atendidas é o único caminho a trilharmos.