quinta-feira, 9 de junho de 2016

Sobre a GREVE da Educação Estadual do RJ em 2016.

Análise da Greve de 2016 em 30/01/18.


Sobre a GREVE da Educação Estadual do RJ em 2016.
Análise da Greve de 2016 em 30/01/18.
Em resposta a uma postagem fiz o seguinte comentário :
Na Greve de 2016 o grupo denominado 'Combate' na última assembleia da Greve votou com os outros membros da direção ( também ligados a partidos) pelo fim da greve, quando ainda tínhamos gás suficiente para aguentar mais uma semana para o início da olimpíada. Preferiram também a acreditar nas promessas do DESgoverno Pezão através do seu líder na Alerj, o então dePUTAdo Albertassi (hoje preso). Estavam tão certos do encerramento da Greve que já tinha vereador do psol (Babá) distribuindo santinho, ou seja, era interessante pra toda direção encerrar a greve ( a categoria que sofra no lombo) para iniciarem o trabalho nas campanhas municipais dos seus candidatos.
Logo agora é a hora oportuna dos grupos se apresentarem, pois no meio do ano tem eleição para as direções do Sepe Central e núcleos.
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Em 31/01/18 o comp@nheiro André Luiz Pereira Nunes postou :

Se não tivemos nenhuma vitória na última greve (2016) foi graças a inércia e conivência da direção do Sepe que tentou, meses de acabar a greve, miná-la. Então, a culpa não foi nossa, mas deles. Esses pelegos da direção. Querem jogar a culpa pra cima da classe que voltou, quando teve o ponto cortado, mas são eles os culpados. Quem se lembra das gravações? É por causa disso que voltamos com uma mão na frente e outra atrás. Sem nada. E agora sofrendo otimizações. Cadê a vitória?

O companheiro Rodrigo Pinto comentou a postagem acima em 31/01/18 : 

Eu fiquei até o último dia! Mas pude segurar as consequências: não sou casado, não tenho filhos pra sustentar. Há colegas que dirão serem casados, pais e ficaram até o último instante, mas sabem o peso que foi pagar essa greve e suas famílias também sofreram com isso! Paguei o movimento por mais de um ano e só me devolveram aquele junho. Agora, vejo muita gente e até o Sepe, como falou o André Luiz Pereira Nunes, colocando a culpa em quem retornou. Irmãos, antes de criticarmos estes colegas, pensemos nas ameaças sob eles do corte de ponto e como fariam as compras de mês se acontecesse com eles? Em inúmeros casos, não é uma posição individual, sair ou não, pode envolver outras pessoas. Vi muitos casais grevistas, logo, a renda da família paga pelo Estado! Alguns colegas ou sustentavam sozinhos suas casas, ou tinham os salários maiores nas mesmas. Está aí porque retornaram. Eu sou sozinho e mantinha umas economias guardadas para segurar minha onda. O SEPE errou sim, desde o momento que um juíz mandou que 70% dos docentes de cada unidade retornasse, declarando que educação é serviço essencial - não é! Não vi argumentação eficaz do jurídico diante disso! Suspenderam o processo para uma negociação que em nada daria. Quando veio o corte, também não vi advogados contra-argumentando, bem como qualquer curso de ciências jurídicas ensina. Vi militantes do PSOL, diante do Judiciário, dizendo o porquê das injustiças do corte. Eram dias em que choviam comentários no face de regionais onde a greve minguava. Assunto recorrente nas assembleias! E os recursos? Votamos a suspensão do ano letivo, o SEPE mais de uma vez colocou em pauta os recursos que saíam perdendo, mas no fim, o sindicato não respeitou nossas assembleias, os diretores sumiram quando o Victer mandou a gente retornar em agosto (recesso da Olimpíada) com ameaças de códigos 30, que somados poderiam nos dá abandono. Uma greve com adesão de 80% terminou numa piada! Ainda tínhamos contingente para entrar pelas Olimpíadas e conseguir o reajuste, caso o contrário o governo nem aceitaria dialogar e fazer-nos promessas para encerrar o movimento. O Sindicato é culpado dos nossos fracassos sim! Muita gente nem faz mais paralisações ou greves, porque sabe: por causa do SEPE será prejudicada no final. Agora o governo descobriu um jeito de oprimir qualquer movimento paredista duradouro: otimizações. Entremos em greve e ao retornarmos já não teremos nossas turmas e até lotações. POR CAUSA DO SEPE!


Postei no Facebook:

OLHO VIVO Nessa Direção do SEPE.
O comp@nheiro André Vilares comentou um fato ocorrido e que pra muitos passou despercebido mas que com certeza foi planejado intencionalmente e que merece ser divulgada e ficarmos atentos. Eis a postagem: Estive ontem (19/7), junto com a delegação de Miguel Pereira e Paty do Alferes, na assembleia que determinou a continuidade da greve da rede estadual de educação. Fiquei intrigado com uma coisa, que talvez tenha passado desapercebido por alguns, mas para mim, acabou me chamando a atenção!
Em outras assembleias, quando o percentual era alto, os informes sobre o percentual de cada região se restringiam aos núcleos que compareciam ao Conselho Deliberativo e os núcleos que informavam, durante a própria assembleia, o percentual à mesa. Ontem, não!! Ontem fizeram questão de falar de TODOS OS NÚCLEOS DO SEPE!! Fizeram questão de falar de inúmeros núcleos, dizendo, em alto e bom tom "Núcleo tal não apresentou dados", "Núcleo tal não apresentou dados"!!
Convenhamos que o plenário, ao ouvir tantas e tantas vezes a "informação" de que inúmeros núcleos não mandaram nem informação, podia se sentir levado a votar contra a greve, pois a situação era tão grave que muitos núcleos não tinham informado!! Esse "zelo" da direção do SEPE não tinha se manifestado até então. Por que a mudança?
Qual é o problema disso e como me afetou? Bem, as informações foram tão cansativas e complicadas, que a mesa, de forma totalmente equivocada, informou que a assembleia local de Miguel Pereira e Paty do Alferes teve apenas 2 participantes... e isso, inclusive, foi ponto de análise do coordenador geral Marcelo, criticando a suposta contradição entre ter assembleia local com 2 participantes e apontar continuação da greve!!!
Bem, em primeiro lugar, Miguel Pereira e Paty do Alferes é um núcleo que durante a semana passada inteira, esteve mobilizado: fizemos ato, com repercussão na imprensa (tanto internet quanto na imprensa local impressa), realizamos duas assembleias (a primeira, com 24 participantes e a outra, com 8), organizamos caravana (com van) para a assembleia geral!! Bem, então, além da mentira propalada, questiono o fato de que uma assembleia local não poder ter 2 participantes (o que não foi o caso de nosso núcleo, mais uma vez afirmo) e encaminhar continuidade da greve!! Afinal de contas, trabalhamos com percentual e se somente duas pessoas estiverem em uma assembleia local e visualizarem uma porcentagem adequada, elas podem sim sinalizar a continuidade da greve. Por que não? Estão ferindo alguma determinação do Estatuto do SEPE?
Em minha modesta opinião, muito mais grave do que isso é o que muitas vezes ocorre nos Conselhos Deliberativos: O núcleo, em sua assembleia local, aprova uma deliberação fundamental (no caso, a continuidade ou suspensão da greve), mas o representante do núcleo vota de acordo com sua vontade (ou determinação de sua corrente) e não de acordo com a decisão do núcleo!!! Isso é, a meu ver, uma postura moral muito menos republicana e democrática do que ter assembleia local vazia e deliberar continuidade da greve... e não vejo ninguém dizendo nada contra a falsa "representatividade" que existe em Conselhos Deliberativos!!!



Em 2017: Pezão Via Seeduc Prejudica Ensino/Aprendizagem.
Em 2017 em praticamente todas as escolas com turmas sem professores de determinadas disciplinas no final do ano, outras só tiverem no transcorrer do ano letivo. É uma incompetente gestão ou orientada para isso. Agora para o início do ano de 2018 mudaram a grade curricular para pior e com isso em todas as escolas professores não conseguem completar sua alocação na escola de origem, além de turmas super-lotadas com orientação de no mínimo 45 alunos. A qualidade não interessa, e com isso o binômio ensino/aprendizagem fica prejudicado.
Ainda sobre o ano de 2017 em:
http://observacoeseducacionais.blogspot.com.br/2017/04/desgoverno-pezao-mantem-o-desprezo-pela.html

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Histórico.

Em 09/06/16 : Pelo visto caberá ao Judiciário julgar a nossa greve que se iniciou em 02/03/2016 e em 10/06/16 ( amanhã ) completará 100 dias.

Em 10 de abril postei nas redes sociaisNOSSA GREVE é Moralmente Legal.
Não vejo a mínima possibilidade do TJ RJ julgar a NOSSA GREVE como ilegal se estamos com o mesmo salário de julho/2014 ( pois foi 0% em 2015 ), se nossos VERGONHOSOS auxílios NUNCA foram reajustados, se temos uma perda acumulada por esses DESgovernos que Pezão faz parte desde seu inicio, superior a 100%. Sobre esse percentual veja o link : 
http://observacoeseducacionais.blogspot.com.br/2016/05/esse-desgoverno-quer-nos-matar.html )

Que Justiça será essa?



Em 03/05/15 houve uma audiência de conciliação no TJ RJ, com Sepe e Seeduc, não houve julgamento da Greve pelo juíz entender que ainda ocorria negociação entre as partes, e que após 30 dias a partir dessa data ocorreria uma nova audiência. 

Em 08/06/16 houve Assembleia, e postei : 
A GREVE CONTINUA com ASSEMBLEIA LOTADA
A assembléia Bombou e a GREVE foi mantida praticamente por Unanimidade, já que dessa vez houve uma colega que propôs encerrarmos a Greve e sairmos de forma honrosa( ?), e sete (7) presentes votaram com ela, e houve pouquíssimas abstenções, dessa forma a GREVE CONTINUA Firme e Forte. Que forma honrosa seria, já que de concreto da nossa pauta só temos a eleição pra diretor, que saiu em D.O
A direção inicialmente deu o Informe da Audiência em 07/06/16 com o secretário Marajá Wagner Victer, c/ o secretário de governo Afonso Monnerat e o líder do governo na Alerj, deputado Edson Albertasi.
Dos itens da nossa Pauta que foram tratados Só Promessas, e condicionadas em encerrarmos a Greve. Como já estamos calejados de Promessas dos DESgovernos do PMDB no RJ Não Cumpridas, a GREVE Continua. Eis o que foi informado :
1) 0% de reposição de perdas salarial;
Obs.: Estamos com o mesmo salário desde Jul/2014.
2) Calendário unificado de pagamento: o governo mantém o pagamento até o 10º dia útil, não está descartado o risco de parcelamento dos salários;
3) 30h para funcionários: o Projeto de Lei está na alerj, mas a sua aprovação está condicionada ao fim da Greve;
4) Pagamento do enquadramento por formação: o governo mantém o calendário já apresentado, mas também condiciona sua implementação ao fim da Greve;
5) Sobre 1/3 para Atividades Extra classe : apresentou o seguinte calendário de implementação:
Em 2017 para os Docentes II de 22h e 40h;
Em 2018 p/ os Docentes I de 40h;
Em 2019 p/ os Docentes I de 16h.
Obs.: Se realmente quisessem resolver o problema começariam com os Docentes I de 16h que são a grande maioria dos docentes da rede estadual.
6) Por fim, em um ponto extra, o Sepe cobrou a posição do governo relativa aos professores ainda não enquadrados em “uma matrícula, uma escola” : o governo informou que esses professores serão chamados após o encerramento da GREVE.
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Conforme vimos acima Só Promessas, e como já estamos calejados de Promessas Não Cumpridas pelos DESgovernos recentes do PMDB no RJ, não dá pra confiar, além do que não cumpre a Lei Federal de 1/3 ( ratificada pelo STF) e a Lei da Data Base.
Logo : “A GREVE CONTINUA. Pezão & Dor NeLLes a culpa é de vocês”.

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Hoje 09/06/16 ( Completados 99 dias de Greve ) postei nas redes sociais : 
DESgoverno & Ameaças aos Grevistas da Educação.
O fato é que esse DEsgoverno deseja nos vencer pelo cansaço, essa é a estratégia por ele adotada, mantendo-se irredutível em atender itens da pauta pedagógica e principalmente em repor o índice de 30% que nada mais é que parte de nossas perdas acumuladas, que na verdade superam a 100% somente nesses DESgovernos recentes do pmdb no RJ.
O secretário Marajá Wagner Victer ( Custa ao estado mensalmente R$ 84.036,09 ) em seu pouco período já mostrou a que veio ( ele mesmo se intitula descascador de abacaxi ), primeiro foi colocar o batalhão de choque da pm para retirar alunos que ocupavam a Seeduc, na madrugada de 21/05/16, posteriormente nos ameaçou cortar o ponto, mesmo sabendo que a GREVE sequer foi julgada e estamos AINDA em período ne negociação, pelo menos de nossa parte, já que pela parte do governo tem sido intransigência e arrogância. 

Agora mais uma vez TODOS os Servidores estão ameaçados de receberem seus salários parcelados como tem sido no DESgoverno também pmdbista no Rio Grande do Sul.
Portanto é fundamental que Professores não caiam nessa armadilha, sejam firmes e não retornem às salas de aulas. Pois com o salário atual defasado não podemos ficar.
E DESgovernador cadê o nosso Fundeb?
Para finalizar sugiro à Direção do Sepe : Escancarar em outdoors, adesivos em ônibus, panfletagem em pontos estratégicos como Central do Brasil, estações do Metrô, etc... que estamos com o mesmo salário desde JULHO/2014, ou seja, a quase dois anos, pois TODOS pensam que nossos salários estão sendo reajustados anualmente e que somente esse ano isso não está ocorrendo, dessa forma nos passamos por intransigentes.
O que vocês acham?








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Uol Educação de 10/06/16









Greve dos professores do Rio chega a 100 dias com negociações emperradas 

Alfredo Mergulhão
Colaboração para o UOL, no Rio

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 A maior greve já realizada por professores da rede estadual do Rio de Janeirochega nesta quinta-feira (10) ao centésimo dia seguido de paralisação sem perspectiva de desfecho. A categoria não abre mão de aumento e pediu reposição salarial de 30%. No entanto, o governo sustenta que a crise financeira do Estado impede que qualquer reajuste seja concedido.
No período de greve, os estudantes perderam 70 dias letivos de aula, equivalente a 34,4% do total previsto no calendário escolar de 2016. A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) planejou 204 dias letivos neste ano e, segundo a assessoria de imprensa da pasta, este calendário será cumprido em sua totalidade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que o período mínimo de atividades letivas é de 800 horas anuais distribuídas em no mínimo 200 dias de trabalho escolar. Os estudantes da rede estadual do Rio deveriam ter cumprido 88 dias letivos desde o início das aulas, em 2 de fevereiro deste ano, caso a greve não tivesse acontecido.
"A categoria tem o compromisso de repor todas as aulas, inclusive em finais de semana e períodos em que estaríamos de recesso. Nós pedimos desde a primeira conversa com o secretário de Educação um espaço para discutir a reposição das aulas. Mas é preciso deixar claro que quem promove esse prejuízo é o governo, pois a greve só começa porque as negociações prévias não avançaram", disse o coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), Marcelo Santana.
Os grevistas negociam para conseguir reajuste salarial de 30%, jornada de 30 horas semanais para os funcionários da área administrativa, cumprimento de uma lei estadual que estabelece aumento para os servidores com cursos de pós-graduação, destinação de um terço da carga horária de trabalho para atividades de planejamento e a volta da data de pagamento para o segundo dia útil do mês, como era até dezembro do ano passado.
O sindicato considera que houve avanços apenas na pauta pedagógica. As negociações já garantiram a eleição direta para escolha dos diretores de escola, mudanças no currículo escolar, o fim das provas de avaliação realizadas anualmente pela secretaria e que cada professor seja lotado para trabalhar em apenas uma unidade de ensino.
A Seeduc também condicionou o atendimento de outras duas demandas ao término da greve: a redução da carga horária dos funcionários administrativos de 40 horas para 30 horas semanais e o pagamento do enquadramento por formação, que é uma progressão na carreira quando o profissional faz cursos de especialização, mestrado ou doutorado.
"O impasse é na parte que envolve dinheiro. O governo quer dar 0% de aumento e a categoria dificilmente vai aceitar isso, nas nossas assembleias. É inadmissível que uma administração que dá bilhões de isenção fiscal para empresas faça uma oferta dessas para os professores", afirmou Santana. O Sepe-RJ diz que 70% da categoria aderiu ao movimento grevista.

Apoio fundamental

Principais afetados com a paralisação, os estudantes tem apoiado o movimento grevista. E os professores admitem que, sem a participação dos alunos, a greve dificilmente teria chegado aos 100 dias de mobilização. Neste período, a greve contou com apoio dos estudantes, que chegaram a ocupar 70 escolas e no momento ocupam a sede da Seeduc.
"A gente não perdeu três meses de aula, ganhamos três meses de aprendizado. A ocupação e o apoio à greve valem a pena porque a gente já estava em condições ruins antes. E acreditamos que a educação no Rio vai melhorar após as ocupações e a valorização dos professores", afirma Sarah Chinchila, de 17 anos, estudante do Colégio Estadual Central do Brasil. Ela participa da ocupação da sede da Seeduc, no Rio, desde o dia 30 de maio, com objetivo de forçar o governo a ceder às demandas de alunos e professores.
O secretário de Educação, Wagner Victer, não atendeu aos pedidos de entrevista e também não respondeu por meio de nota a respeito das negociações com os professores. A assessoria de comunicação da Seeduc informou apenas que o calendário de aulas será cumprido, mesmo que seja necessário utilizar o período de férias e fins de semana.
Antes da greve deste ano, a maior já realizada pela rede estadual foi em 1989, quando a categoria ficou 90 dias em paralisação. Os professores da rede municipal do Rio já ficaram seis meses em greve, de setembro de 1988 até fevereiro de 1989.
Fontehttp://educacao.uol.com.br/noticias/2016/06/10/greve-dos-professores-do-rio-chega-a-100-dias-com-negociacoes-emperradas.htm


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As ocupações de escolas e a histórica greve dos profissionais da educação.




Posted by lcnunes on June 17, 2016



Matéria do comp@nheiro Luís César Nunes que vale ser lida e divulgada.


O SEPE-RJ conseguiu avançar nessa greve em inúmeras pautas que estavam travadas desde o governo Garotinho/Benedita. Ainda há pontos importantes a serem negociados, especialmente na pauta salarial, mas já é o suficiente para demonstrar que sem greve não há avanços.
O SEPE-RJ é um motivo de orgulho da classe trabalhadora, disso ninguém duvida, não só por ser o maior sindicato do Estado do Rio, mas por sua tradição de democracia revolucionária que não pode ser desfeita mesmo nos anos petistas quando quase todos os sindicatos cutistas já haviam se transferido para a administração do capitalismo juntamente com os empresários e o Estado, por meio dos fundos de pensão.
Essa democracia das bases, que agora os estudantes também procuram participar (inúmeros estudantes na assembleia tiveram a palavra, juntamente com responsáveis, e referiam a si mesmos como a “base da base”). A independência do SEPE-RJ só não é maior no que tange às orientações adotadas, principalmente, porque a sua direção é formada por ativistas que – ainda que muitos deles sejam sinceros nos seus propósitos – deixam-se influenciar pelas táticas do petismo em frangalhos. Ou então, o que está muito próximo daquele, do neopetismo no que se refere a submeter à luta da classe à uma estratégia muito semelhante a que foi adotada pelo petismo: priorizar a ação parlamentar e jurídica.
E, nessa greve, ficou provado que as ocupações e as exigências de audiências nas secretarias do estado foram muito mais determinantes para os avanços que as ações rotineiras, inclusive as jurídicas. Por conta da conjuntura bastante atípica, essa greve já é histórica e agora cabe ao sindicato promover ainda mais a auto-organização dos responsáveis e dos alunos, bem como tentar uma unidade nacional do movimento.
20160616-0011
Democracia dos trabalhadores é fundamental
para ampliar, politizar a greve e fazê-la vitoriosa
É preciso, nas decisões de base no entanto, não se submeter às políticas colaboracionistas. É fato que também há uma tendência dos dirigentes tentarem suprimir a democracia revolucionária ao não priorizar as propostas que são aprovadas na base, como a que se referia à suspensão do calendário letivo. Muito se pode discutir sobre essa proposta, concordar-se ou não, mas o certo é que foi aprovada por ampla maioria logo na terceira semana de greve e não foi encaminhada pelos negociadores em nenhuma mesa com o governo. Motivo de apreensão também foi tentar tornar o comando de greve eleito em mero tarefeiro. De certo modo, essa falta de debate interno e respeito às assembleias de base faz com que a discussão política se esvazie e o sindicato se concentre nas propostas econômicas, que mesmo sendo apoiadas pelos estudantes e responsáveis, limitam muito a extensão do movimento, como se pretende, numa greve geral. Nesse sentido a pauta se concentrou nas questões salariais, após algumas conquistas na questão pedagógica e de administração escolar. Conquistas, que ainda podem ser revertidas pelo governo, como por exemplo a adoção de um novo tipo de avaliação externa nas escolas.
É preciso ter claro que uma simples porcentagem nos salários não será suficiente para deter o ataque do governo de plantão. No mínimo data-base e política salarial com reposição das perdas devem que ser discutidas e ainda foi aprovada a proposta de incorporação das gratificações, que também é alvo dos gulosos ataques dos que faliram o Estado.
O mais importante, por tudo isso, é fortalecer a organização de base e também qualificar o debate para uma unidade nacional da luta, que nesse momento está sendo muito confundida com um mero apoio à esquerda neoliberal desalojada do poder, ou na indiferença frente aos ataques do imperialismo à soberania nacional em sua associação com o governo de plantão.
As razões para a greve continuam pela postura do PMDB, governo do estado e agora comando do país. Os trabalhadores públicos, em especial, os da Educação, há muito tempo familiarizados com o PMDB, essa cria da ditadura militar. Não foi só o desvio dos royalties do petróleo e do FUNDEB que não foram aplicados em educação e no salário de professores, respectivamente. Foi a própria política econômica conduzida pelo governo da coalizão desfeita PMDB-PP-PT em também tentar rapinar a previdência dos servidores públicos.
Mas, mesmo com a falência do projeto eleitoreiro petista, a direção do SEPE-RJ segue subordinada a mesma estratégia eleitoral. A maior prova disso é o que conseguiram aprovar na assembleia municipal da educação no município do Rio: um seminário sobre a reestruturação! E isso depois de mais de um ano de tentativas para que houvesse uma unificação das lutas com a educação do estado. Inúmeros municípios do interior entraram em greve e obtiveram resultado. O fato do prefeito do Rio ter antecipado uma reposição de 10% que nenhum governo está negociando não deve deixar ilusões. O prefeito Paes do PMDB, deixa o cargo esse ano e ninguém realmente sabe de que modo está a previdência municipal e muito menos os custos olímpicos.
Defender as ocupações de escolas contra a criminalização do movimento
O Estado do Rio nem escamoteou, devido ao fato de não ter que enfrentar nenhuma eleição. Os trabalhadores do estado estão literalmente pagando os custos da Copa das Copas, inclusive os rombos gerados pela negociação das verbas previdenciárias nos Estados Unidos e a conta extra das negociatas de Sérgio Cabral com a Odebrecht e a Delta S.A. De qualquer modo, é hora da rede municipal de ensino se preparar para os ataques pós-olímpicos.
É dentro desse ambiente que os trabalhadores em educação, juntamente com os estudantes apoiados pelos seus responsáveis que acontece a greve de já três meses da educação pública do estado do Rio de Janeiro, gerido pela gerontocracia oligárquica dos partidos burgueses filhotes da ditadura, o PMDB e o PP do governador octogenário em exercício, ex-ministro da fazenda de Sarney.
Esse governo agonizante ganhou fôlego novo na UTI do atual presidente interino Michel Temer, que mal usurpou o cargo já mostrou todo o peso do medíocre currículo: duas vezes secretário de segurança dos governos genocidas peemedebistas paulistas.
Seguindo esse roteiro, o governador em exercício do Rio, resolveu adotar a tática do presidente e criminalizar os movimentos sociais acusando-os de bandidos, e para isso designou o BOPE com e a PM com a sua usual truculência para não só agir diretamente e tentar esvaziar as ocupações de escolas, mas de maneira covarde instrumentaliza grupos de jovens desempregados dirigidos por miliciados (paramilitares) com o objetivo de atacar as escolas, os estudantes e os responsáveis nessas escolas com o objetivo de enfraquecer o movimento, antes que se dê o dissídio coletivo da greve dos trabalhadores de educação à qual os estudantes entusiasticamente resolveram aderir de maneira independente.
Publicado no encarte Correspondência Socialista,
do jornal TransVersus de 27 de junho de 2016



https://lcnunes.wordpress.com/2016/06/17/as-ocupacoes-de-escolas-e-a-historica-greve-dos-profissionais-da-educacao/




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