Como professor de Matemática do ensino médio da rede estadual do RJ e
analisando essa idolatria dada a esse governo por ter saído do índice de
3,2 em 2011, para 3,6 em 2013 e sabendo que interfere também nesse
índice a aprovação, sinto que o empenho da secretaria nas coordenadorias
e essas nas direções para aprovação a qualquer custo deu resultado,
evidentemente com a cooperação de muitos colegas sedentos em obter bônus
e ficarem bem com os senhores feudais. Pela prática em sala de aula,
pela péssima gestão dessa Seeduc , que super lota turmas com as
famigeradas otimizações,com o fechamento de mais de duzentas escolas,
NÃO ACREDITO na seriedade desse parco índice e consequentemente da
melhora do desempenho do ensino médio da rede estadual do RJ.
O comp@nheiro Luiz Carlos, postou no facebook , grupo Educadores Estado RJ : A realidade é uma, a fantasia é outra. O
IDEB parece demonstrar que não avalia o aprendizado, penso que vivo
numa outra dimensão, a maioria dos alunos são analfabetos funcionais,
faltam professores em diversas matérias, faltam materiais didáticos nas
escolas públicas municipais e estaduais. E os resultados do IDEB estão
bons para o Estado do Rio de Janeiro e municípios? E os secretários de
educação comemoraram? Eles comemoraram a artificialidade que eles
criaram, um dos fatores que leva em conta os bons resultados do IDEB é a
aprovação. As secretárias de educação impõem de forma direta ou
indireta a aprovação automática dos alunos, mesmo que estes não saibam
ler e escrever são aprovados, no meu caso alunos que não sabiam ler no
sexto ano e que tinham média 6,0 em todo ano letivo invés da média 20,0
para serem aprovados na minha matéria, foram aprovados, isso enquanto eu
estava nas férias de janeiro. A meu ver, o que foi feito é fraude. A
questão da aprovação automática é imposta ao professor, as secretárias
de educação exigem um percentual de reprovados por turma que na maioria
das vezes é entre 10% e 30%. O que transforma os conselhos de classe em
verdadeiras barganhas, onde se decide quem vai ser reprovado ou não,
nesse caso se leva a questão da afinidade do aluno com o professor, se o
aluno tem maior afinidade com um professor, ele o tem como defensor,
mas se ocorre ao contrário ele tem um acusador. Isso é um verdadeiro
show de horrores. O secretário de educação do Rio de Janeiro tem razão
em comemorar o resultado do IDEB, ele foi o principal artífice dessa
fantasia. O que temos é um picadeiro onde os professores são os palhaços
para entreter o público (alunos) e tira-los da realidade e levá-los a
fantasia. ---
>>Ideb: Brasil supera metas no ensino até 5º ano>>A paz nas Escolas >>Para professores, agressões nas escolas são reflexos da violência social
A nota de 3,66 do Rio de Janeiro
no ranking Ideb 2013/2014 foi divulgada pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Apenas Goiás, com 3,8, e São Paulo e Rio Grande do Sul, tiveram notas
maiores que a educação fluminense, que saiu do 15º lugar para o Top 5 de um ano
para o outro. A meta da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) era ficar
entre os cinco primeiros e, de acordo com o secretário Wilson Risolia o
resultado foi alcançado. Para os professores porém, o resultado do Ideb não
corresponde à realidade.
Suzana Gutierrez, coordenadora do Sepe-RJ,
diz que o sindicato é contra o Ideb e contra a política de bonificação.
“O processo de ensino e aprendizado não pode ser verificado com uma
prova única, como é feito com o Ideb. Se o governo quiser fazer um
índice real sobre o ensino do pais, não é através de uma prova, mas sim
através de uma serie de itens a serem verificados como: se os governos
aplicam os 25% na educação, como manda a constituição, se esses governos
cumprem a lei do piso, se cumprem a lei das atividades extraclasse, se
existe informática, se há funcionários suficiente”, diz ela, ressaltando
que no estado do Rio, nenhuma dessas situações é cumprida à risca.
Professores questionam avaliação do IdebPara ela, a prova em si, mascara problemas. “Os
alunos fazem uma prova onde marcam algumas perguntas questionáveis, tanto do
ponto de vista do método quanto de conteúdo. Temos por exemplo provas do sexto ano que verificam se o aluno é
alfabetizado, quando no sexto ano ele já deveria ser alfabetizado há muito
tempo”, diz Suzana. Ela ainda relembra a grande carência de profissionais na
rede estadual e que isso leva a diversas turmas se formarem, ou seja, alunos
serem aprovados sem nunca terem tido uma aula de determinada disciplina.“O
Ideb só serve para culpar o professor pelo fracasso da educação e por
ultimo mascarar os índices da verdadeira dificuldade que existe nas
escolas: a infraestrutura, salas superlotadas, falta de professores e
profissionais de apoio”, comenta ela.
A questão do bônus de quase
R$ 70 milhões destinado a cerca de 400 escolas no Rio de Janeiro também é
importante para o sindicato e eles condenam essa prática de
meritocracia do governo, que surge logo próximo às eleições. “Nós não
queremos uma bonificação que só alguns professores vão ganhar. Queremos
uma política salarial que garanta um salário justo o ano todo, todos os
anos, que garanta a aposentadoria desse profissional. Essa é uma
política de enxugamento de gastos, somos completamente contra. E é claro
que sendo divulgado como foi, tem um tom eleitoral”, diz a professora e
coordenadora do Sepe Marta de Moraes.
Nicholas Davies, professor
da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que
fez um estudo sobre redução da oferta de matrículas na rede estadual do
Rio, corrobora a opinião das professoras. Para o especialista, a
avaliação é sempre bem vista, mas os critérios usados pelo Ideb não
avaliam de forma real a educação.
"Avaliar é importante, sempre. O problema é com que critérios. Os do Ideb são os critérios que deixam
muito a desejar. Primeiro que o Ideb reduz a avaliação a números e existe uma
dimensão da educação e não pode ser reduzida a números,
não se quantifica. E depois, tem outro problema, que é o seguinte, pressupõe que os
fatores extra-escolares não pesam no
desempenho do aluno", completa ele. O que pode ter influenciado no "milagre" do Rio
Tirando
a questão específica do conteúdo da prova, mencionada por Suzana,
Nicholas Davies ressalta as possíveis manipulações que existem nos
processos de avaliação qualitativos, que são preocupantes e podem ter
ajudado nessa guinada do Rio de Janeiro, que saiu do 15º lugar para 3º
melhor colocado no país.
"Pode existir muita manipulação no Ideb,
você pode preparar os alunos para a prova especificamente, por exemplo.
No caso do Enade isso é uma prática comum: existe uma preparação
especifica por parte das instituições privadas em escolher os melhores
alunos para a prova do Enade. Eu acho muito estranho essa melhoria do
Ideb do Rio porque as escolas não melhoraram. Os professores não
melhoraram. Qual foi o milagre? Se os professores não melhoraram
significativamente, o que levou a esse grande desempenho Não sei, mas
pode existir manipulação e mecanismos para maquiar resultados", completa
ele.
A diminuição sistemática de matrículas na rede estadual do
Rio é uma grande questão que pode ter influenciado nesse resultado. Um
estudo feito por Nicholas, o números de matriculas nas unidades
estaduais de ensino no Rio de Janeiro teve uma enorme queda, que chegou
a 34,7% . Foi o maior índice em todas as unidades da federação, passando
de 1.490.137 em 2006, para 973.666 em 2012. Para o professor, essa
redução drástica é fruto de uma política intencional de redução de
oferecimento de vagas.
A Seeduc responde que "no país inteiro,
devido a uma série de fatores, inclusive demográficos, houve diminuição
de alunos. No Rio, não foi diferente" e completa dizendo que "há vagas
na rede estadual. Portanto, quem quer e pode, não deixa de estudar".
Para
Nicholas, colocar a culpa no fator demográfico para a diminuição das
matrículas é uma falácia. Nesse mesmo estudo, ele constatou que, ao
mesmo tempo que o Rio diminuiu muito as matrículas na rede pública, as
matrículas da rede privada aumentaram substancialmente. A rede privada
do Rio de Janeiro cresceu 22,5%, passando de 856.835 matrículas, em
2006, para 1.049.908, em 2012.
Ideb:não avalia como deveria e cria uma ilusão de melhorias, diz professores eespecialistas"O número de matriculas estaduais no Rio foi o que mais
diminui em todo Brasil. E aí uma explicação que dão, que não é correta, é que
está havendo um declínio da taxa de natalidade. Isso é verdade, e esse declínio é mundial. Mas se só isso
bastasse, teria que acontecer proporcionalmente em todos os estados. Aqui, a
redução foi enorme, e se há uma redução nas matriculas por causa da queda da
taxa de natalidade, isso teria que refletir na evolução das matriculas na rede
particular, o que não acontece. Na privada, no Rio de Janeiro, o crescimento
foi o maior do Brasil, o que não é coincidência. O que está havendo é política deliberada
de redução das matriculas estaduais e obviamente isso leva a um estimulo à
escolas particulares a crescerem."Outra influência na diminuição
das matrículas é, segundo a Seeduc, a municipalização do ensino. O
Estado alega a responsabilidade da prefeitura na educação dizendo que "o
processo de municipalização, ou seja, quando os municípios têm
condições de assumir sua parcela de responsabilidade, uma vez que o
Ensino Fundamental, prioritariamente e constitucionalmente, deve ser das
prefeituras". A Secretaria ainda informa que "O Estado somente fica com
esse segmento quando um município não tem condições. Por isso, tal
transferência para os municípios. Só do município do Rio, foram cerca de
45 mil alunos do Fundamental que estavam na rede estadual e a
prefeitura os absorveu. Ou seja, nenhum aluno deixou de estudar". O
Jornal do Brasil já tocou nesse assunto em 2013, quando cerca de 50 escolas estaduais pararam de funcionar, passando a educação para o município.
Para Nicholas, porém, essa questão é secundária. "A municipalização aqui não foi tão importante, como no
Pará, no Ceará, em SP, MG. No Rio de
Janeiro como o governo estadual, já antes de Cabral, era muito omisso na oferta
de educação básica, e a rede municipal extensa", comenta. Problema antigo: professores ainda não
receberam de volta salário cortado durante a greve
Nesta quarta-feira
(10/09/14), segundo o Sepe, mais de 200 professores compareceram à Secretaria
Municipal de Educação pedindo para que seu salário, cortado durante a greve,
seja devolvido.
O Sepe diz que "o sindicato ganhou na justiça liminares que determinam que a prefeitura devolva o dinheiro descontado”. A
prefeitura rebate dizendo que já entrou com recursos e que não vai pagar nada
até o fim da tramitação do processo.
---
Comentário no facebook no grupo Professores Unidos em 10/09/14 :
Sandra Borges : Nicholas
Davies, professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal
Fluminense (UFF), que fez um estudo sobre redução da oferta de
matrículas na rede estadual do Rio, corrobora a opinião das professoras.
Para o especialista, a avaliação é sempre bem vista, mas os critérios
usados pelo Ideb não avaliam de forma real a educação.
"Avaliar
é importante, sempre. O problema é com que critérios. Os do Ideb são os
critérios que deixam muito a desejar. Primeiro que o Ideb reduz a
avaliação a números e existe uma dimensão da educação e não pode ser
reduzida a números, não se quantifica. E depois, tem outro problema, que
é o seguinte, pressupõe que os fatores extra-escolares não pesam no
desempenho do aluno", completa ele.
A
Seeduc responde que "no país inteiro, devido a uma série de fatores,
inclusive demográficos, houve diminuição de alunos. No Rio, não foi
diferente" e completa dizendo que "há vagas na rede estadual. Portanto,
quem quer e pode, não deixa de estudar".
Para
Nicholas, colocar a culpa no fator demográfico para a diminuição das
matrículas é uma falácia. Nesse mesmo estudo, ele constatou que, ao
mesmo tempo que o Rio diminuiu muito as matrículas na rede pública, as
matrículas da rede privada aumentaram substancialmente. A rede privada
do Rio de Janeiro cresceu 22,5%, passando de 856.835 matrículas, em
2006, para 1.049.908, em 2012.
---
Ideb alerta para a crise no ensino médio Clerio Vilhena Dos Reis :Usar
o Rio de Janeiro como exemplo bem sucedido é sacanagem... Foi mais para
um trambique bem sucedido. O periódico "esqueceu" que entre as medidas
administrativas incluem-se arrocho salarial, perseguição implacável aos
que discordam,
conivência da Justiça e uso exagerado e indiscriminado de violenta
repressão policial. (...) Nesse aspecto, é emblemática a experiência do
Estado do Rio no setor: na recente amostragem, o ensino médio fluminense
saltou da 15ª para a quarta colocação no Ideb, entre as 27 redes
públicas estaduais. No Sudeste, ficou atrás apenas de São Paulo, e teve o
segundo maior crescimento nas médias do país. A taxa de evasão
decresceu, de 16,5% para 7,3%. Para isso, contribuíram ações no âmbito
da meritocracia, do investimento na qualidade do magistério e outros
incrementos em nível administrativo.(...) http://oglobo.globo.com/opiniao/ideb-alerta-para-crise-no-ensino-medio-13871682#ixzz3Cp8HdlQI
oglobo.globo.com
O apagão educacional, mostrado pelos resultados de sexta-feira, não é um problema recente. Apesar de algumas melhorias, o Brasil ainda patina na política de ensino.
Leia em : http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,1555713 O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,1555713 Comentário do colega Washington Aldyno grupo do facebook Professores do Estado RJ : Devemos
denunciar a sociedade que a elevação desse indicador deve-se a questão
do fluxo (aprovação forçada). Outro elemento que elevou esse índice foi a
proibição por parte da seeduc de não permitir a matrícula de alunos com
mais de 20 anos de idade no
regular noturno jogando-os para nova eja ou deixando- os sem a opção de
estudar. Essa política autoritária e ilegal contribuiu
significativamente para elevar o Ideb, pois ajudou a corrigir a
distorção idade-série na marra. O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,resultado-do-ideb-e-pior-ao-se-avaliar-aprendizagem,1555713
Se a situação da educação brasileira estiver de fato retratada nos índices do IDEB de 2014, ela pode ser pior do que parece.
O IDEB é uma medida problemática,
pois mistura fluxo com desempenho, é uma prova pontual onde uma sala de
aula pode ser incluída no teste com apenas 50% da presença dos
estudantes no dia da prova, não divulga índices de confiabilidade e nem
relatório decente tem etc.
Embalados pelas teorias de
responsabilização que apostaram que “só de haver medição nas escolas” já
haveria melhoria, deixamos de colocar a atenção nos fatores
intra-escolares (cerca de 20%) que têm impacto na aprendizagem, apesar
do peso que os fatores extra-escolares jogam (até 60%). E quando o
fizemos apelamos para processos de padronização metodológica (pressão
por índices nas escolas, apostilas, simulados etc.) que podem produzir
“voo de galinha” nos índices, mas sem sustentação a longo prazo.
Estamos forçando as escolas a colocar
todo seu esforço na produção da nota do exame, como se nota alta no IDEB
fosse sinônimo de boa educação. No entanto, o sistema pode estar
entrando em exaustão, colocando as escolas e seus profissionais sob
suspeita permanente, incentivando fraudes, treinando para responder a
testes, inclusive porque o dado da nota em um exame está longe de
conseguir explicar a realidade das escolas. A própria pressão sobre as
escolas feita pelos estados com suas políticas de responsabilização tem
seu limite na realidade concreta das escolas.
O link que segue mostra os dados do INEP (o que está em verde é o que está dentro da meta): ideb2014 .
Se observarmos a tendência de crescimento
a cada edição do IDEB, veremos que ele está entrando em exaustão, ou
seja, os acréscimos de nota entre anos estão sendo cada vez menores – e não apenas no ensino médio. No próximo IDEB esta tendência deverá estar mais clara. Na última edição, como apontamos na época, estava claro que o ensino médio não cumpriria as metas. Dissemos:
“No caso do fundamental I a situação é
confortável pois já estamos com a meta para 2013 atingida que é de 4.7
pontos. Aqui, o que intriga é como um crescimento que já dura quase 10
anos não chega ao ensino fundamental II. Se os alunos há tempos estão
aprendendo mais no fundamental I, porque quando mudam para o Fundamental
II esta aprendizagem não aparece?
No caso do ensino médio a situação é
pior que a do Fundamental II. Lá a velocidade de crescimento tem sido
0.1, mas em 2013 terá que agregar 0.2 pontos à nota de 2011 para atingir
a meta. Mas desde 2005 ele não cresce mais que 0.1 em cada edição do
Ideb.
Com mais escolas não atingindo a
meta, com um déficit de nota acumulado a ser superado, se eu fosse o
Ministro, comemorava menos… inclusive porque, se isso for verdade, esta
situação vai explodir exatamente durante a campanha de 2014 para
Presidente, quando se divulgar o IDEB de 2013.”
Estamos nos escorando no progresso do
ensino fundamental dos anos iniciais – alteração que nem chegamos a
entender bem, pois há mudanças na composição salarial da população
brasileira que podem estar afetando tais ganhos. Como o INEP não possui
série histórica de dados confiáveis sobre o nível socioeconômico dos
alunos e nem os divulga, não se pode isolar efeitos de melhoria de renda
sobre o desempenho dos alunos.
O fato é que nos anos iniciais vínhamos
crescendo a 0,4 ao ano e em 2013 este crescimento caiu pela metade, ou
seja, 0.2 – falo do IDEB total, incluídas todas as redes, mas não é
diferente se isolarmos as públicas.
Portanto, embalados pelas necessidades
políticas, está sendo desconsiderada uma queda de 50% no incremento
ocorrido neste ano. Como atingimos a meta, isso não está sendo
observado. A nosso ver, mesmo nas séries iniciais, é necessário cautela
na comemoração. Se persistir esta tendência, logo poderemos estar abaixo
da meta também nos anos iniciais.
O quadro abaixo mostra os incrementos em
nota ocorridos entre 2005 e 2013, a cada edição do IDEB. Consideramos o
ano 2005, crescimento zero pois foi a primeira medição do IDEB.
2005
2007
2009
2011
2013
Ideb Total 1 a 5
0
0,4
0,4
0,4
0,2
Pública 1 a 5
0
0,4
0,4
0,3
0,2
Privada 1 a 5
0
0,1
0,4
0,1
0,2
Ideb Total 6 a 9
0
0,3
0,2
0,1
0,1
Pública 6 a 9
0
0,3
0,2
0,2
0,1
Privada 6 a 9
0
0
0,1
0,1
-0,1
Ideb totalmédio
0
0,1
0,1
0,1
0
Pública médio
0
0,1
0,2
0
0
Privada médio
0
0
0
0,1
-0,3
Fica claro que está havendo uma
desaceleração. Embora o que mais chame a atenção seja o ensino médio, o
sistema inteiro está crescendo a um ritmo menor. Como os ganhos vão
ficando menor e as metas continuam evoluindo, o buraco aumenta e as
pernas encurtam.
Todo o sistema privado já está abaixo da
meta em todos os anos escolares e em mais de uma edição do IDEB. Nas
escolas públicas apenas as séries iniciais se sustentam nas metas.
Se for comprovada a tese da migração de alunos da escola pública para a privada
para justificar a queda de desempenho das escolas privadas, teremos uma
situação muito interessante na qual se constatará que a escola pública
não é pior que a escola privada, quando esta última tem que acolher
alunos equivalentes ao que a escola pública tem atualmente. Não
deveremos estranhar, pois nem mesmo as escolas charters americanas têm
resistido a esta comparação, ficando evidente lá que com alunos
comparáveis, os dois sistemas tendem a trabalhar de maneira equivalente.
Em 11/09/14 : Nota do SEPE-RJ sobre o IDEB da Rede Estadual:
SEEDUC não mostra toda a verdade sobre o crescimento da rede estadual no IDEB 2013
A divulgação do ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB) 2013, que apresenta um crescimento da nota das escolas da rede
estadual do Rio de Janeiro – passando da 15ª colocação em 2011 para a 4ª
colocação em 2013 – por incrível que possa parecer, não surpreendeu o
Sepe. Isso porque, desde 2012, o sindicato tem denunciado que a
Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC) vem
utilizando uma política pedagógica que restringe o universo avaliado
pelo IDEB, com uma clara estratégia para melhorar artificialmente as
notas dos alunos das escolas da rede estadual.
Esta política,
inclusive, foi anunciada pelo próprio secretário estadual de Educação,
Wilson Risolia nas audiências públicas realizadas pela Comissão de
Educação e Cultura da Alerj e também em reuniões com o Sepe ao longo do
ano de 2012. Risolia, nesses encontros, esclarecia de que maneira o
Estado atuaria para melhorar as notas do IDEB: retirando do ensino
regular os alunos que tinham idade acima da média escolar e
transferindo-os para o Novo Ensino de Jovens e Adultos (NEJA) e
implementação do Projeto Autonomia (que utiliza a metodologia de
Telecursos da Fundação Roberto Marinho) – tanto o NEJA quanto o
Autonomia não são avaliados pelo IDEB.
Número de matrículas no ensino médio caiu e governo fechou mais de 150 escolas estaduais nos últimos anos
A rede estadual matriculou no ensino médio, em 2013, ano em que foram
coletados os dados do IDEB, 410 mil alunos (dados do INEP). Naquele
mesmo ano, foram matriculados 57 mil estudantes no NEJA. Além disso,
Risolia informou ao Sepe que matricularia 34 mil alunos no Autonomia. Ou
seja, quase 20% dos alunos da rede estadual deixaram de ser avaliados
pelo IDEB no ano passado por estarem no NEJA e Autonomia, o que
certamente influenciou o resultado da nota do IDEB. Uma comprovação
desta política que a SEEDUC vem implementando nos últimos anos foi o
fechamento de mais de 150 escolas estaduais.
Além disso, em 2013, a
SEEDUC soltou uma resolução que determinava que os professores de
Inglês, Espanhol, Produção Textual e Educação Física não reprovassem os
alunos. No final daquele ano, a Secretaria, devido à pressão dos
professores, derrubou a resolução, mas o ano letivo já estava no final e
a orientação da SEEDUC, com a aprovação automática, influenciou no
resultado do IDEB.
O IDEB é formado por duas avaliações básicas: o
resultado da aprovação escolar e o resultado da prova do Sistema de
Avaliação da Educação Básica (SAEB). Esta prova é feita com uma
amostragem muito pequena do universo das escolas, o que por si só já
pode trazer uma desiquilíbrio na análise. Voltando ao artifício usado
pela SEEDUC no Rio, junte-se uma amostra já minúscula das escolas com
uma retirada dos alunos da rede regular que poderiam alterar para pior a
nota e teremos, como em um passe de mágica, uma melhoria substancial da
nota do IDEB no estado do Rio. Além do mais, a rede estadual de ensino
vem diminuindo o número de matrículas em relação ao ensino privado, como
o estudo do professor Nicholas Davies da Faculdade de Educação da
Universidade Federal Fluminense (UFF) comprovou: de 2006 a 2012, a rede
pública estadual diminuiu o número de vagas em quase 35%, passando de
1,5 milhão para 973 mil. Hoje, segundo o professor da UFF, a rede
privada no Rio é a segunda maior do Brasil em termos percentuais - o Rio
de Janeiro é o único estado em que a rede privada na educação básica é
maior do que a rede estadual. Nos demais estados, a rede estadual é
sempre bem maior do que a rede privada.
Aumento de despesas com educação estadual é mais uma maquiagem
Ainda em seu estudo, o professor Davies denuncia que, mesmo com a
diminuição substancial do número de matrículas, o governo estadual
declara ter aumentado as despesas na educação – eis o trecho da sua
análise sobre isso: “O que é estranho é o governo estadual do RJ auferir
a terceira maior receita de impostos de todos os governos estaduais, só
perdendo para São Paulo e Minas, e de ela ter praticamente dobrado de
2006 para 2012. Em 2006 foi de cerca de R$ 18 bilhões, subindo para
cerca de R$ 36 bilhões em 2012. Estranhamente (pois as matrículas
diminuíram drasticamente), as despesas declaradas (o que não significa a
verdade) pelo governo em educação (sem computar as perdas bilionárias
do governo com o Fundeb) aumentaram de R$ 3,580 bilhões, em 2006, para
5,455 bilhões, em 2012. Como explicar tantas inconsistências: a terceira
maior receita de impostos dos governos estaduais, o aumento
significativo de despesas declaradas em educação, e a redução enorme das
matrículas na educação básica?”
Para o Sepe, cuja luta
intransigente pela defesa da educação pública de qualidade é a nossa
principal bandeira, a criação de sistemas de avaliação como o IDEB – um
índice que não mede as reais necessidades e condições das escolas
públicas – se configura em mais um mecanismo criado pelos governos para
mascarar a real situação nas nossas escolas. Muito mais efetivo do que
tal avaliação seria a implementação de mecanismos que envolvessem a
comunidade escolar numa discussão sobre o real papel da escola como um
bem público e que abrisse canais de diálogo sobre as demandas dos nossos
alunos e da comunidade em geral.
Ao invés disto, o secretário
Risolia trata as escolas com uma lógica mecanicista, transformando-as em
verdadeiras fábricas e a comunidade escolar como cliente em potencial.
Pela política meritocrática da SEEDUC, os índices são medidos a partir
de uma lógica de resultados e produtividade, sem que sejam levadas em
conta as condições de trabalho, as diferentes realidades nas quais as
escolas estão inseridas e sem criar condições igualitárias de
valorização profissional com a criação de bônus e gratificações a partir
de metas estabelecidas. Deve-se observar que tais políticas não atingem
nem 20% da categoria.
Governo estadual ainda não implementou o 1/3 de planejamento e descumpre decisão judicial sobre o assunto
Um exemplo claro da falta de vontade do governo estadual de melhorar as
condições de trabalho da categoria são os baixos salários pagos aos
profissionais (professores e funcionários) das escolas. A falta de
remuneração adequada faz com que os índices de abandono na rede sejam
elevados, já que muitos professores concursados pedem exoneração para
trabalhar em outras redes municipais ou federais, que oferecem melhores
perspectivas de remuneração – segundo o Diário Oficial do estado,
somente em agosto de 2014, 183 professores pediram exoneração da rede.
Isto cria uma rotina de rodízio de turmas, já que não existem
professores suficientes para atender todos os alunos.
Outro exemplo
da falta de prioridade dada pelo Estado à educação é o fato de, apesar
da Lei Federal do Piso Salarial (Lei 11.378) determinar que 1/3 da carga
horária dos professores sejam destinados para o planejamento
pedagógico.
Dica do Sepe: não deixem de ver o episódio nº 11 da 20ª
temporada de Os Simpsons: "Como o teste foi vencido", que é exatamente
sobre um teste de avaliação aplicado na escola. Clique aqui para ver.
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